sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Três perguntas sobre "racismo ambiental"

No dia 20 passado, em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, a Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) do Estado da Bahia instituiu a Assessoria de Assuntos para Povos e Comunidades Tradicionais.
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Oficialmente, o novo órgão vai “trabalhar com a Justiça Ambiental pelas Águas, combatendo o racismo ambiental dentro da gestão de recursos hídricos do Governo Jaques Wagner”.
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“O Estado sempre promoveu uma política econômica que não respeita memória cultural, material e imaterial dos povos e comunidades tradicionais, que sofrem com os impactos ambientais e o preconceito etno-racial, sem verem seu direito assegurado de ter um meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado um bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, como determina a Constituição Brasileira”, diz o novo assessor, Diosmar Filho.
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AmbienteBrasil fez a ele três perguntas, cujas respostas estão a seguir.
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AmbienteBrasil - O que é o “racismo ambiental dentro da gestão de recursos hídricos"? De que formas ele se manifesta?
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Diosmar Filho – Antes de entrar na gestão de recursos hídricos, gostaria de socializar o conceito de Racismo Ambiental que mais se enquadra a essa pergunta, publicado em 2002 pelo doutor Júlio de Sá Rocha, no livro Direito Ambiental do Trabalho: mudança de paradigma na tutela jurídica à saúde do trabalhador - “Estudos da Comissão por Justiça Racial da Igreja Cristã United Church of Christ’s Comission for Racial Justice, realizados em 1978, concluíram que a contaminação e exposição de determinada comunidade à poluição e impactos ambientais, bem como as políticas de tutela, são proporcionalmente diferenciadas.
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O diretor da pesquisa designou essa política de racismo ambiental, ou seja, diferenciação da aplicação da política ambiental por fatores de ordem racial”.
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A partir desta reflexão, posso dizer que na política de proteção ou uso das águas, o Racismo Ambiental se manifesta após as ações de Racismo institucionais, que são praticadas na estrutura interna dos órgãos públicos, através dos seus gestores, que determinam a política de acesso às águas deixando de olhar os povos e comunidades tradicionais como portadores de direito a esse patrimônio universal.
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Pois quando um gestor determina a abertura de uma comporta de barragem ou construção, deve ter não só como critério que essa ação gere desenvolvimento, mas pensar que nas margens desses rios historicamente vivem povos étnicos que perderão seu território e irão parar aonde, se seu ambiente foi ou será submerso?
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Quando pensamos nas localizações de vivência dos povos negro e indígena, no meio rural ou urbano, há de se notar que tem separação no tratamento com relação às áreas onde vivem as minorias brancas ou amarelas, basta verificarmos como é feito o abastecimento de água e planejado o saneamento.
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Para tanto, temos que dar passos mais sustentáveis nas relações humanas para entender que água é essencial na qualidade de vida de todas e todos.
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O reflexo desta prática racista está nos conflitos que se estabeleceram nos últimos 50 anos na Bahia com a instalação de Barragens, Pólos Petroquímicos, Monoculturas (eucalipto, carcinicultura, soja) e outros grandes empreendimentos.
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AmbienteBrasil – Que instrumentos a Assessoria de Assuntos Para Povos e Comunidades Tradicionais usará para combater o Racismo Ambiental?
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Diosmar – A partir do diálogo pela intersetorialidade interna e externa, a Assessoria trabalhará com dois instrumentos legais da Gestão de Recursos Hídricos do Estado da Bahia:
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a Lei da Política Estadual de Recursos Hídricos e Fundo Estadual de Recursos Hídricos.
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Destes, serão desenvolvidas as ações em consonância com a Diretoria Geral da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), que deu início em 2007 às ações para a Reparação Ambiental através das políticas interinstitucionais para os povos e comunidades tradicionais no Estado da Bahia.
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Foi criado o Conselho das Cartas das Águas, espaço de controle social formado por representantes de povos e comunidades tradicionais após a realização dos Encontros pelas Águas.
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Em 2008, será realizado o I Seminário Estadual de Justiça Ambiental pelas Águas.
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Outro instrumento será a consolidação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para os Povos e Comunidades Tradicionais no Estado da Bahia; nas ações do GT do São Francisco e da Política da Bahia para os Quilombolas – GT Intersetorial.
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O objetivo é que esses trabalhos e outros consolidem o Programa de Política Pública de Justiça Ambiental e a Justiça pelas Águas na Gestão dos Recursos Hídricos da Superintendência de Recursos Hídricos – SRH/SEMARH.
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AmbienteBrasil – Há outros tipos de Racismo Ambiental observados na Bahia? E no Brasil?
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Diosmar - Na Bahia, existem uma série de práticas de Racismo Ambiental, a exemplo da implantação há 39 anos do Centro Industrial de Aratu – CIA - na Região Metropolitana de Salvador – RMS, que hoje é a principal arrecadação econômica por concentrar indústrias petroquímicas e que transformou a RMS no segundo pior IDH do Brasil.
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Lá não foi respeitado o Direito Ambiental dos Povos e Comunidades Tradicionais ribeirinhas, terreiros de candomblé, pescadores e marisqueiras e remanescentes quilombolas que vivem na Baía de Todos os Santos (BTS).
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Todos foram engolidos pelo processo de desenvolvimento que gerou sérios impactos de saúde publica, pelo teor de contaminação da BTS, com portos como o de Aratu, Dow Quimica e Mataripe e a siderúrgica Vale do Rio Doce.
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Outros fatores são a carcinicultura em Salinas das Margaridas, na Baía do Iguape, fundo da BTS, que privatizou os manguezais e gera impactos sociais e ambientais para os quilombolas, pescadores e marisqueiras que estão perdendo os seus territórios que tornaram privados e contaminados.
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Outro sério problema é no oeste da Bahia com a expansão da soja e o desmatamento do Cerrado para o carvão, que mata nascentes importantes do Rio São Francisco e gera refugiados indígenas, de fundo de pasto, quilombolas e ribeirinhos, que perdem o direito ao acesso à fauna, flora e recursos hídricos para a sua sobrevivência histórica.
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No âmbito nacional, a expansão da soja, cana-de-açúcar e pecuária na migração de gaúchos, paranaenses para os Matos Grossos. Lá se pode ver o exemplo da comunidade de Sorriso, onde índios foram expulsos e os negros e nordestinos foram separados para não se misturar com a raça pura sulista, não tendo direito de participação na produção e seus territórios não são respeitados pelos coronéis da política.
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O que fica evidente nestas ações é a participação e conveniência do poder público.
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Como falei antes, o racismo, antes de tudo institucional, está em quem elabora essas políticas que ferem os códigos e leis ambientais, transformando-se em Racismo Ambiental.
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Reverter isso é difícil depois que a memória material e imaterial dessas comunidades foi destruída e estes povos foram destinados a viver nos morros e periferias dos centros urbanos, para serem transformados em marginais e serem de novo violentados pelo poder público com as ações da justiça.
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Assim, precisamos de gestores com consciência de diversidade, que entendam que o ambiente não é para uma minoria que concentrar riqueza e, sim, um patrimônio constitucional para a qualidade de vida de todos - negros, brancos, índios, amarelos etc.
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Mônica Pinto / AmbienteBrasil

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Meio Ambiente e Minas e Energia vão disciplinar uso de água mineral

Está estabelecida, desde esta terça-feira (27), que a gestão das águas minerais, termais, gasosas, potáveis de mesa ou destinadas a fins balneários será integrada entre o órgão gestor de recursos minerais e o órgão gestor de recursos hídricos.
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Isso significa que, a partir de agora, qualquer decisão sobre, por exemplo, pesquisa, outorga e direito de lavra destas águas será compartilhada entre a Secretaria de Recursos Hídricos do MMA e o DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia.
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A resolução, publicada no Diário Oficial desta terça-feira, é do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Anteriormente, a responsabilidade sobre o assunto era exclusiva do DNPM.
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Para determinar a gestão integrada destes recursos, o Conselho se baseou na necessidade de integração e atuação articulada entre órgãos e entidades cujas competências estão ligadas aos recursos hídricos, à mineração e ao meio ambiente, e ao fato de estarmos comemorando a Década Brasileira da Água, que tem por objetivo promover e intensificar a formulação e implementação de políticas, programas e projetos relativos ao gerenciamento e uso sustentável da água.
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De acordo com a resolução, os dois órgãos envolvidos (SRHU e DNPM) devem buscar o compartilhamento de informações e compatibilização de procedimentos, definindo de forma conjunta o conteúdo e os estudos técnicos necessários, de acordo com as legislações vigentes.
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Estas informações referem-se, entre outras, a títulos de direitos minerários de pesquisa para estas águas; a atos administrativos relacionados ao uso de recursos hídricos, como outorgas de direito de uso, autorizações de construção de poços.
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Uma outra determinação expressa no artigo 10 º da resolução, diz que após a concessão de Portaria de Lavra, o DNPM encaminhará à Secretaria de Recursos Hídricos informações sobre projeto de sistema de captação, estudos analíticos da água mineral, termal, gasosa, potável de mesa ou destinada a fins balneários, a localização geográfica dos poços ou fontes e o balanço hídrico do empreendimento.
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(MMA)

Dom Cappio faz nova greve de fome contra transposição do Velho Chico

Ontem, precisamente às 9h30, o bispo da diocese de Barra (BA), Dom Frei Luiz Cappio, reeditou a greve de fome que fez durante 11 dias, no final de 2005, em represália ao projeto de transposição das águas do Velho Chico.
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Àquela época, ele instalou-se em Cabrobó (PE) e, agora, em Sobradinho (BA), local escolhido por “demonstrar a situação em que o rio se encontra”, uma referência ao lago que já chega a 14% da sua capacidade.
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O religioso chama seu ato de “um grito desesperado em defesa do rio e do povo”.
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Dessa vez, ele não quer a retomada do diálogo com o governo federal.
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Seu jejum – ou melhor, a quebra dele – está condicionado à “retirada do Exército nas obras do eixo norte e do eixo leste e o arquivamento definitivo do projeto de transposição de águas do rio São Francisco”.
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“Não existe outra alternativa”, diz Dom Cappio na carta divulgada ontem, onde ele argumenta que “todas as tentativas de diálogo foram frustradas” e que, durante os dois anos passados desde a primeira greve de fome, não houve nenhum cumprimento do acordo assinado pelo presidente, enquanto governo federal, e por ele, representando a sociedade civil.
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Agora, que Lula durma com um barulho desses.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Em 15 capitais, desperdício de água supera a metade do total captado nos mananciais

Em 15 das 27 capitais brasileiras, o desperdício de água tratada equivale a mais da metade do total captado dos mananciais.
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Os dados fazem parte de um estudo do Instituto Socioambiental apresentado nesta quarta-feira (21) em São Paulo e antecipado pela Agência Brasil no sábado (17).
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No total, as capitais brasileiras perdem diariamente 6,14 bilhões de litros de água, o que corresponde a 45% do total captado nos mananciais.
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O estudo, que avaliou a situação do abastecimento de água e do saneamento nas capitais brasileiras, serviu de base para o lançamento da campanha De Olho nos Mananciais, que pretende conscientizar a população sobre a necessidade de cuidar das fontes de água. “A gente quer que as pessoas reflitam sobre o desafio que vai ser garantir água nas cidades no século 21, com as cidades crescendo, a poluição e o consumo aumentando”, diz uma das coordenadoras do estudo, Marussia Whately.
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Segundo a pesquisa, Porto Velho é a capital que registra a maior perda de água, 78,8%.
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As capitais com menores índices de perda são Brasília (27,3%), São Paulo (30,8%) e Goiânia (32,2%). "O que se recomenda é algo em torno de 15% a 20% [de perda]", explica a coordenadora.
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“Em Tóquio (capital do Japão), o desperdício é de apenas 4%.”
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De acordo com o estudo, o consumo de água nas capitais brasileiras é de 150 litros diários por habitante, acima dos 110 litros recomendados pela ONU - Organização das Nações Unidas.
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Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo registram os maiores consumos, todas superiores a 220 litros por dia por habitante.
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Maceió, Recife e Manaus apresentam os menores consumos, abaixo de cem litros diários por habitante.
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Marussia explica que a base da pesquisa veio de informações da consulta Série Histórica de 2004 do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, órgão vinculado ao Ministério das Cidades.
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Os dados da capital paulista, de acordo com a coordenadora, são referentes a 2007 e fornecidos pela Sabesp - Companhia de Saneamento Básico de São Paulo.
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Em relação ao saneamento, o estudo revelou ainda que mais da metade da população do país e pelo menos 30% da população das capitais não tem, sequer, rede de coleta e 80% do esgoto das capitais é lançado diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento.
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Manaus, Belém e Rio Branco têm os piores índices, com menos de 3% de seus moradores atendidos com esgoto sanitário.“Nos últimos anos, o Brasil deu pouca atenção ao tratamento de esgoto”, diz Marussia Whately.
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“Uma das principais fontes de poluição da água hoje no país é o esgoto gerado nas cidades.”
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(Agência Brasil)

Após R$ 1,5 bi, Baía de Guanabara está até mais poluída

Acabou o dinheiro de fora investido no programa de despoluição, os sucessivos governos do Estado do Rio de Janeiro não fizeram o que acordaram em contratos e a baía de Guanabara hoje é tão, e em alguns pontos até mais, suja do que era quando o projeto foi lançado, há 13 anos.
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As última parcelas de dinheiro estrangeiro (do Banco Japonês de Cooperação Internacional e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID) chegaram ao PDBG - Programa de Despoluição da Baía de Guanabara no ano passado.
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Ao todo, o BID investiu exatos US$ 349.365.253,40. O Banco Japonês, US$ 287,9 milhões. Em moeda nacional, as organizações financeiras do exterior contribuíram, em valores atuais, com quase R$ 1,5 bilhão.
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Agora, a fonte secou.Com o financiamento externo, foram construídas ou ampliadas oito estações de tratamento de esgoto ao redor da baía de 380 km 2, cujas águas margeiam os municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Niterói.
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Outras nove cidades integram a bacia hidrográfica da baía. Algo em torno de 13 milhões de pessoas cujos dejetos vão, na maioria das vezes, sem tratamento para o mar.
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O problema principal é que as estações ou não funcionam ou funcionam precariamente, porque os governantes não se preocuparam em instalar os troncos coletores, aonde chegariam as tubulações receptoras dos esgotos residenciais.
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Essa era a tarefa contratual dos governos fluminenses, conforme rezam os três contratos firmados em 1994 com os dois bancos estrangeiros. Ou seja, sem os canos, a sujeira não tem como chegar às estações de tratamento prontas.
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A contrapartida brasileira aos investimentos externos seria de US$ 531,4 milhões, ou cerca de R$ 955,8 milhões, em valores de hoje.
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Mas, até 2005, segundo dados do TCE (Tribunal de Contas do Estado), o governo fluminense só aplicara US$ 351.287,647,86 (R$ 632,3 milhões), o que representa 66% do que deveria ter gasto.
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Neste ano, o governo diz que investirá R$ 60 milhões.
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Por causa da falta de investimento pelo Estado, a primeira fase do programa, justamente a que previa a despoluição da baía, não terminou. Está atrasada sete anos. A segunda fase, de recuperação ambiental, que duraria seis anos a partir do fim da primeira, sequer começou.
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Assim, mesmo com o mais de R$1 bilhão investido no programa de limpeza, a baía continua imunda. Para reparar a intensidade da poluição, basta fazer o contorno dela por terra. Com exceção da praia de Icaraí (Niterói), onde já não ocorre despejo de esgoto, as demais (cerca de 90) são impróprias para banho, poluídas pelas cargas orgânica ou industrial e lixo.
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O que já era muito poluído há 13 anos, está hoje em situação terminal. São os casos das vizinhanças do porto de Niterói; da orla de São Gonçalo; da região nos fundos da baía junto à Refinaria Duque de Caxias, à foz do rio Sarapuí e à praia de Mauá; do canal entre a ilha do Governador e o continente; e, principalmente, do canal do Fundão, o trecho visualmente mais assustador.
Ali, quando a maré baixa, surge um lamaçal negro, malcheiroso, sem vida. Não há peixes no canal.
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Mas a poluição da baía não pode ser creditada apenas à população pobre que habita as favelas da orla da baía e áreas afastadas dos espaços turísticos. Ainda existe despejo de esgoto sem tratamento no centro, na marina da Glória e na praia do Flamengo, áreas nobres da cidade.
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(Folha Online)

Brasil desperdiça 45% da água captada

De toda a água que se retira de mananciais para abastecer as capitais brasileiras, quase a metade (45%) se perde antes de chegar às casas e atender a população.
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A principal causa são os vazamentos na rede.
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Porto Velho tem a pior situação entre as capitais em termos percentuais - 78,8% - e o Rio de Janeiro tem a maior perda se for levado em conta o volume total jogado fora - o equivalente a 618 piscinas olímpicas.
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Em São Paulo, a perda é menor do que a média das capitais e fica em 30,8% - em 2001, a estimativa era de 33,5%. Mesmo assim, o extravio ainda é muito superior ao considerado aceitável por especialistas - entre 15% e 20%.
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O Japão, por exemplo, tem perda de apenas 4%.
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O problema não é novo. Em 2002, o Ministério das Cidades estimava a perda nacional de água em 40%. Desde então, a situação piorou.
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Para chegar à quantidade de água perdida na rede, a conta é a seguinte: faz-se a subtração entre o que é retirado dos mananciais (a medição acontece nas Estações de Tratamento de Água) e o que é consumido pela população. Por isso, acaba sendo computado como perda, além de vazamentos, os erros de medição, as fraudes nos hidrômetros e as ligações clandestinas de água.
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Segundo a Sabesp, por exemplo, os vazamentos são responsáveis por 65% do total perdido na capital paulista.
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Esses e outros dados sobre abastecimento e consumo de água serão apresentados pelo ISA ( Instituto Socioambiental) na próxima quarta-feira (21), no evento de lançamento da campanha "De Olho nos Mananciais", apoiada pela modelo Gisele Bündchen.
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A top model cedeu sua imagem para a divulgação da iniciativa.
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As informações foram obtidas no Snis (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), do Ministério das Cidades, e têm como referência o ano de 2004.
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Os dados de São Paulo foram atualizados pela Sabesp e são de 2007.
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Segundo Marussia Whately, coordenadora do Programa Mananciais do ISA, para alterar o quadro atual é necessário combate intenso aos vazamentos. "O atendimento rápido é muito importante. É preciso ter um sistema eficaz de monitoramento para notar os problemas e resolvê-los."
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A instituição ressalta que a participação da população é essencial: as pessoas devem avisar as empresas sobre os vazamentos e cobrar o reparo.
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Para José Aurélio Boranga, presidente da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), é imprescindível investir em tecnologia e trocar a tubulação antiga.
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De acordo com ele, as maiores perdas ocorrem nos ramais --pontos em que a água deixa a rede da rua e segue para as casas. "Fazer conserto em ramal é perder dinheiro. Quando há vazamento, precisa trocar."Segundo as associações brasileiras de empresas estaduais (Aesbe) e de concessionárias (Abcon) de saneamento básico, seriam aceitáveis índices de perdas sempre abaixo de 20%, o que é raro no Brasil.
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O superintendente-executivo da Aesbe, Walder Suriani, aponta o déficit tecnológico na estrutura do sistema e dos materiais empregados nas tubulações de água. "O material empregado no Brasil é frágil. Usamos tubos de 100 m com juntas a cada seis metros (o que permite mais vazamentos)'', diz.
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O presidente da Abcon, Fernando Mangabeira, afirma que os resultados demoram a aparecer. A empresa que ele dirige, a Águas de Limeira, do interior de SP, levou sete anos para fazer caírem as perdas de 45% para 18%. "Não pode parar de investir, é preciso manter essa estratégia sempre."Fechando a torneira
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- Saiba como economizar água:

Banho - Feche a torneira ao se ensaboar. Uma ducha aberta durante 15 minutos consome 135 litros; no mesmo período, um chuveiro elétrico consome 45 litros. Se o uso foi reduzido para cinco minutos, o consumo cai para 45 litros, no caso da ducha, e para 15 litros, no caso do chuveiro elétrico.
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Escovar os dentes - Molhe a escova e feche a torneira enquanto escova os dentes e enxágüe a boca com um copo de água. Cinco minutos com a torneira aberta gastam 12 litros.
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Lavar o rosto - Não demore. Um minuto com a torneira meio aberta gasta 2,5 litros.
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Barbear - Cinco minutos gastam 12 litros. Fechando a torneira, o consumo cai para dois ou três litros.
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Vaso sanitário - Seis segundos de acionamento gastam de 10 a 14 litros. Bacias sanitárias fabricadas a partir de 2001 necessitam de menos tempo para a limpeza e consomem seis litros por descarga.
Quando a válvula está defeituosa, o gasto pode chegar a 30 litros. Mantenha a válvula da descarga regulada e conserte vazamentos assim que forem notados.
Não use a privada como lixeira ou cinzeiro e nunca acione a descarga à toa.
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Lavar a louça - Primeiro, limpe os restos de comida dos pratos e panelas com esponja e sabão e, só aí, abra a torneira para molhá-los.
Ensaboe tudo que tem que ser lavado e, então, abra a torneira para novo enxágüe.
Lavando louça com a torneira meio aberta por 15 minutos são utilizados 117 litros.
Com economia, o consumo chega a 20 litros.
Uma lavadora de louça com capacidade para 44 utensílios e 40 talheres gasta 40 litros - utilize-a somente quando estiver cheia.
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Lavar a roupa - A lavadora de roupas com capacidade de cinco quilos gasta 135 litros. O ideal é usá-la somente com capacidade total.
No tanque, a torneira aberta por 15 minutos gasta até 279 litros. Deixar acumular a roupa e coloque água no tanque para ensaboar, mantendo a torneira fechada. Aproveite a água do enxágüe para lavar o quintal.
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Jardim - Molhar as plantas por 10 minutos pode consumir 186 litros.
Use um regador em vez de utilizar a mangueira.
No verão, regue pela manhã ou à noite, o que reduz a perda por evaporação. No inverno, regue um dia sim, um dia não, pela manhã. Com uma mangueira com esguicho-revólver, a economia chega a 96 litros por dia.
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Piscina - Uma piscina de tamanho médio exposta ao sol e ao vento perde aproximadamente 3.785 litros por mês por evaporação - suficientes para suprir as necessidades de água potável de uma família de quatro pessoas por cerca de um ano e meio (considerando o consumo médio de dois litros por habitante por dia).
Com uma cobertura plástica, a perda é reduzida em 90%.
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Calçada - Use a vassoura, e não a mangueira, para limpar a calçada e o pátio de casa.
Se houver sujeira localizada, use um pano umedecido com água de enxágüe da roupa ou da louça.
Com mangueira, em 15 minutos, são perdidos 279 litros de água.
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Carro - Use um balde e um pano para lavar o carro em vez de uma mangueira. Se possível, não o lave durante a estiagem. Muita gente gasta até 30 minutos lavando o carro. Com uma mangueira não muito aberta, gastam-se 216 litros de água. Com meia volta de abertura, o desperdício alcança 560 litros.
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Para reduzi-lo, lave o carro somente uma vez por mês e usando um balde - nesse caso, o consumo é de apenas 40 litros.
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(Folha Online)

Até 250 milhões de africanos sofrerão escassez de água em 2020, diz IPCC

Um relatório aprovado no sábado (17) em Valência pelos especialistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) prevê que o aquecimento global fará com que em 2020 haja entre 75 milhões e 250 milhões de africanos sofrendo com a escassez de água.
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No relatório, que servirá de base científica na próxima reunião da cúpula de Mudança Climática da ONU, que será realizada em Bali, em dezembro, avaliam-se por regiões os possíveis efeitos da elevação das temperaturas na agricultura, nos ecossistemas, nos recursos hídricos, na saúde, na indústria e nos povos.
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Na África, dentro de 12 anos, entre 75 milhões e 250 milhões de pessoas serão expostas aos efeitos da seca e, em alguns países, os cultivos se reduzirão em 50%, comprometendo o acesso à comida.
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Por volta do fim do século, o nível do mar subirá nas áreas litorâneas mais povoadas do continente. O custo de adaptação a este fenômeno será de entre 5% e 10% do PIB - Produto Interno Bruto da África, onde em 2080 as terras áridas e semi-áridas terão aumentado entre 5% e 8%.
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Até 2050, a disponibilidade de água doce no centro, sul, leste e sudeste da Ásia Central diminuirá.
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As áreas litorâneas, sobretudo as populosas regiões dos deltas dos rios no sul, leste e sudeste, correrão risco de sofrer inundações.
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A mortalidade endêmica devido à diarréia, associada às inundações e secas, crescerá no leste, sul e sudeste do continente.
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Segundo o IPCC, a Austrália registrará por volta de 2020 uma perda significativa de biodiversidade em locais como a Grande Barreira de Corais e em Queensland.
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O sul e o leste da Austrália, assim como a Nova Zelândia, terão problemas com a salubridade de água em 2030, e a produção agrícola e a áreas das florestas cairão acentuadamente devido à seca e aos incêndios.
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No continente europeu, a mudança climática exacerbará as diferenças regionais no acesso aos recursos naturais. O risco de inundações no interior e no litoral aumentará, e a erosão avançará.
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As camadas de gelo nas áreas montanhosas da Europa diminuirão, e várias espécies desaparecerão, até 60% delas até 2080.
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O IPCC prevê para o sul da Europa as piores condições, devido às altas temperaturas e à seca.
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O acesso à água será reduzido, assim como o potencial energético hidráulico, o turismo e a produtividade agrária.
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Também se prevêem riscos para a saúde associados às ondas de calor e o aumento da freqüência dos incêndios florestais.
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O órgão da ONU lamenta que, até a metade do século, ocorrerá uma gradual substituição da floresta pela savana no leste da Amazônia. Com isso, há um risco significativo de desaparecimento de espécies em áreas tropicais.
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Na América do Norte, o aquecimento nas montanhas do oeste provocará inundações no inverno e reduzirá o nível dos rios no verão.
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Nas próximas décadas, um moderado aquecimento trará aumento da produção nas colheitas, entre 5% e 20%, mas com grandes variações entre as regiões americanas.
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No decorrer do século, as cidades que normalmente sofrem ondas de calor enfrentarão um grande número delas, com mais intensidade e duração, com o conseqüente efeito sobre a saúde.
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A principal conseqüência nas regiões polares será a redução da espessura do gelo, com o aumento do nível do mar e mudanças nos ecossistemas, incluindo os dos pássaros migratórios, mamíferos e grandes predadores.
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As comunidades locais serão afetadas em suas infra-estruturas e seus modos de vida, e nas duas regiões polares os ecossistemas e os habitat ficarão muito vulneráveis.
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Nas pequenas ilhas, o aumento do nível do mar agravará as inundações, as tempestades e a erosão, o que dificultará a vida nesses lugares.
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Por volta de 2050, a disponibilidade de água doce será muito reduzida na maioria das pequenas ilhas, entre elas as do Pacífico e do Caribe.
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(Folha Online)

Floresta em pé é mais lucrativa, defende pesquisador

É mais rentável manter uma floresta em pé do que derrubá-la para implantar pastagens ou plantar soja, por exemplo.
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O argumento faz parte de um estudo de pesquisadores da organização não-governamental (ONG) Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que será apresentado integralmente durante a Conferência das Partes (COP) da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bali (Indonésia), em dezembro.
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O trabalho fez uma avaliação dos custos de oportunidade relacionados com a diminuição do desmatamento: calculamos o quanto nós deveríamos pagar a um produtor para ele não fazer a derrubada e manter a floresta”, afirma Paulo Moutinho, coordenador de pesquisa do Ipam.
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O desmatamento contribui significativamente para a emissão de gases de efeito estufa porque, com a derrubada, o gás carbônico (CO2) estocado nos tecidos das árvores é liberado na atmosfera.
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Se o desmatamento foi feito por queimadas, além de gás carbônico, são liberados outros gases de efeito estufa, como o metano, cerca de 20 vezes mais prejudicial para o aquecimento global que o CO2.
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Dados da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, mostram que 75% das emissões brasileiras de CO2 são oriundas da mudança no uso da terra, majoritariamente pela conversão de florestas em atividades de agricultura e pecuária.
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Segundo Moutinho, considerando-se o preço médio de US$ 5 (cerca de R$ 9) por tonelada de carbono que deixaria de ser lançado na atmosfera, a compensação seria mais atrativa para os agricultores que a derrubada da floresta para pastagens e até para plantação de soja, em regiões em que a produtividade do grão é baixa.
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O dinheiro, segundo o pesquisador, viria do chamado mercado de carbono e de financiamentos de países ricos que se comprometeriam no âmbito da Convenção da ONU.
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“Esse mecanismo vai dar um valor que hoje não existe para a floresta. Desmata-se muito em grande parte porque a floresta não tem valor em pé.
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É comum ouvir na Amazônia que 'floresta boa é floresta derrubada'”, comenta.
O mecanismo dos pesquisadores do Ipam, definido como redução compensada de desmatamento, é semelhante à proposta brasileira apresentada na última reunião das partes em 2006 (COP-12 em Nairóbi, no Quênia) e que deve ser retomada no próximo encontro da ONU.
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Em linhas gerais, a proposta sugere o financiamento de medidas de redução de emissões de gases do efeito estufa em países em desenvolvimento, principalmente ligadas à diminuição comprovada do desmatamento.
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Na avaliação de Moutinho, o tema deverá ganhar mais espaço na reunião da ONU este ano. “Ao discutir emissões por uso da terra, principalmente por desmatamento, você cria uma situação em que países em desenvolvimento que têm grandes extensões de florestas contribuam mais para reduzir o problema do aquecimento global”, analisa.
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(Fonte: Luana Lourenço / Agência Brasil)

Transposição do São Francisco é cara e desnecessária, avalia ONG

O projeto de transposição do Rio São Francisco é “desnecessário e excessivamente caro”, afirmou o coordenador-geral da organização não-governamental (ONG) mineira Manuelzão, Apolo Lisboa, durante seminário que discute o futuro das águas do rio, em Brasília.
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Segundo a ONG, que estuda a bacia do Rio das Velhas, a maior do São Francisco, a transposição visa ao favorecimento econômico e político de grupos empresariais.
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“A transposição é uma proposta da indústria da seca e é totalmente desnecessária. Trata-se de um projeto caro que engana o povo. É a água da ilusão.
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A distribuição de água para a população do sertão não pode ser feita de maneira concentrada”, avalia.
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Lisboa rebateu ainda a declaração do ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, de que a transposição do São Francisco é irreversível.
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“Essa obra não vai começar. Se começar, não vai continuar. Se continuar, não vai terminar. Se terminar, não vai funcionar. Esse projeto é uma nova transamazônica”, declarou, em referência à rodovia criada para integrar o Norte do país com as demais regiões, mas que tem parte de sua extensão em estado precário.
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A ONG Manuelzão foi fundada há dez anos por professores de medicina da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais. O nome da organização é uma homenagem ao falecido vaqueiro Manuel Nardi, sertanejo mineiro que teria inspirado a criação dos livros Grande Sertão: Veredas e Corpo de Baile, do escritor Guimarães Rosa.
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Atualmente, a ONG organiza expedições para avaliar as questões sócio-ambientais que envolvem as áreas dos afluentes mineiros do São Francisco.
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(Agência Brasil)

ECOLUNA – Água desperdiçada diariamente nas capitais daria para abastecer 38 milhões de pessoas/dia

Na próxima quarta-feira, em São Paulo, o Instituto Socioambiental (ISA) vai divulgar o o estudo Abastecimento de água e esgotamento sanitário nas capitais brasileiras, de autoria da entidade, no decorrer do lançamento da campanha “De Olho nos Mananciais”.
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O objetivo da campanha é mostrar que a ameaça de escassez de água nos centros urbanos, cada vez mais constante devido a períodos de estiagem prolongados, tem relação direta com a poluição dos mananciais e o desperdício de água.
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Confira alguns dados que constam no estudo:
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Abastecimento de água:

• Apenas seis das 27 capitais atendem à totalidade de sua população;
• Apesar da média de cobertura ser de 90%, Porto Velho, Rio Branco e Macapá cobrem apenas 30,6%, 56,2% e 58,5% da população, respectivamente.
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Consumo de água nas capitais:

• A média de consumo per capita é de 150 litros por dia;
• São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória apresentam os maiores consumos (mais de 220 litros/habitante/dia).
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A ONU recomenda 110 litros.
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Perda de água (desde vazamentos até sub-medições e fraudes)

• A água perdida diariamente nas capitais seria suficiente para abastecer 38 milhões de pessoas/dia (considerando o consumo de cada capital);
• A capital campeã do desperdício é Porto Velho, com 78,8% do total;
• Em termos de volume perdido, o Rio de Janeiro é a capital que mais joga água fora – um volume diário equivalente a 618 piscinas olímpicas!
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Esgotamento sanitário:

• Cerca de 30% da população das capitais – mais de 13 milhões de pessoas - não têm acesso a redes de coleta de esgoto;
• Manaus, Belém e Rio Branco apresentam os piores índices, com menos de 3% de seus moradores atendidos pelo serviço.
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Paranaíba Terceira maior em extensão no Brasil, a bacia hidrográfica do rio Paranaíba será a próxima a contar com um comitê, colegiado integrado por representantes de usuários de água, do poder público e da sociedade civil organizada.
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Para isso, a Agência Nacional de Águas (ANA) iniciou este mês um programa de mobilização com o objetivo de assegurar a participação do maior número de segmentos envolvidos na gestão de recursos hídricos nos estados da bacia (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal).
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Agende-se
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Entre os próximos dias 27 e 30, será realizada a Reunião Regional da Sociedade Brasileira de Progresso para a Ciência (SBPC), nos campi da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).
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Com o tema "Água: abundância e escassez", o evento discute aspectos relacionados à água, como agricultura, saúde, turismo e lazer, revitalização e interligação de bacias hidrográficas.
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As inscrições podem ser feitas até esta terça-feira, dia 20, com preços que variam de R$ 10 a R$ 30 para estudantes, professores e profissionais da área

Utilização de água dessalinizada para irrigação pode prejudicar cultivos

Pesquisadores israelenses advertem que a utilização de água dessalinizada para a irrigação de cultivos pode ser danosa a vegetais como tomate, manjericão e alguns tipos de flores.
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Assim informa nesta sexta-feira (09) o jornal israelense "Ha'aretz", que divulga um artigo elaborado por cientistas israelenses e publicado pela revista científica "Science", no qual se explica como o baixo conteúdo de minerais na água dessalinizada, que se acreditava ser positivo, resultou desastroso para os cultivos.
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A falta de cálcio, por exemplo, provoca defeitos fisiológicos, enquanto a carência de magnésio afeta o crescimento das plantas.
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Israel é o país que mais utiliza água dessalinizada para a irrigação de cultivos no mundo, e por isso o estudo de suas conseqüências desperta considerável interesse entre sua comunidade científica.
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Se os cultivos crescerem em areia ou fora da terra, os danos são ainda maiores, segundo explicam os especialistas, pois o solo não pode fornecer os elementos que faltam às plantas.
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A isto se soma o fato de que as mudanças na composição da água têm uma incidência mais danosa quanto aos elementos que fazem falta aos cultivos.
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"Começamos a ver problemas de forma gradual. Por exemplo, a falta de magnésio danificava o crescimento dos tomates e causou defeitos no manjericão", indicou o co-autor do estudo Uri Yirmiyahu, do Centro de Pesquisas Gilat.
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O outro autor do estudo, Asher Bar-Tal, da Organização de Pesquisa Agrícola Volcani Center, afirmou, por sua parte, que "o problema é a composição irregular da água".
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"Às vezes a água dessalinizada é adulterada, e às vezes não. O dano se reflete na qualidade dos cultivos", explicou.
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(Yahoo Brasil)

Programa Água Doce entrega sistemas de dessalinização na Paraíba

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Luciano Zica, participará nesta quinta-feira (08), às 10 horas, em Serra Branca (PB), da solenidade de entrega de nove sistemas de dessalinização de água subterrânea.
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A iniciativa é fruto do Programa Água Doce, da Secretaria de Recursos Hídricos, e vai garantir a sete mil pessoas o acesso à água de qualidade, por meio do desenvolvimento de tecnologias alternativas.
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Ainda este ano, serão entregues mais 12 sistemas de dessalinização recuperados em parceria com a Fundação Banco do Brasil, chegando a atender 56 mil pessoas da região da Paraíba.
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O Programa Água Doce busca promover a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinizadores, sem danos ambientais, captando a água subterrânea salobra/salina, extraindo dela os sais solúveis e tornando-a adequada para o consumo humano.
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O processo visa também minimizar os impactos ambientais decorrentes do despejo de concentrados provenientes do processo de purificação da água salgada, criando métodos para o aproveitamento desses resíduos, utilizando-os, por exemplo, na produção de peixes e de plantas para alimentação de caprinos, de bovinos e de ovinos, ampliando a segurança alimentar de muitas famílias do semi-árido.
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Os sistemas de dessalinização foram recuperados sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, e a coordenação técnica da Aesa - Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente da Paraíba, e conta com a parceria da Fundação Banco do Brasil, da Atecel - Associação Técnico-Científica Ernesto Luiz de Oliveira Junior, do Labdes - Laboratório de Referência em Dessalinização e do Lasap - Laboratório de Sociologia Aplicada, ambos da UFCG - Universidade Federal de Campina Grande, e da Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
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Além do secretário Luciano Zica, estará presente no evento o coordenador do Programa Água Doce do MMA, Renato Ferreira Saraiva, entre outros parceiros do Programa. (MMA)

Seminário vai debater integração de sistemas hídricos e urbanos

Começa no dia 5 de novembro, às 14h, no auditório do Dnit, o seminário "Recursos Hídricos no Ambiente Urbano: Integração de Sistemas", promovido pela SRHU - Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA.
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O encontro pretende dar início à construção de uma agenda de trabalho que busque a integração dos Sistemas de Gerenciamento de Recursos Hídricos e a Gestão Urbana.
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O seminário é destinado a prestadores de serviço de saneamento, entidades técnicas e acadêmicas, lideranças comunitárias, colegiados do Singreh e Sisnama, organizações dos governos federal, estaduais e municipais e da sociedade.
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Durante três dias, os participantes vão debater assuntos como: Água no Ambiente Urbano: na busca da sustentabilidade; Gestão da Água no Espaço Urbano; Controle e Participação Social.
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Será ainda debatido o anteprojeto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros.
(MMA)

Proliferação de algas azuis no São Francisco começou em setembro

Desde o início de setembro parte do Rio São Francisco sofre com a proliferação de cianoalgas, ou algas azuis.
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São espécies, que apesar de fazer parte da fauna aquática, se desenvolvem rapidamente em determinadas condições – poluição e variações climáticas, por exemplo – e podem liberar toxinas que contaminam a água e a carne dos peixes.
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“A poluição é um problema recorrente da região porque o Rio das Velhas (um dos principais afluentes do São Francisco) drena a região metropolitana de Belo Horizonte, que é a área mais densamente povoada da Bacia do São Francisco”, aponta o professor e pesquisador da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Alexandre Godinho.
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Por conta do ecesso de algas, o governo do estado proibiu a pesca em 600 quilômetros da bacia, de 16 a 31 de outubro.
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Apesar de reconhecer o lançamento direto de esgoto nos rios, o chefe do laboratório central da Copasa - Companhia de Saneamento de Minas Gerais, Aires Horta, atribui a proliferação das algas principalmente a fatores climáticos.
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“O longo período de estiagem que nós tivemos esse ano, com falta de chuva, e, conseqüentemente, nível mais baixo dos rios e água muito límpida foi o fator principal para o desenvolvimento desses organismos”, enumera.
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“Se fosse só o clima, como eles argumentam, outros rios também estariam contaminados. Isso se concentrou no (Rio das) Velhas por causa dos elevadíssimos índices de poluição”, aponta o representante da Comissão Pastoral da Terra que atua em comunidades do São Francisco, Alexandre Gonçalves.
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Na avaliação de Alexandre Godinho, além dos impactos imediatos, a poluição na Bacia do São Francisco também acarreta prejuízos a longo prazo.
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De acordo com o pesquisador, a degradação do hábitat dos peixes atrapalha a piracema – período de reprodução. “Não só dificulta a etapa da reprodução, como a sobrevivência dos filhotes, o que diminui a abundância dos peixes.
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Com a redução do pescado, há a conseqüente diminuição da renda dos pescadores e da economia local”, aponta.
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Por causa do alta concentração de toxinas na água, o governo mineiro chegou a proibir a pesca em trechos do Rio das Velhas e do São Francisco. A expectativa da autoridades é que a situação dos rios melhore com a chegada do período chuvoso.
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“O início das chuvas na região metropolitana de Belo Horizonte já começou a ter reflexos lá [nos rios]. A tendência é que a situação volte ao normal em menos de um mês”, avalia o representante da Copasa.
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O representante do Sisema - Sistema Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais, Paulo Carvalho, reconhece que esperar a chuva resolver o problema é apenas uma solução emergencial. “Estamos vigilantes em relação a agressões ambientais”, afirmou. Segundo Carvalho, o governo mineiro está investindo em medidas “de longo prazo”, como a construção de estações de tratamento de esgoto e de gerenciamento de resíduos sólidos.
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(Agência Brasil)

O rio São Francisco está azulzinho... de tanta poluição

Movimentos sociais das comunidades ribeirinhas denunciam que a situação na Bacia do rio São Francisco, em Minas Gerais , está cada dia mais grave.

A contaminação por cianobactérias, popularmente conhecidas como algas azuis, tem piorado e, para tentar equacionar o problema, foi convocada para esta segunda-feira uma reunião com os principais organismos responsáveis pela área de meio ambiente no Estado.

As organizações acusam o Governo de Minas de tratar o assunto com desdém, recusam compensações ou outras medidas paliativas e cobram a solução imediata do problema, que teve início há pelo menos seis semanas.

A contaminação tem origem no Rio das Velhas, que recebe os dejetos da região metropolitana de Belo Horizonte, mas, conforme laudos recentes, se agrava em função do calor e do volume baixo de água por causa do longo período de estiagem.

Uma das áreas mais afetadas é o município de Várzea da Palma, onde a foz se encontra com o São Francisco, mas a situação chega a atingir municípios baianos, como Bom Jesus da Lapa.