segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Esgoto doméstico aumenta produtividade da cana-de-açúcar

Experimentos realizados numa área de cerca de 6 mil metros quadrados na cidade de Lins, interior de São Paulo, mostraram a viabilidade de utilização de efluentes de esgoto doméstico na irrigação de uma cultura experimental de cana-de-açúcar.
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"O efluente foi retirado da estação de tratamento de esgoto da cidade. A irrigação com o líquido propiciou uma melhor produtividade da cultura, em relação ao manejo tradicional em que normalmente a plantação é adubada.
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A produção foi superior em cerca de 50%", conta o engenheiro agrônomo Rafael Marques Pereira Leal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba.
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Cuidados e monitoramento constante - As pesquisas tiveram início em 2005 quando uma equipe coordenada pelos professores Adolpho José Melfi e Célia Regina Montes realizou o plantio da cana e passou a irrigar a cultura com efluente de esgoto tratado.
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Segundo Leal, o efluente de esgoto doméstico possui pouca contaminação de metais pesados. "No final do experimento é que constatamos um alto teor de sódio no efluente.
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Esses teores tendem a aumentar também no solo e, caso não seja manejado, podem ocasionar prejuízos ao solo e à planta," lembra. "Apesar de propiciar maior produtividade em relação ao cultivo tradicional, a irrigação da cana-de-açúcar com efluente requer cuidados e monitoramentos constantes", recomenda o engenheiro.
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Filtros de areia - A área em que foram realizados os testes fica próxima à estação de tratamento de esgoto daquela cidade. O efluente foi bombeado à plantação após passar por um filtro de areia que reteve algumas partículas em suspensão que poderiam entupir o sistema de irrigação.
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No período de monitoramento, os especialistas instalaram aparelhos chamados tensiômetros. "Esses equipamentos serviram para monitorar a umidade do solo. Ou seja, de acordo com a quantidade de água necessitada pela planta é que era feita a irrigação", descreve Leal.
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No entanto, o engenheiro recomenda que este é um dos métodos que podem ser usados para a aplicação do efluente. "Uma outra forma que pode ser adotada é monitorando os nutrientes que chegam às plantas. Alguns deles em excesso podem prejudicar toda uma cultura.
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"Nutrientes para a cultura - O efluente utilizado na irrigação continha além de água, nitrogênio, fósforo e potássio que são nutrientes importantes para a cultura.
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Normalmente, esse líquido é lançado em cursos d´água, o que pode ser danoso ao meio ambiente. Leal lembra que em outros países, principalmente os que possuem climas áridos, como por exemplo a Austrália e Israel, é comum a utilização de efluentes de esgoto na irrigação de diversas culturas.
Mas em relação à cana-de-açúcar, ele não tem informação de experimentos semelhantes.
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A colheita da cana irrigada com o efluente proveniente do esgoto foi realizada mais de um ano depois. "Usamos a cultura da cana denominada 'cana de ano e meio'. Apesar de o tempo de colheita ter sido o mesmo, observamos que a produtividade foi maior em cerca de 50%", conta.
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De acordo com Leal, ainda serão necessários estudos que analisem a viabilidade econômica da aplicação de efluentes na irrigação da cana-de-açúcar. "Principalmente porque em alguns locais, com a impossibilidade de canalização do efluente, teríamos custos com o transporte do líquido."
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(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Coleta de lixo cresce, mas destino dos resíduos ainda é problema

Apesar do crescimento em 2008 da coleta dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil, quase a metade do lixo diário ainda tem destino inadequado, revela o estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado na segunda-feira (10) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
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De acordo com o documento, apenas 55% das 149,1 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos recolhidas diariamente tiveram destinação adequada no ano passado. O restante, ou foi para os lixões ou para os aterros não licenciados. O estudo mostra ainda um crescimento de 5,9% em relação a 2007 na quantidade de lixo urbano recolhido no país, em 2008.
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“Neste mercado de meio ambiente, o que chamamos de destino correto são as centrais de tratamento de resíduos, conhecidos como aterros sanitários licenciados, que são preparados para receber os resíduos, sem contaminar o meio ambiente e o lençol freático”, disse João Carlos David, presidente da Abrelpe, em entrevista à Agência Brasil.
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O destino do lixo hospitalar é mais um grave problema citado pelo documento da Abrelpe. Das 210 mil toneladas coletadas no ano passado, cerca de 80% não tiveram tratamento adequado, segundo Carlos David.
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“A gente só tratou adequadamente 23%, ou seja, o resíduo hospitalar, além de ser um problema para o meio ambiente, também é um problema de saúde pública porque ele acaba sendo transmissor de várias doenças”, afirmou.
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O tratamento correto para os resíduos hospitalares, segundo explicou o presidente da Abrelpe, é realizado por meio de três diferentes tecnologias: a desativação eletrotérmica, micro-ondas e autoclave.
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Em alguns casos, pode também ocorrer a incineração antes deles serem levados levados para os aterros sanitários.
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Para Carlos David, a responsabilidade sobre a destinação do lixo no país não ser apenas do poder público. Ela deve envolver também a sociedade. “A população consegue contribuir fazendo a sua parte, consumindo adequadamente e com consciência, sabendo separar os resíduos, não misturando os resíduos orgânicos, ou seja, não misturando a sobra de alimentos com resíduos potencialmente recicláveis como plásticos, vidros, papéis e latas”, disse.
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O estudo revela ainda o crescimento da coleta seletiva. Ela já é feita em 56% dos 5.565 municípios brasileiros, e o da reciclagem de latas de alumínio, onde o Brasil aparece na liderança mundial, com 96,5% do total de latas comercializadas no país, em 2007, oriundas da reciclagem.
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(Fonte: Elaine Patricia Cruz/ Agência Brasil)