quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Minas Gerais e Espírito Santo convocam a sociedade para discutir Plano Integrado de Recursos Hídricos

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No dia 21 de outubro será realizada a primeira consulta pública, em São Gabriel da Palha, no Espírito Santo. Os encontros têm como objetivo apresentar à sociedade o Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce.
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Durante 18 meses foram realizados estudos e pesquisas para a elaboração do plano.No dia 22 a audiência será realizada em Coronel Fabriciano, na região do Vale do Aço, Minas Gerais. Seguida de Caratinga, no dia 23 e Governador Valadares, no dia 29. Em novembro os encontros acontecem em Ponte Nova, no dia 3; Manhuaçu, no dia 4; Açucena, 5, e em Governador Valadares, novamente, no dia 6 de novembro.
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As consultas serão realizadas também no Espírito Santo, em Afonso Cláudio, 26 de outubro, e Colatina, 27 de outubro.
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Segundo a gerente de Planejamento de Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Célia Fróes, a participação da sociedade é importante para a conclusão dos trabalhos e definição de metas. Os enquadramentos dos 16 principais cursos de água da região também serão discutidos, de acordo com a gerente. “O enquadramento é o estabelecimento do nível de qualidade a ser alcançado ou mantido em um corpo d'água e não tem, necessariamente, que estar baseado na qualidade atual dos corpos hídricos, mas sim na qualidade desejável”, explicou.
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As sugestões deverão ser incorporadas ao projeto até o dia 30 de dezembro, prazo em que o consórcio contratado para a elaboração do plano deve entregar o projeto. O Comitê da Bacia do Rio Doce e, em Minas Gerais e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, no Espírito Santo, vão analisar o documento em 2010. As ações devem ser implementadas em um prazo máximo de 10 anos.
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*Com informações da ascom.
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Alunos de universidade catarinense avaliam capacidade energética em aterros sanitários

Durante um ano os alunos Matheus Zaguini e Paulo Ecco, do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avaliaram a capacidade de geração de energia elétrica nos aterros sanitários de Içara, Biguaçu e Itajaí. Juntos eles recebem mensalmente cerca de 44 mil toneladas de lixo.
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Segundo o estudo, que será apresentado no 19º Seminário de Iniciação Científica da UFSC, nos dias 21 e 22 de outubro, o potencial é para abastecer 17.200 residências com energia elétrica a partir da biomassa.
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Os estudantes, bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Pibic/CNPq), foram orientados pelo professor Armando Borges.
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Somente o aterro de Biguaçu tem capacidade para gerar energia para 9.400 residências. O local, que foi aberto em 1991, deve receber mais 1,3 milhão de toneladas até seu fechamento em 2013.
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*Com informações da UFSC.
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Danielle Jordan / Ambiente Brasil

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Uso da água divide mineradoras e Estado

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O uso da água escassa do Norte de Minas abriu uma queda de braço entre o Governo do Estado e as mineradoras interessadas em explorar as jazidas de ferro da região de Rio Pardo de Minas, estimadas em 10 bilhões de toneladas - quase metade do potencial do Quadrilátero Ferrífero, que inclui 30 municípios mineiros, entre eles os da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Itabira e Mariana, onde estão importantes minas da Vale.
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As mineradoras querem construir um mineroduto - tubulação para transporte de minério de ferro - até o Porto de Ilhéus, na Bahia, mas o Governo de Minas Gerais é contra, por considerar que a solução consumiria muita água. Para o Governo do Estado, o ideal seria a construção de uma ferrovia. A logística de transporte da produção, seja por mineroduto ou ferrovia, e a exploração do mineral vão demandar investimentos de R$ 2,4 bilhões. A polêmica veio à tona ontem, durante audiência pública sobre o projeto em Rio Pardo de Minas.
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O município de Rio Pardo de Minas fica a 500 quilômetros do Sul da Bahia, onde seria feito o escoamento da produção. A construção do mineroduto custaria US$ 500 mil por quilômetro instalado. No total, seriam gastos US$ 250 milhões. Já com a estrada de ferro, o valor seria o dobro. “As empresas não são contra a ferrovia. Porém, elas só aceitarão esta possibilidade por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP)”, revela o diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Jamil Habib Cury.
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Segundo Cury, além de Rio Pardo, outras cidades da região, como Grão Mogol e Salinas, também possuem potencial mineral. Cury diz que o minério de ferro encontrado na região tem uma qualidade boa, com um teor de concentração de 42%. No quadrilátero ferrífero, esse teor é de 60%.
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O diretor-presidente da Mineração Minas Bahia (Miba), Alexandre Couri Sadi, disse que a empresa vai investir R$ 1 bilhão na exploração do mineral. Segundo ele, somente nos estudos de prospecção, feitos nos últimos 3 anos, já foram gastos mais de R$ 30 milhões. Ele confirmou que as empresas estão unidas para aceitar a construção da ferrovia somente por meio de uma PPP.
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“É perfeitamente viável explorar o ferro encontrado na região. Precisamos do apoio do Governo para a possibilidade de uma estrada de ferro, que vai ficar muito cara. O que não vamos fazer, em hipótese alguma, é desistir deste projeto”, afirma Sadi.
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A audiência pública em Rio Pardo de Minas reuniu órgãos públicos e representantes de mineradoras como Vale, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Votorantim Metais e Miba. Na pauta de discussões, além da logística, incentivos fiscais. Rio Pardo de Minas possui 28,2 mil habitantes e fica a 681 quilômetros de Belo Horizonte.
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(Fonte: Portal Hoje em Dia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bioma é a grande caixa d’água do País

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Por trás da aparência ressecada dos meses de inverno, quando a umidade do ar cai a níveis alarmantes em algumas regiões, o Cerrado esconde uma identidade secreta: o bioma é um gigantesco coletor e distribuidor nacional de água, crucial para o abastecimento das regiões Centro-Sul, Nordeste, do Pantanal e até partes da Amazônia. Um serviço ecológico gratuito que corre o risco de ser racionado por causa do desmatamento.
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Das 12 bacias hidrográficas do País, 8 estão inseridas no Cerrado. A localização central do bioma, combinada com sua elevação topográfica e alta concentração de nascentes, faz com que ele funcione como uma caixa d’água. Cerca de 94% da água que corre na Bacia do Rio São Francisco em direção ao Nordeste brota no Cerrado - apesar de apenas 47% da bacia estar dentro do bioma, segundo cálculos da Embrapa.
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No caso do sistema Araguaia-Tocantins, que corre para o Norte e vai desaguar no Pará, 71% da água da bacia nasce no Cerrado. A proporção é a mesma para o conjunto das Bacias do Paraguai e do Paraná, que drenam grandes áreas do Centro-Sul. "O rio é só o encanamento superficial pelo qual a água corre", diz o pesquisador Felipe Ribeiro, da Embrapa. "Mas onde a água nasce é no Cerrado. As besteiras que a gente fizer aqui em cima vão repercutir rio abaixo."
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E as besteiras já estão em curso. Estudos realizados pelo pesquisador Marcos Costa, da Universidade Federal de Viçosa, mostram que o desmatamento nas cabeceiras do sistema Araguaia-Tocantins aumentou a descarga dos rios em 25%, apesar de não ter havido mudanças nos índices pluviométricos da bacia. Ou seja: a quantidade de água nos rios aumentou, apesar de a chuva ter continuado igual.
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Mais água, nesse caso, é má notícia. O problema é que o solo coberto por pastagens e lavouras absorve menos água do que o solo com vegetação nativa. Consequentemente, mais água escorre para os rios e é levada para fora do Cerrado, diminuindo a quantidade de umidade que fica disponível para os ecossistemas locais e a própria agricultura - além de aumentar o risco de enchentes para as comunidades que vivem rio abaixo.
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Segundo Costa, se o desmatamento continuar, é provável que os níveis de precipitação no bioma também sejam afetados. "Acho que estamos próximos do limite em termos climáticos." ¨"O problema mais sério que vamos ter daqui dez anos é com a irrigação", diz o pesquisador Hilton Silveira Pinto, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.
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O Pantanal também está de olho no problema. Praticamente todos os rios que deságuam no bioma nascem no Cerrado. "A sobrevivência do Pantanal depende diretamente da conservação do Cerrado", diz o ecólogo Leandro Baumgarten, da ONG The Nature Conservancy.
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(Fonte: Herton Escobar/ Estadão Online)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem aterros, SP planeja incinerar lixo

O governo de São Paulo está na fase final da elaboração de um plano para a construção de grandes usinas de incineração de lixo para colocar fim à falta de locais para aterros nas regiões metropolitanas e no litoral norte do Estado. Os estudos são feitos pela Emae -empresa estadual para a geração de energia - e começaram em 2004. A Emae negocia as usinas com as prefeituras. A ideia é implantar a primeira usina em dois anos.
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O plano da Emae é utilizar o lixo queimado para a geração de vapor e energia elétrica, subprodutos que podem bancar quase todo custo da operação, diz o diretor de geração da Emae, Antonio Bolognesi. Polêmica, a incineração de resíduos urbanos foi combatida por décadas por ambientalistas devido à emissão de poluentes altamente nocivos à saúde.
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O secretário do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Eduardo Jorge, é um dos críticos da incineração. "Essas usinas de incineração produzem dioxinas e furanos, substâncias que provocam câncer nas pessoas. Eles (os fabricantes das usinas) ainda precisam provar que o filtro que colocam é seguro", afirma. Os resíduos resultantes da queima também são considerados um problema ambiental, mas, segundo a Emae, o processo a ser adotado em São Paulo transforma esses restos em material inerte e próprio para a fabricação de blocos para serem usados na construção civil.
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O assunto é tão recente no Estado que a Secretaria do Meio Ambiente ainda está elaborando uma resolução com parâmetros de emissão de gases, que são necessários para o licenciamento das usinas. "Pensamos o projeto não só como usina de geração de energia, mas o objetivo é colaborar para resolver o problema do lixo no Estado", diz Bolognesi.
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Há hoje um processo se esgotamento dos aterros sanitários licenciados no Estado. No litoral norte, as prefeituras chegam a transportar o lixo or até 120 km para aterros em Santa Isabel (Grande SP) e Tremembé (Vale do Paraíba). Em São Paulo, o aterro Bandeirantes está esgotado e o São João recebe só 10% do lixo-a maior parte dos resíduos vai para aterros em Caieiras e Guarulhos, apesar de lei municipal determinar que o depósito seja feito na própria cidade.
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A Folha conversou com técnicos da Cetesb que defendem a implantação do método de incineração. O investimento, porém, é alto. Para queimar mil toneladas por dia - produção média de 1 milhão de pessoas no Brasil- uma usina custaria cerca de R$ 250 milhões. São Paulo produz cerca de 15 mil toneladas por dia, incluindo entulho de construção civil, lixo industrial e comercial e varrição de ruas. A Emae já orçou uma usina com capacidade para 600 toneladas/dia por R$ 200 milhões.
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Concorrência - As usinas de lixo já têm hoje, de acordo com a Emae, capacidade para concorrer em custos com a energia eólica, considerada a forma mais limpa. André Vilhena, engenheiro químico e diretor-executivo do Cempre (Compromisso Empresarial para a Reciclagem), disse que a incineração tem baixo impacto poluente. "A tecnologia de incineração já é comprovadamente adequada. É muito usada na Europa e no Japão, por exemplo. Eles não iriam adotar a tecnologia se causasse câncer", afirmou.
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O governo pretende, primeiro, buscar agregar essas usinas aos polos petroquímicos -como os de Mauá, Cubatão e Paulínia-, que têm forte demanda por energia elétrica e vapor. Isso porque essas regiões, além da concentração industrial, têm capacidade para produzir mais de 150 toneladas diárias, volume considerado mínimo para um projeto desse porte ser considerado economicamente viável.
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Bolognesi diz que as conversão estão avançadas com a Prefeitura de São Paulo.Outra empresa do Estado, a Sabesp, que neste ano começou a atuar em serviços de lixo para prefeituras, se interessa pelo projeto, segundo seu diretor de Sistemas Regionais, Humberto Semeghini.
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A principal referência do governo do Estado no projeto de incineração de lixo é a região da Baviera, na Alemanha. Lá, segundo um técnico da Cetesb, 60% do lixo é reciclado e 40%, enviado para incineração, justamente os materiais com maior poder de combustão.
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(Fonte: Folha de S. Paulo)

sábado, 26 de setembro de 2009

Professores se preparam no Rio de Janeiro para estimular a preservação da água

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Nesta quinta-feira (24), 40 professores da região de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, participaram de uma capacitação da Agência Nacional de Águas (ANA), para a gestão sustentável da água.
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A ação, que continua hoje no município, tem como principal objetivo estimular os jovens a preservar os recursos hídricos, além de promover a iniciação dos alunos do ensino fundamental nos procedimentos da pesquisa científica, como a observação, a experimentação e o registro. ¨

Nesta etapa, cerca de 20 escolas serão beneficiadas. Até agora o projeto já capacitou mais de mil professores em cinco estados, segundo dados da ANA. No Rio de Janeiro outras 80 escolas já implementaram o projeto.
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Os professores participam de atividades e dinâmicas, assistem a vídeos e aprendem como instituir o “Caminho das Águas” nas salas de aula. O projeto ainda oferece jogos, vídeos, mapas e CDs, para que os professores utilizem com as crianças.
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O próximo pólo a receber a capacitação, com a participação de 20 escolas, é o de Barra do Piraí, nos dias 28 e 29 deste mês. Barra Mansa recebe o projeto em seguida, beneficiando 30 escolas.
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O programa deve ser concluído em outubro, de acordo com previsão da ANA, com a capacitação de cerca de 1,7mil professores. Mais informações podem ser encontradas no site: http://www.caminhoaguas.org.br/.
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*Com informações da ANA.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Esgoto doméstico aumenta produtividade da cana-de-açúcar

Experimentos realizados numa área de cerca de 6 mil metros quadrados na cidade de Lins, interior de São Paulo, mostraram a viabilidade de utilização de efluentes de esgoto doméstico na irrigação de uma cultura experimental de cana-de-açúcar.
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"O efluente foi retirado da estação de tratamento de esgoto da cidade. A irrigação com o líquido propiciou uma melhor produtividade da cultura, em relação ao manejo tradicional em que normalmente a plantação é adubada.
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A produção foi superior em cerca de 50%", conta o engenheiro agrônomo Rafael Marques Pereira Leal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba.
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Cuidados e monitoramento constante - As pesquisas tiveram início em 2005 quando uma equipe coordenada pelos professores Adolpho José Melfi e Célia Regina Montes realizou o plantio da cana e passou a irrigar a cultura com efluente de esgoto tratado.
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Segundo Leal, o efluente de esgoto doméstico possui pouca contaminação de metais pesados. "No final do experimento é que constatamos um alto teor de sódio no efluente.
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Esses teores tendem a aumentar também no solo e, caso não seja manejado, podem ocasionar prejuízos ao solo e à planta," lembra. "Apesar de propiciar maior produtividade em relação ao cultivo tradicional, a irrigação da cana-de-açúcar com efluente requer cuidados e monitoramentos constantes", recomenda o engenheiro.
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Filtros de areia - A área em que foram realizados os testes fica próxima à estação de tratamento de esgoto daquela cidade. O efluente foi bombeado à plantação após passar por um filtro de areia que reteve algumas partículas em suspensão que poderiam entupir o sistema de irrigação.
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No período de monitoramento, os especialistas instalaram aparelhos chamados tensiômetros. "Esses equipamentos serviram para monitorar a umidade do solo. Ou seja, de acordo com a quantidade de água necessitada pela planta é que era feita a irrigação", descreve Leal.
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No entanto, o engenheiro recomenda que este é um dos métodos que podem ser usados para a aplicação do efluente. "Uma outra forma que pode ser adotada é monitorando os nutrientes que chegam às plantas. Alguns deles em excesso podem prejudicar toda uma cultura.
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"Nutrientes para a cultura - O efluente utilizado na irrigação continha além de água, nitrogênio, fósforo e potássio que são nutrientes importantes para a cultura.
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Normalmente, esse líquido é lançado em cursos d´água, o que pode ser danoso ao meio ambiente. Leal lembra que em outros países, principalmente os que possuem climas áridos, como por exemplo a Austrália e Israel, é comum a utilização de efluentes de esgoto na irrigação de diversas culturas.
Mas em relação à cana-de-açúcar, ele não tem informação de experimentos semelhantes.
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A colheita da cana irrigada com o efluente proveniente do esgoto foi realizada mais de um ano depois. "Usamos a cultura da cana denominada 'cana de ano e meio'. Apesar de o tempo de colheita ter sido o mesmo, observamos que a produtividade foi maior em cerca de 50%", conta.
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De acordo com Leal, ainda serão necessários estudos que analisem a viabilidade econômica da aplicação de efluentes na irrigação da cana-de-açúcar. "Principalmente porque em alguns locais, com a impossibilidade de canalização do efluente, teríamos custos com o transporte do líquido."
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(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Coleta de lixo cresce, mas destino dos resíduos ainda é problema

Apesar do crescimento em 2008 da coleta dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil, quase a metade do lixo diário ainda tem destino inadequado, revela o estudo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, divulgado na segunda-feira (10) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
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De acordo com o documento, apenas 55% das 149,1 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos recolhidas diariamente tiveram destinação adequada no ano passado. O restante, ou foi para os lixões ou para os aterros não licenciados. O estudo mostra ainda um crescimento de 5,9% em relação a 2007 na quantidade de lixo urbano recolhido no país, em 2008.
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“Neste mercado de meio ambiente, o que chamamos de destino correto são as centrais de tratamento de resíduos, conhecidos como aterros sanitários licenciados, que são preparados para receber os resíduos, sem contaminar o meio ambiente e o lençol freático”, disse João Carlos David, presidente da Abrelpe, em entrevista à Agência Brasil.
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O destino do lixo hospitalar é mais um grave problema citado pelo documento da Abrelpe. Das 210 mil toneladas coletadas no ano passado, cerca de 80% não tiveram tratamento adequado, segundo Carlos David.
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“A gente só tratou adequadamente 23%, ou seja, o resíduo hospitalar, além de ser um problema para o meio ambiente, também é um problema de saúde pública porque ele acaba sendo transmissor de várias doenças”, afirmou.
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O tratamento correto para os resíduos hospitalares, segundo explicou o presidente da Abrelpe, é realizado por meio de três diferentes tecnologias: a desativação eletrotérmica, micro-ondas e autoclave.
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Em alguns casos, pode também ocorrer a incineração antes deles serem levados levados para os aterros sanitários.
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Para Carlos David, a responsabilidade sobre a destinação do lixo no país não ser apenas do poder público. Ela deve envolver também a sociedade. “A população consegue contribuir fazendo a sua parte, consumindo adequadamente e com consciência, sabendo separar os resíduos, não misturando os resíduos orgânicos, ou seja, não misturando a sobra de alimentos com resíduos potencialmente recicláveis como plásticos, vidros, papéis e latas”, disse.
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O estudo revela ainda o crescimento da coleta seletiva. Ela já é feita em 56% dos 5.565 municípios brasileiros, e o da reciclagem de latas de alumínio, onde o Brasil aparece na liderança mundial, com 96,5% do total de latas comercializadas no país, em 2007, oriundas da reciclagem.
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(Fonte: Elaine Patricia Cruz/ Agência Brasil)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pesquisador da USP cria célula solar com 80% de eficiência

No Instituto de Química (IQ) da USP, o pesquisador Sérgio Hiroshi Toma construiu aglomerados de moléculas, átomo por átomo, demonstrando uma das principais técnicas da nanotecnologia, que é a chamada fabricação "de baixo para cima", em que as estruturas são fabricadas usando átomos ou moléculas individuais.
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Esses aglomerados, que utilizam o metal rutênio, são chamados de clusters, ou aglomerados, e dão origem a materiais que utilizam a luz para gerar eletricidade com alta eficiência, podendo ainda mudar a cor dos vidros que envolvem.
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Construindo moléculas úteis - Hiroshi Toma é pesquisador do Laboratório de Química Supramolecular do IQ. Segundo o professor Henrique Eisi, orientador da pesquisa e coordenador do laboratório, a nanotecnologia molecular constrói, átomo por átomo, materiais que tenham alguma função útil.
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"Para cada aplicação, construímos as moléculas ideais", explica. "Desenvolvemos uma molécula por vez. Depois, as conectamos e construímos uma 'máquina molecular', que desempenha o papel desejado," diz o pesquisador.
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Célula fotoeletroquímica - Em sua pesquisa, Hiroshi desenvolveu uma célula fotoeletroquímica - um dispositivo que converte luz em eletricidade - com os aglomerados de rutênio. O diferencial em relação às outras células solares é a sua eficiência de 80%: a cada 100 mil fótons (partículas de luz) que incidem sobre a placa, 80 mil elétrons são liberados.
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Para construir a célula, o pesquisador forrou placas de vidro condutor de eletricidade com um filme microscópico de dióxido de titânio e borrifou nele as moléculas criadas no laboratório.
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Todas as vezes que a luz bate nas moléculas, elas liberam elétrons. A corrente elétrica formada serve para manter funcionando pequenos aparelhos eletrônicos domésticos."Essa tecnologia é cara, mas não precisa de muita luz para gerar eletricidade", explica o professor. "Por isso acredito que fará sucesso para mover pequenos aparelhos, como calculadoras, dispensando as pilhas".
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Insulfilme colorido - O pesquisador também desenvolveu um filme para envolver vidros - semelhante ao tradicional insulfilme - que pode mudar de cor reversivelmente ao receber eletricidade. Para que o vidro mude de cor, basta submetê-lo a diferentes tensões. A estrutura projetada no laboratório do IQ mistura cristais de dióxido de titânio com moléculas de rutênio.
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Uma das possíveis aplicações dos filmes, chamado filmes eletrocrômicos, é impedir o calor de escapar dos ambientes por irradiação, funcionando como a parede espelhada de uma garrafa térmica. Outras aplicações são em outdoors e painéis de decoração. Os pesquisadores desenvolveram uma "biblioteca de moléculas", que permite criar vidros que abrangem diversos intervalos de cores.
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Moléculas inorgânicas - "Os melhores dispositivos já desenvolvidos são baseados em moléculas orgânicas, que desgastam rápido", destaca Eisi. "Eles são caros. Assim, há grande interesse comercial na tecnologia que desenvolvemos. Melhorando o sistema será possível fazer uma tela, como as de LCD".
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A invenção não foi patenteada pelo grupo de pesquisadores a tempo e é de domínio público.
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As invenções do pesquisador renderam-lhe o prêmio de melhor tese na área de química, concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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A CAPES é um órgão do Ministério da Educação que avalia e incentiva mestrados e doutorados.
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(Fonte: Site Inovação Tecnológica)

Criado GT para garantir aquecimento solar de água nas casas do PAC

O Ministério do Meio Ambiente instituiu o Grupo de Trabalho que vai definir os critérios de instalação de equipamentos de aquecimento solar de água nas casas do programa Minha Casa Minha Vida, o PAC da habitação, que deverá construir 1 milhão de moradias para populações de baixa renda.
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O menor impacto ambiental e a menor degradação dos recursos naturais, com a redução das emissões de gases de efeito estufa são os benefícios imediatos da substituição de chuveiro elétricos, comumente apontados como vilões também do consumo doméstico de eletricidade, o que acaba contribuindo para a demanda por construção de novas hidrelétricas.
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O aquecimento solar térmico nas casas do programa habitacional foi proposto pelo MMA há seis meses e deverá contemplar inicialmente as regiões sul, sudeste e centro-oeste, de acordo com a demanda.
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Até o final de agosto, o GT pretende ouvir representantes do setor da construção civil, para definir a melhor forma de integrar o sistema às construções das casa populares.
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Além de entregar o equipamento instalado, o programa deverá promover a capacitação das populações beneficiadas para manutenção e limpeza dos aquecedores, além encontrar a melhor solução para a minimização do impacto dos custos do sistema no preço final de cada unidade.
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O GT tem 15 meses, a partir da publicação no Diário Oficial (22) para apresentar plano de trabalho e, após a sua implementação, deverá avaliar os resultados obtidos na execução das medidas planejadas, conforme cronograma a ser aprovado, apresentando relatórios dos resultados e sugestões para novas etapas.
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Terão acento no grupo, além dos ministérios do Meio Ambiente, Cidades, Minas e Energia, a Caixa Econômica Federal, o Inmetro e Centro Brasileiro para o Desenvolvimento da Energia Solar Térmica (Grenn), da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. A Associação Brasileira de Refrigeração (Abrava) e a Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) atuarão como convidadas, podendo, ainda, serem convocados outros setores, a exemplo da construção civil.
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(Fonte: MMA)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Paranaenses discutem uso da água no Aquífero Karst - terreno frágil é uma das principais preocupações

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Começam nesta terça-feira (30) as audiências públicas para discutir o licenciamento e regulamentação do uso da água no Aquífero Karst. Participam dos encontros técnicos da Sanepar, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa), Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) e Mineropar, além de representantes das prefeituras e da sociedade. ¨
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Segundo a diretora de meio ambiente e ação social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, as audiências tem como objetivo fazer o licenciamento da área onde se encontra o aquífero, além de esclarecer para a população os impactos da atividade e a responsabilidade de cada um dos moradores.
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“Há importantes impactos como o da agricultura, que ainda utiliza uma forma muito convencional, com agrotóxicos”, diz a diretora, “nós temos que fazer um processo junto com os produtores rurais para que tenham essas informações e façam o uso da água de forma sustentada”.
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A Mineropar apresenta a geologia dos terrenos que envolvem o aquífero e a fragilidade do solo na região. A Sanepar vai mostrar como será feita a retirada da água e o volume de captação, uma vez que são estabelecidos limites para a exploração do recurso, de forma que esta pode ser controlada.
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Maria Arlete Rosa aponta como um dos principais ganhos ambientais o controle mais rigoroso e como se dá o processo da captação. “Se houver qualquer problema em decorrência, por exemplo, da estiagem, em que o lençol freático rebaixe, a empresa passa a retirar um volume menor de água. Hoje a captação é feita a partir do nível dinâmico do poço”, explica.
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Durante as audiências serão apresentadas as condições do relevo na região. O diretor presidente da Mineropar, Eduardo Salamuni, explica que os terrenos no entorno do aquífero são frágeis, o que demanda mais cuidados por parte do licenciamento. Segundo ele, mesmo sem a ação humana, os deslizamentos e a compactação do solo seriam comuns.
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“O que acontece é que existe um equilíbrio delicado entre solo e água naquela região. Se há retirada excessiva de água, existe a tendência de que o solo rebaixe. O problema é que se a retirada não é controlada, isso pode acontecer com maior velocidade”, explica o diretor.
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Na terça-feira, dia 30, a audiência será realizada em Almirante Tamandaré, e seguem em Colombo (1º/7), Bocaiúva do Sul (2/7), Itaperuçu (7/7), Campo Magro (8/7) e Campo Largo (9/7).
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Campanha pretende reduzir uso de sacolas plásticas

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O Brasil consome 12 bilhões de sacolas plásticas por ano e cada brasileiro usa cerca de 66 sacos por mês, segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No mundo, são 500 bilhões de saquinhos utilizados por ano. Cada sacola plástica demora cerca de 400 anos para se desintegrar no meio ambiente.



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Esta cesta da foto a cima foi produzida com saco plástico
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Com o objetivo de conscientizar o consumidor para a redução do uso dos sacos plásticos e sua substituição por sacolas retornáveis, foi lançada na terça-feira (23), em São Paulo, a campanha nacional Saco é um Saco. A campanha é uma parceria do Ministério do Meio Ambiente com apoio da rede de supermercados Wal-Mart.
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Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a expectativa é que outras redes de supermercados sigam o exemplo do Wal-Mart e que o consumidor perceba que acaba sendo vítima de sua própria irresponsabilidade. “São bilhões de sacos plásticos por ano e isso entope os canais, entope os rios, alaga áreas onde as pessoas moram, porque as pessoas jogam tudo nos rios, inclusive os sacos plásticos.”
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A campanha inclui a distribuição de folhetos, anúncios em revistas e a exibição de filmes curtos na televisão que mostram uma pessoa jogando um saquinho na rua e ao final sendo vítima de uma enchente causada pelo entupimento de bueiros por esses sacos.
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Para o ministro, o saco plástico deveria ser visto como as latas de alumínio que têm valor para reciclagem. “Temos que fazer uma mudança no conceito de lixo, que é matéria-prima fora do lugar, porque quase tudo pode e deve ser reaproveitado.”
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Segundo Minc, o saco plástico pode ser usado para geração de energia, para fazer plástico e pode ainda ser prensado para fazer dormentes e vigas, entre outras coisas. “
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Queremos dar uma destinação correta para esse saco plástico. Primeiro reduzir a quantidade produzida, porque de 3% a 4% do petróleo é para fazer saco plástico”.
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A dica é sempre levar uma sacola retornável para o supermercado, padaria, farmácia, papelaria ou açougue para evitar a necessidade de pegar os sacos plásticos para guardar as compras. Uma outra dica é deixar essa sacola em um local de fácil acesso para não esquecer.
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(Fonte: Flávia Albuquerque/ Agência Brasil)

Investimento em saneamento básico traz grande retorno, afirma OMS

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o investimento em água potável e saneamento básico gera retorno econômico e justifica cada dólar investido. Atualmente estima-se que, 2,4 bilhões de pessoas no mundo não tenham acesso a saneamento básico, enquanto mais de 1 bilhão não tem água potável disponível.
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As metas para o desenvolvimento do milênio, estabelecidas em consenso pelos países membros da ONU, propõem que até 2015 mais 2 bilhões de pessoas tenham acesso a água potável e esgoto.
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Os benefícios econômicos, dependendo da região do globo, podem ser de até 34 vezes o valor investido. Se considerarmos a economia por conta da disponibilidade de água potável, dispensando tratamento com produtos químicos, podemos chegar à poupança de 60 vezes o que for gasto para obter água limpa.
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As populações que têm acesso a água potável e saneamento básico adoecem menos e terão uma vida mais produtiva. O retrato atual da falta de saneamento mostra que pelo menos mais de 1,5 milhão de pessoas morrem anualmente por não ter água potável e saneamento básico. Outras doenças estão associadas ao baixo índice de saneamento, como a malária. que, por exemplo, mata quase 2 milhões de pessoas anualmente.
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Esses dados mostram de maneira definitiva que o investimento feito em saneamento básico e para a produção de água potável se reverte não só em saúde para a população como também em economia de divisas para quem investe e no aumento da riqueza geral a partir da melhora da produtividade e da saúde.
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(Fonte: G1)

Artesãos transformam CDs, DVDs e garrafas Pet em bijuterias


Um dos maiores desafios da atualidade é a destinação correta dos resíduos. A reutilização e reaproveitamento de materiais reduz o volume de material descartado.
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Ideias criativas começam a surgir para que materiais que antes seriam jogados no lixo tenham uma nova finalidade. Em Pernambuco o Projeto 100% Reciclar utiliza objetos como jornais, garrafas plásticas, Pets, vidros, latinhas, CDs, entre outros, para a confecção de peças de bijuteria.
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De acordo com um dos responsáveis pela ação, Guttenberg Senna, o contempla aspectos sociais, por meio de atividades socioambientais como a conscientização para a preservação ambiental e o resgate da cidadania através de geração de renda e criação de oportunidades.
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O trabalho dos artesãos pode ser conferido no site: http://reciclararte.googlepages.com/*Com informações da ascom*Com informações da ascom
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Todos os meses 350 toneladas de lixo são recolhidos das margens do Rio Tietê em São Paulo

De acordo com dados do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) 350 toneladas de lixo são recolhidos das margens do Rio Tietê em São Paulo todos os meses.
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O órgão anuncia o investimento de R$ 5 milhões na conservação do paisagismo das margens do rio no trecho das Avenidas Marginais.
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Serão realizados trabalhos de limpeza e remoção dos resíduos, assim como plantio, poda e manutenção de árvores e arbustos.
¨“Diariamente, são removidos mais de 60 sacos de 200 litros de lixo. Por mês, o volume chega a mais de 150 toneladas de lixo e restos de poda e 200 toneladas de entulho”, informa o DAEE.
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Pesquisador inventa tijolo feito de casca de coco e de castanha

Um novo tijolo inventado pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) não utiliza barro em sua composição. No lugar da argila, são usados restos de casca de coco, de castanha-do-pará e de tucumã, que costumam ser descartados no processamento dessas frutas.
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Segundo o pesquisador Jadir Rocha, da área de recursos florestais do Inpa, o novo tijolo é mais resistente que o original, com a vantagem de oferecer mais proteção contra o calor amazônico. “Como as matérias-primas são de vegetais, proporcionam um ambiente muito agradável, faça chuva ou faça sol”, afirma.
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Para conseguir agrupar as cascas duras das frutas e formar um bloco compacto, os restos são triturados, misturados com uma resina e prensados. Além de reciclar esses materiais, o tijolo vegetal tem a vantagem ecológica de não precisar ser cozido, evitando que árvores sejam cortadas para alimentar fornos.
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Outra vantagem enumerada por Rocha é que o novo tijolo dispensa cimento, pois tem um encaixe que une as peças. Água e cupim, graças à resina utilizada para colagem, também não serão problema. “Utilizamos resina fenólica, uma cola irreversível. Ela é derivada de petróleo. O ideal seria que tivéssemos resinas naturais, mas infelizmente as pesquisas ainda estão começando”, diz o pesquisador do Inpa.
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Madeira artificial - Uma outra novidade apresentada pelo laboratório de Rocha é uma chapa resistente fabricada com folhas. Ela serve para fazer móveis e divisórias, substituindo as chapas de aglomerado, feitas de serragem.
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“As folhas passam por um processo de trituração e depois são secas e juntadas com resina. Para dar mais sustentação, colocamos mantas de fibras de vidro. Futuramente, vamos substituí-las por um vegetal, mas isso ainda é segredo industrial."
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As chapas de folhas e os tijolos vegetais ainda não são produzidos comercialmente, e estão sendo patenteados pelo Inpa. Para que indústrias possam fabricar os produtos, o instituto conta com um setor especializado em vender tecnologias desenvolvidas lá.
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(Fonte: Iberê Thenório/ Globo Amazônia)

Pesquisadores desenvolvem plástico a partir de casca de mandioca e fibra de coco

O Núcleo de Reologia e Processamento de Polímeros, NRPP, do Departamento de Engenharia de Materiais, DEMa, da Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, criou um composto que combina um plástico biodegradável, EcobrasTM, com fibras vegetais, como casca de mandioca em pó ou fibras de coco.
O material é transformado em plástico rígido, utilizado para produção de peças pré-moldadas, como os tubetes de plástico utilizados em mudas de reflorestamento.
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Depois do plantio, esses tubetes são descartados e o material agride o meio ambiente. Com o novo composto, a decomposição é facilitada e gera apenas água, CO2 e biomassa.
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De acordo com o coordenador do projeto e professor do DEMa, Elias Hage Júnior, será possível ainda produzir qualquer peça moldada descartável, como bandejas de embalagens, por exemplo.
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No início de 2009 a primeira etapa do projeto foi encerrada, quando foi possível adequar o uso da casca da mandioca e a fibra de coco. Agora os pesquisadores trabalham para melhorar o produto e otimizar a produção. Segundo o coordenador, não há dificuldades para a produção em larga escala.
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Elias Hage Júnior destaca com um dos principais benefícios do produto a redução do uso do petróleo para a obtenção do produto. As fontes naturais utilizam apenas 5% em peso do petróleo, 95% são usados para combustíveis e outras aplicações.
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

terça-feira, 19 de maio de 2009

Água em crise

Diversos pesquisadores e especialistas têm atribuído a problemática da água a dois fatores fundamentais: escassez e gestão. A “crise da água” vivida atualmente pela humanidade se deveria a uma ou outra variável.
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Para Adolpho José Melfi, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), no entanto, não se trata de um problema causado apenas pela gestão ou pela escassez do recurso natural, mas sim pelos dois fatores intimamente interligados.
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“É inegável que hoje temos um problema causado pela escassez, devido principalmente à distribuição desigual de água no planeta e agravado pela má gestão, que sempre foi pontual e setorial, deixando de ser integrada para resolver a questão das bacias hidrográficas brasileiras de modo mais sistêmico”, disse Melfi à Agência Fapesp.
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O reitor da USP de 2001 a 2005 e que também já integrou o Conselho Superior da Fapesp, esteve na semana passada na Fundação, como um dos palestrantes do workshop que sucedeu a cerimônia de assinatura do termo de cooperação entre a Fapesp e a Sabesp para apoio à pesquisas em recursos hídricos e saneamento. Melfi falou sobre “Água: Pesquisa para a sustentabilidade”.
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“As consequências dessa crise são claras para países como o Brasil. Ainda que tenhamos 14% de todos os recursos hídricos do mundo, grandes cidades, como São Paulo, estão no limite da escassez”, disse.
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Ao enfatizar as consequências de problemas de gestão e de escassez, que para ele representam um dos maiores desafios para as próximas décadas, Melfi ressaltou que a soma de todas as atividades humanas, sejam agrícolas, industriais, de serviços, lazer e outras, resulta em um consumo aproximado de 20 milhões de litros por ano por habitante do planeta.
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Esse consumo elevado faz com que pelo memos 26 países se encontrem atualmente no que o pesquisador define como “situação de penúria”, sendo que mais 50 devem atingir esse patamar até a metade deste século.
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Melfi é membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências da América Latina, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, da Académie d'Agriculture de France e da Académie des Sciences d'Outre Mer, também na França.
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É detentor de vários prêmios acadêmicos, como a Medalha de Prata de Geologia, a Gran Cruz do Mérito Científico, a Palma Acadêmica do governo francês e o prêmio de Geocientista do Ano de 2004 da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento. Desde 2007 é diretor do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina da Fundação Memorial da América Latina.
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Segundo Melfi, com relação ao uso da água nas sociedades modernas, em média 69% são para atividades agrícolas, 23% para a indústria e 8% para atividades urbanas. “Mas temos observado que mesmo países com grande quantidade de água podem ter regiões com pouca disponibilidade do recurso. Entre os fatores que mais explicam a distribuição heterogênea da água estão a ocupação do solo e as variações do clima”, apontou.
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No Brasil, segundo ele, o uso mais intenso está na irrigação de culturas, com 69%, seguido pela utilização para a criação animal (11%), uso urbano (11%), industrial (7%) e rural (2%).
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Melfi usou também dados do Relatório sobre Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2006, que aponta que 1,2 bilhão de pessoas estariam atingidas diretamente pela escassez de água.
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De acordo com o relatório, 2,7 bilhões devem ser atingidas até 2025, 2,6 bilhões não contam com saneamento básico e 1,8 milhão de crianças morrem anualmente por infecções transmitidas por água insalubre.
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De acordo com Melfi, esse panorama tende a se agravar, uma vez que a demanda por água continua a crescer devido ao aumento populacional de cerca de 90 milhões de habitantes por ano no mundo, alidado a fatores como a necessidade de produzir maior quantidade de alimentos e a rápida industrialização dos países em desenvolvimento, nos quais a indústria aumentou o consumo de água em cerca de 30 vezes apenas no século 20.
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Pesquisa básica e aplicada - Para o enfrentamento da crise, Melfi sugere que uma das principais saídas estaria na realização de mais pesquisas científicas, tanto básicas como aplicadas, que levem, sobretudo, à redução do consumo e ao reúso de água.
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“A pesquisa sobre o assunto é fundamental e deve ser multidisciplinar, envolvendo todos os elementos possíveis que constituem a paisagem natural e os sistemas hídricos. Os estudos precisam ainda ser sistemáticos no sentido do constante monitoramento dos resultados. Nesse sentido o acordo FAPESP-Sabesp é fantástico por garantir a continuidade dos projetos, que deverão ter longa duração”, disse.
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O termo de cooperação entre as instituições prevê um investimento de até R$ 50 milhões, sendo metade de cada uma, ao longo de cinco anos, voltados para o financiamento de projetos propostos por pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa paulistas e da empresa de saneamento.
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Serão apoiadas pesquisas em sete principais eixo temáticos: “Tecnologia de membranas filtrantes nas estações de tratamento de água e de esgoto”; “Alternativas de tratamento, disposição e utilização de lodo de estações de tratamento de água e estações de tratamento de esgotos”; “Novas tecnologias para implantação, operação e manutenção de sistemas de distribuição de água e coleta de esgoto”; “Novas tecnologias para melhorias dos processos de operações unitárias”; “Monitoramento da qualidade da água”; “Eficiência energética”; e “Economia do saneamento”.
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(Fonte: Thiago Romero/ Agência Fapesp)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Expedição pretende reciclar "sopa de lixo" no oceano

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Parte de São Francisco, nos Estados Unidos, no próximo mês, uma expedição com o objetivo de explorar uma "sopa de lixo" com o dobro do tamanho do Texas, que flutua no Oceano Pacífico.
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De acordo com o jornal Times, o objetivo dos cientistas e ambientalistas é tentar reciclar o material. ¨ O oceanógrafo Charles Moore, que descobriu o lixo acumulado no oceano em 1997, acredita que cerca de 100 milhões de toneladas de dejetos estão circulem na região. De acordo com Moore, o mar de lixo é translúcido e está numa superfície de água, por isso não pode ser detectado em fotografias de satélite. "Você só o vê da proa dos navio", declarou. ¨ Peixes e aves confundem os minúsculos pedaços de lixo com alimento e podem chegar à mesa de consumidores com os dejetos no estômago.
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Moore não acredita que o problema possa ser solucionado. "Tentar limpar o Pacífico teria falido qualquer país e matado animais selvagens", afirmou ao Times.
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Em junho o projeto Kaisei será colocado em prática sob a liderança de Doug Woodring na tentativa de provar que Moore está errado.
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A expedição composta por 30 pessoas irá utilizar aeronaves não tripuladas e exploradores robóticos para mapear a extensão e profundidade do plástico acumulado e em seguida tentar reciclar este material.
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Woodring admite que a tarefa não será fácil. "Nós não seremos capazes de limpar todo o oceano. A solução reside realmente em terra. Temos de tratar o plástico de uma forma totalmente diferente, e impedi-lo de chegar ao oceano", disse.
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(Fonte: Portal Terra / JB ONLINE)


Cartilha ensina empresários a economizar água

Como detectar vazamentos, reaproveitar a água e economizar, são alguns dos temas da cartilha que começou a ser distribuída esta semana para empresários de São Paulo. ¨ A iniciativa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) tem como principal objetivo superar as discussões provocadas pela necessidade de redução de consumo apenas em períodos de racionamento de água, de acordo com o presidente do Conselho de Desenvolvimento das Cidades da Fecomercio, Josef Barat. “Na verdade, trata-se de criar um processo duradouro de conscientização e promover campanhas educativas, que contribuam para consolidar atitudes mais proativas da população urbana em favor da sustentabilidade ambiental”, diz. ¨ O canal de comunicação com a rede de sindicatos e associações ligados ao comércio e aos serviços, com a distribuição gratuita do material permite um alcance muito grande, segundo o presidente do conselho. “Orienta-se os usuários a reduzir desperdícios e, consequentemente, reduzir os valores despendidos com a água”, explica. ¨ Confira abaixo algumas dicas da Sabesp destacadas na cartilha: Entre as soluções apontadas para o uso racional da água nas empresas estão ações como detecção e reparo de vazamentos, troca de equipamentos convencionais por equipamentos economizadores, estudos para reaproveitamento da água e palestras educativas. ¨ Além do Programa de Uso Racional da Água (Pura) da Sabesp que promove a redução no consumo de água, constam da plataforma customizada da companhia a implementação do contrato de demanda, medição individualizada, telemedição, água de reuso, entre outros. ¨ Para a economia de águas em casas e apartamentos é recomendado o banho de cinco minutos, que são suficientes para higienizar o corpo. A economia é ainda maior se ao se ensaboar fecha-se o registro. O mesmo é indicado ao escovar os dentes. ¨ Na cozinha, são ideais sabões e detergentes isentos de fosfatos e com tensoativos de base vegetal, reduzindo o efeito de poluição e geração de espumas, facilitando o tratamento de esgotos. ¨ Para lavar roupa, é preciso juntar várias peças suja antes de ligar a máquina ou usar o tanque, usar um regador para molhar as plantas ao invés de utilizar a mangueira. ¨ Para uma piscina de tamanho médio exposta ao sol e à ação do vento, perde-se aproximadamente 3800 litros de água por mês por evaporação. Com uma cobertura (encerado, material plástico), a perda é reduzida em 90%, além de conservar a temperatura e prevenir a formação de algas pela ação do sol e ingresso de sujeira.
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

Gestão de resíduos sólidos – mais do que uma tendência, uma necessidade

A questão do lixo e sua destinação continua sendo uma das principais preocupações dos governantes e da sociedade.
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Em Minas Gerais foi assinada, na última sexta-feira (24), uma carta convênio de Cooperação Técnica para o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado de Minas Gerais. Estiveram presentes na assinatura do acordo os secretários de Estado do Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, e do Meio Ambiente, José Carlos de Carvalho, além do diretor do BID para o Brasil, José Carlos Miranda e do representante do BID no Brasil, José Luis Lupo, diretores do BDMG, entre outras autoridades.
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O convênio visa incentivar o Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU), para erradicação dos lixões no Estado.
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Serão selecionados municípios para a implantação de projetos-pilotos para operação e monitoramento de instalações para o tratamento e disposição dos resíduos. Estão previstos ainda consórcios públicos entre municípios para implantação desses sistemas de gerenciamento.
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A iniciativa prevê ainda, o suporte por meio de consultorias técnicas e jurídicas, para a criação de consórcios públicos entre municípios destinados à implantação do GIRSU.
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Seminário no Paraná em Londrina (PR), começou dia 26, o seminário Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais e de Serviços de Saúde.
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Realizado em parceria entre o Ministério Público do Paraná, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o evento envolve representantes de órgãos públicos, gestores de resíduos sólidos, institutos de pesquisa e extensão, universidades, organizações não-governamentais, técnicos, consultores, empresários, pesquisadores, professores e estudantes.
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Os debates iniciaram no dia 27. A tarde de domingo foi dedicada a uma oficina para construção de aquecedor solar com materiais recicláveis.
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Danielle Jordan / Ambiente Brasil

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lixo vira arte e exposição em Minas Gerais

No próximo domingo, dia 26, será realizado o “Bazar de Produtos Reciclados do Ponteio”, das 13h às 20h, no Ponteio Lar Shopping, em Belo Horizonte (MG).
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O trabalho de quinze artesãs será apresentado em peças de uso pessoal, enfeites e adornos para casa e peças de arte, produzidos com materiais reciclados. Garrafas pet, vidro, jornais, revistas, tecido, sementes... tudo se transforma com a criatividade das artistas.
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A produtora cultural, responsável pela exposição, Emília Pimentel, destaca a importância desse espaço aberto para essas mulheres. “Dessa forma, com a valorização do ser humano, em especial da mulher, veremos a dignidade da vida no sorriso de cada um”, diz. A mostra, que tem como principal material o lixo, acontece desde 2005, aos domingos.
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil

ONGs querem proteção das águas contemplada em convenção sobre clima

O secretário de Recursos Hídricos e Desenvolvimento Urbano Vicente Andreu recebeu na quinta-feira (23) a presidente da Fundação France Liberté Danielle Mitterrand. De passagem pelo Brasil, onde visitou projetos desenvolvidos pela ONG em Minas Gerais e no Acre, a ex-primeira dama da França apresentou ao secretário a proposta de um Protocolo Mundial das Águas a ser incluída na Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, que será discutida no âmbito das Nações Unidas em Copenhague, no próximo mês de dezembro.
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A proposta foi formulada em fevereiro, em Bruxelas, durante um fórum de ONGs onde Danielle Miterrand dividiu o protagonismo com o ex-governante soviético Mikail Gorbachev. Hoje os dois correm o mundo em busca de apoio dos governos para incluí-la entre os compromissos que serão firmados em Copenhague.
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"Não pode haver um protocolo pós-Kyoto que não contemple a questão da água, já que há uma profunda interação entre as mudanças climáticas e a oferta de água", defendeu Danielle Miterrand, no que teve o apoio de Vicente Andreu.
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Ele destacou que o Brasil já dá esse tratamento ao tema na medida em que discute simultaneamente os seus planos nacionais de Recursos Hídricos e de Mudanças Climáticas e informou que vai promover um profundo debate do documento das ONGs no âmbito técnico do Ministério do Meio Ambiente e submeterá suas conclusões às esferas de decisão.
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(Fonte: Lúcia Leão/ MMA)

Volume de água do rio São Francisco caiu 35% em 50 anos, diz estudo

Uma pesquisa feita por cientistas norte-americanos aponta que o fluxo de água na bacia do rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais e deságua no nordeste do Brasil, caiu 35% no último meio século.
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O estudo, que será publicado no próximo dia 15 de maio no Journal of Climate, da Sociedade Meteorológica Americana, foi feito por pesquisadores do National Center for Atmospheric Research (NCAR), que fica no Estado americano do Colorado.
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Eles analisaram dados coletados entre os anos de 1948 e 2004 nos 925 maiores rios do planeta, e concluíram que vários rios de algumas das regiões mais populosas estão perdendo água.
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De acordo com os pesquisadores, a bacia do São Francisco foi a que apresentou o maior declínio no fluxo de águas entre os principais rios que correm em território brasileiro durante o período pesquisado.
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Neste mesmo período, o fluxo de águas na bacia do Amazonas caiu 3,1%, enquanto as bacias de outros rios brasileiros apresentaram uma elevação na vazão.
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O fluxo de águas no rio Paraná (que termina na Argentina), por exemplo, apresentou um aumento de 60% no período pesquisado, enquanto a bacia do Tocantins registrou um acréscimo de 1,2% em sua vazão.
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Segundo o cientista Aiguo Dai, o líder da pesquisa, esta variação está relacionada principalmente a mudanças na quantidade de chuvas nas regiões das bacias.São Francisco - Estas alterações nos níveis de precipitações, de acordo com o pesquisador, estariam relacionadas, principalmente, ao fenômeno meteorológico El Niño, que consiste em um aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico e que afeta o clima da região e do planeta.
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Dai afirma que, entre 1948 e 2004, a região da bacia do rio São Francisco apresentou uma leve queda nos níveis de precipitações e um grande aumento de temperatura.
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Estes dois fatores contribuíram para o grande declínio do escoamento do rio. Segundo ele, o aumento das temperaturas eleva a evaporação, e assim, reduz o fluxo de água do rio.
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"Eu avalio que algumas destas mudanças na temperatura e nas precipitações estão relacionadas às mudanças nas atividades do El Niño, mas não todas elas", afirma o cientista.
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Água - De um modo geral, o estudo aponta que alguns dos rios mais importantes do planeta e que abastecem áreas populosas estão perdendo água.
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Um terço dos 925 rios pesquisados apresentaram mudanças significativas nos fluxos de água no período, sendo que aqueles que perderam vazão ultrapassam os que ganharam em uma proporção de 2,5 para 1.
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Entre os rios que apresentaram declínios na vazão estão alguns que servem a grandes populações, como o Amarelo, na China, o Niger, na África, e o Colorado, nos Estados Unidos.
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Em contraste, os pesquisadores constataram um aumento considerável na vazão de rios em áreas pouco habitadas no Oceano Ártico.
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Entre os que permaneceram estáveis ou que registraram um pequeno aumento no fluxo de água estão o Yang Tsé, na China e Bhrahmaputra, na Índia.
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Segundo os pesquisadores, muitos fatores podem afetar a vazão desses rios, incluindo barragens e o desvio de água para a irrigação.
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Mas, de acordo com os dados da pesquisa, em muitos casos, a redução no fluxo de água pode estar relacionada às mudanças climáticas globais, que alteram os padrões de chuvas e os níveis de evaporação."
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A redução na vazão aumenta a pressão sobre as reservas de água doce em grande parte do mundo, especialmente em um momento em que a demanda por água aumenta por causa do crescimento da população.
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A água doce é um recurso vital, e a tendência de queda é motivo de preocupação", diz Aiguo Dai.
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Pesquisas anteriores feitas em grandes rios, no entanto, apontavam que a vazão global dos cursos de água estaria aumentando.
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(Fonte: G1)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rios do mundo transportam cada vez menos água, diz estudo

A vazão dos maiores rios do planeta caiu nos últimos 50 anos, com mudanças significativas afetando cerca de 30% dos principais cursos d'água.
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Uma análise dos 925 maiores rios, de 1948 a 2004, mostra um declínio no fluxo total. Só a redução do volume de água despejado no Oceano Pacífico equivale ao desaparecimento do Rio Mississippi, de acordo com estúdio que será publicado na edição de 15 de maio do Journal of Climate, periódico da Associação de Meteorologia dos EUA.
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A única região do mundo onde o fluxo de água aumentou foi o Ártico, onde o aquecimento do clima aumenta o derretimento de neve e gelo, dizem pesquisadores liderados por Aiguo Dai, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica."
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Os recursos de água doce provavelmente vão declinar nas próximas décadas em muitas áreas populosas de latitudes médias e baixas, principalmente por causa da mudança climática", disse Dai. "O rápido desaparecimento dos glaciares em montanhas do platô tibetano e outros lugares vai agravar a situação".
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Embora Dai tenha citado a mudança climática como um fator importante nas alterações dos rios, o artigo científico também menciona outras causas, como o desvio de água para fins agrícolas e industriais.
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Entre os rios que apresentam vazão declinante, vários servem a grandes populações. Entre eles, o Rio Amarelo, o Ganges, o Níger e o Colorado.
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Houve considerável variação anual na vazão de muitos rios, mas a tendência geral foi de queda: a descarga de água doce anual no Oceano Pacífico caiu cerca de 6%, ou 526 quilômetros cúbicos.
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No Índico, a queda foi de 3%, ou 140 quilômetros cúbicos. Em contraste, a descarga anual no Oceano Ártico aumentou 10%, ou 460 quilômetros cúbicos.
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O Atlântico sofreu pouca mudança, com aumentos na vazão do Mississippi e o Paraná compensadas por uma redução do Amazonas.
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(Fonte: Estadão Online)

terça-feira, 31 de março de 2009

Motorola apresenta primeiro celular feito de garrafas plásticas

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A Motorola acaba de lançar um novo aparelho de celular que promete ser um marco na telefonia móvel do Brasil. Ecologicamente responsável, o MOTOTM W233 Eco é o primeiro celular do mundo feito com plástico reciclado de garrafas.
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O W233 Eco possui um kit 100% reciclável, com embalagem e manual produzidos a partir de papel reciclado. O aparelho tem 25% da sua estrutura externa feita a partir de garrafas plásticas, além de oferecer uma bateria com maior vida útil, com até nove horas de conversação, garantindo economia de tempo e energia.
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É também o primeiro telefone do mundo que traz o certificado CarbonFree.Por meio de uma parceria com a Carbonfund.org™, a Motorola compensará todo carbono emitido na fabricação, distribuição e uso do celular com investimentos em projetos de preservação, reflorestamento e energia renovável. No Brasil, os recursos serão destinados para um programa de tratamento de água, localizado em Vargem Bonita (SC).
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Este processo prevê a coleta do gás metano durante o tratamento de efluentes, evitando que o mesmo seja emitido para o meio ambiente e, desta forma, diminuindo o impacto do aquecimento global.
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- Estamos orgulhosos em poder oferecer aos nossos clientes a oportunidade de estar integrado com o meio-ambiente, por meio de um aparelho voltado totalmente para a consciência ecológica, desde a utilização de plástico reciclado no seu design até a embalagem.
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Além disso, vale reforçar a parceria com a Carbonfund.org, a qual ajudará o mundo a respirar melhor com a compensação de dióxido de carbono - destaca Sérgio Buniac, vice-presidente de Produtos Móveis da Motorola Brasil.
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(Fonte: JB Online)

Brasil é referência mundial em gestão de recursos hídricos, diz presidente da ANA

O presidente da Agência Nacional da Águas (ANA), José Machado, disse nesta quinta-feira (26) que o país é referência mundial em gestão de recursos hídricos.
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“Temos uma legislação e um modelo de gestão extremamente modernos e adequados às dimensões continentais de nosso país e o relatório é mais um exemplo”, afirmou Machado, após o lançamento da primeira edição do Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil - 2009.
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Entretanto, o Brasil começou tarde, de acordo com o presidente. A Lei Nacional das Águas, que estabeleceu diretrizes e instrumentos para a gestão das águas brasileiras, por exemplo, foi criada apenas em 1997.
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“Temos somente 12 anos de exercício. Um tempo curto para um enorme passivo com rios degradados, onde precisamos fazer a conservação da água para o abastecimento humano e o usufruto do desenvolvimento econômico”, destacou.
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Machado disse que o relatório qualificará a gestão dos recursos hídricos no país. O documento, que será produzido anualmente, sempre com informações do ano anterior, apresentará um diagnóstico da área com dados, estatísticas, avanços, retrocessos e recursos investidos.
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“Será um alerta, pois mostrará se houve progressão, se há pouca disponibilidade de água, se a qualidade da água está piorando ou melhorando. É importante que a sociedade acompanhe”, disse.
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Ao participar do lançamento do relatório, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ressaltou a importância do documento para monitorar a situação da água no país, possibilitar melhorias e contribuir para a preservação do ambiente.
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“O Brasil trata mal as suas águas, elas estão poluídas, o saneamento está muito atrasado. Outros países conseguiram recuperar suas águas. Rios, como o Tâmisa (na Inglaterra) que, há 20 anos atrás, era um poço químico, hoje são limpos, mas isto exige dinheiro, planejamento e educação ambiental”, ressaltou Minc.
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De acordo com o levantamento, a situação da qualidade da água no Brasil varia conforme a região. Na Região Amazônica, ela é considerada excelente, pois mesmo que haja alguma poluição pontual acaba sendo diluída no grande volume de água.
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As regiões mais industrializadas e urbanizadas são as mais afetadas.O Índice de Qualidade da Água (IQA), apurado em 2006, mostrou uma condição ótima em 9% dos pontos avaliados no Brasil, boa em 70%, razoável em 14%, ruim em 5% e péssima em 2%.
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Com relação às cargas orgânicas, derivadas de lixo, as áreas mais críticas estão nas bacias do Nordeste, dos rios Tietê e Piracicaba (São Paulo), dos rios das Velhas e Verde Grande (Minas Gerais), do Rio Iguaçu (Paraná), do Rio Meia Ponte (Goiás), do Rio dos Sinos (Rio Grande do Sul) e do Rio Anhandauí (Mato Grosso do Sul).
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A publicação está disponível no site da Agência Nacional das Águas (http://www.ana.gov.br/).
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(Fonte: Lisiane Wandscheer/ Agência Brasil)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Crise pode retardar avanço da água potável, diz Banco Mundial

A crise financeira global pode retardar em pelo menos uma década o desenvolvimento do abastecimento de água no mundo, porque faltarão investimentos e cada vez mais gente se verá sem condições de pagar as contas de água, alertou o Banco Mundial na terça-feira (17).
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Com a redução das verbas, pode ser retomado um círculo vicioso de serviços ruins, alta inadimplência e poucos investimentos, disse Jamal Saghir, diretor de Energia, Água e Transporte do Banco Mundial.
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Falando no Fórum Mundial da Água, em Istambul, ele disse que as empresas de abastecimento hídrico do mundo todo têm de melhorar sua eficiência de modo a convencer os governos que vale a pena investir nesse serviço.
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Enquanto isso, novos empreendimentos devem ser cancelados, e os projetos atuais de infra-estrutura hídrica podem sofrer pressões de custos, disse ele.
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Mais de 20 mil ambientalistas, cientistas e especialistas em água e ajuda humanitária estão no fórum discutindo questões relativas a água, mudança climática e desenvolvimento com ministros de cerca de 120 países.
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A conferência foi criticada por alguns grupos de ativistas por não salientar suficientemente o fato de que a água potável é um direito humano básico.
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Uma das chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio, instituídas pela ONU no começo da década, é reduzir pela metade até 2015 a proporção de pessoas sem acesso à água potável.
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Atualmente, há cerca de 1 bilhão de pessoas sem acesso à água, e 2,6 bilhões sem saneamento básico.
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Angel Gurria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), disse à conferência que os governos devem rever o financiamento dado aos serviços hídricos - normalmente um misto de tarifas dos usuários, arrecadação fiscal e, em alguns países, subsídios.
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Ele afirmou que, caso a crise dificulte a obtenção de crédito, os países devem buscar formas de adotar gradualmente sistemas mais baseados nas tarifas, que também protegeriam os menos capazes de pagar.
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Em um relatório divulgado na conferência, a OCDE disse que a crise financeira representa uma oportunidade de tornar a infraestrutura hídrica mais eficiente, o que naturalmente atrairia mais investimentos.
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(Fonte: Estadão Online)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Fórum Mundial da Água busca respostas para escassez

O V Fórum Mundial da Água, aberto nesta segunda-feira (16), pretende apresentar respostas para escassez do recurso provocada pelo crescimento da população, o esbanjamento, o consumo extravagante e o aumento da necessidade de energia.
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O encontro, de uma semana, acontece a cada três anos e nesta ocasião reúne um número de participantes nunca visto, 28.000 pessoas de mais de 180 países, segundo os organizadores.
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O fórum analisará os problemas da escassez de água, o risco de conflito por enfrentamentos entre países por rios e lagos e a melhor maneira de proporcionar água limpa a milhões de pessoas."Nosso comportamento é cada vez mais irrefletido e inconsecuente", denunciou na abertura o francês Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, que convoca o encontro.
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"Aumentar indefinidamente a oferta de água é caro, muito mais caro hoje, em um contexto de evolução do clima e crise financeira. Aumentar a oferta coloca em perigo o meio natural", explicou.
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"Somos responsáveis pelas agressões cometidas contra a água, responsáveis pela evolução do clima, que vem se somar às mudanças globais, responsáveis das tensões que reduzem a disponibilidade das massas de água doce, indispensáveis para a sobrevivência da humanidade", completou.
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A previsão é de que a população mundial, atualmente superior a 6,5 bilhões de pessoas, pode chegar a nove bilhões até meados do século, o que aumentará consideravelmente a demanda de recursos hídricos, a 64 bilhões de metros cúbicos por ano, segundo a ONU.
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Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), o número de pessoas com graves problemas para conseguir água chegará a 3,9 bilhões em 2030, ou seja, metade da população do mundo. A maioria vive na China e sul da Ásia.
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As contas da OCDE não incluem o impacto da mudança climática, que pode já estar afetando as coordenadas da água, mudando o lugar e o momento das chuvas e nevascas, segundo especialistas.
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Quase 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico, o que contraria as Metas de Desenvolvimento do Milênio da ONU.
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Os cientistas acreditam que as causas da crise são a irrigação excessiva, as falhas no fornecimento urbano, a contaminação dos rios e a extração desefreada de qualquer fonte.
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O Fórum da Água, que terminará no próximo domingo, começa com uma reunião com um pequeno número de chefes de Estado e de Governo convidados pela Turquia.
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Também acontece uma reunião ministerial para elaborar projetos de melhor gestão da água e para a resolução de conflitos motivados pelos recursos hídricos.
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Além da dimensão política, a conferência também tem a participação de empresas que atuam na bilionária indústria da água."Temos que nos organizar para usar a água de modo sustentável. Precisamos de sistemas para administrar a água", afirmou Mark Smith, do grupo ecológico União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
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(Fonte: Yahoo!)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sol para água limpa

Cientistas irlandeses estão utilizando a nanotecnologia para aprimorar um método de baixo custo para a desinfecção da água por meio da luz solar.
O objetivo é minimizar os impactos das mudanças climáticas sobre a saúde humana.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,8 milhão de pessoas – a maior parte crianças com menos de 5 anos – morrem anualmente em decorrência do consumo de água contaminada. Esse quadro deverá se agravar ainda mais com o aquecimento global, de acordo com os relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
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Estudos coordenados por Patrick Dunlop, professor da Escola de Engenharia da Universidade de Ulster, na Irlanda do Norte, têm o objetivo de desenvolver fotocatalisadores nanoestruturados para aplicação em um equipamento de baixo custo que utilize a energia solar para purificar a água em regiões carentes.
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A pesquisa – que faz parte do projeto Sodis (acrônimo para “desinfecção solar”, em inglês) financiado pela União Européia – foi apresentada por Dunlop durante o Workshop on Physics and Chemistry of Climate Change and Entrepreneurship (“Workshop sobre empreendedorismo e física e química das mudanças climáticas”), na sexta-feira (27/2), na sede da FAPESP.
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O evento, que faz parte da programação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, integrou as atividades da Parceria Brasil-Reino Unido em Ciência e Inovação.“A idéia é aprimorar as estratégias de desinfecção solar, desenvolvendo uma tecnologia social com base no aumento do volume de água tratada pelo Sodis, ampliando a eficácia e a velocidade do processo com uso de fotocatalisadores nanoestruturados”, disse.
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O método, segundo Dunlop, é caracterizado por uma grande simplicidade: consiste em depositar água em garrafas PET, que são colocadas sob o sol por um período de cerca de 6 horas, normalmente sobre os telhados das casas, antes do consumo.
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Estudos anteriores mostraram, por exemplo, que crianças com menos de 6 anos que utilizaram água submetida à desinfecção solar tiveram sete vezes menos probabilidade de contrair cólera.“O Sodis proporciona uma ação efetiva contra uma ampla gama de patógenos, com um processo muito simples e custo praticamente nulo. Por outro lado, alguns patógenos ainda são resistentes e há problemas para garantir a qualidade e as condições da garrafa”, disse.
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Segundo ele, o projeto é realizado em diversos países da África, Sudeste Asiático e América Central, além de Peru, Equador, Bolívia e Brasil, onde foi implantado na comunidade de Prainha do Canto Verde, na região de Fortaleza (CE).
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Recurso cada vez mais escasso - De acordo com Dunlop, o projeto é uma tentativa de contribuir para alcançar as Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas, que incluem a redução pela metade, até 2015, do número de pessoas sem acesso à água potável no mundo. “Atualmente há mais de 1,1 bilhão nessa condição. A cada ano ocorrem 4 bilhões de casos de diarréia, sendo 88% decorrentes de uso de água contaminada”, disse.
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Dunlop afirma que, de acordo com o IPCC, a situação de falta de acesso à água tende a piorar. “As mudanças climáticas acarretarão aumento da intensidade de precipitações e também períodos mais longos de seca. Isso exacerbará a poluição da água, com impactos nos ecossistemas e na saúde, além do aumento dos custos operacionais dos sistemas hídricos”, apontou.
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O pesquisador citou o IPCC ao lembrar que o acesso à água deverá cair mais de 20% até 2050 em amplas regiões dos Estados Unidos, em quase toda a Europa, em toda a parte norte da América do Sul, incluindo o Norte e Nordeste do Brasil, em parte do Oriente Médio e em mais de 20 países africanos. “Mas, nas regiões mais pobres, a falta de acesso à água será mais grave.
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A contaminação da água deverá aumentar em cidades com favelas e esgotos a céu aberto”, disse.O grupo coordenado por Dunlop desenvolveu protótipos de equipamentos que utilizam fotocatalisadores para acelerar a desinfecção da água. “O princípio é o mesmo, mas vamos substituir as garrafas PET por um reator de fluxo contínuo que está sendo desenvolvido na Espanha. Depois de uma análise de custo, esses aparelhos, em formato portátil, serão testados em comunidades africanas em 2009”, disse.
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Segundo ele, os fotocatalisadores são fabricados com nanoporos auto-alinhados de dióxido de titânio, que têm tamanho controlável e diâmetro regular. “Estamos também desenvolvendo biossensores que indicarão quando a água estará pronta para o consumo seguro. O uso da nanotecnologia poderá aumentar a eficiência e a segurança do processo”, afirmou.
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O professor da Universidade de Ulster conta que os equipamentos, que deverão custar o equivalente a cerca de 40 libras esterlinas, serão capazes de realizar a desinfecção de 2,5 mil litros de água por dia. E poderão também gerar atividade econômica nas comunidades carentes.“O ponto principal é que se trata de uma tecnologia social. Portanto, essas comunidades serão envolvidas no próprio ciclo de produção do equipamento. Essa geração de uma atividade econômica é a principal vantagem em relação à alternativa de simplesmente fornecer bactericidas, mantendo a população dependente da ação de ONGs e governos”, disse.
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(Fonte: Fábio de Castro/ Agência Fapesp)

Aterro Sanitário: um atrazo de 100 anos

É incabível que o Ministério do Meio Ambiente considere a construção de Aterros Sanitários uma solução para redução dos impactos ambientais. Participei por dois anos de uma campanha contra os aterros sanitários na cidade de Mogi das Cruzes, SP, onde se pretendia instalar um desses aterros regionais.
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Encabeçada por entidades de classe como CIESP, OAB, Universidades locais, ONGs e associações de classe esse movimento promoveu debates públicos em torno da gestão de resíduos sólidos. Com 27.000 assinaturas e uma campanha intensa conseguimos impedir a instalação desse aterro regional com objetivos escusos e valor contratual de cinco bilhões de reais.
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O terreno onde queriam enterrar o lixo tem 2,5 milhões de m2, espaço suficiente para receber o todo o lixo da região metropolitana da capital paulista. No entorno dessa área residem agricultores assentados pelo INCRA que produzem alimentos pra cidade alem de ser uma área destinada à instalação de indústrias limpas (ZUPI-1). Com o aterro instalado essa região sofreria uma desvalorização imobiliária instantânea.
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Com uma área total de 12,5 milhões de m2, onde vivem mais de 20 espécies diferentes de anfíbios, dezenas de espécies de pássaros, o macaco da cara marrom (em extinção), oito nascentes e um rio seriam condenados por mais de 100 anos. Muitas indústrias fechariam suas portas (existem 40 instaladas hoje) e outras tantas não se instalariam segundo pesquisas do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Alto Tiête Cabeceiras e AGESTAB – Associação das Indústrias do Taboão. Com a desvalorização da região seria fácil a ampliação deste lixão para atender os milhares de ton./dia de lixo que iriam para Mogi das Cruzes.
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Aterros sanitários apenas enterram o lixo quando ele poderia ser totalmente reciclado ou transformado em energia. Existem projetos de usinas verdes que transformam todo o lixo não reciclável em energia elétrica. Porque então insistirmos em aterros sanitários quando são considerados sistemas obsoletos em países como a Alemanha e Japão.
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Kennedy Rafael
Designer de Multimidia.
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Governo estuda ampliar crédito para tratamento do lixo
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Os ministérios do Meio Ambiente e das Cidades, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) estão estudando a abertura de novas linhas de crédito para a gestão de resíduos sólidos pelos consórcios intermunicipais.
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O anúncio foi feito na última sexta-feira (27) pelo secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Vicente Andreu, do Ministério do Meio Ambiente, durante reunião com seis prefeitos da região metropolitana de Campinas (SP). Vicente Andreu propôs a implantação pelos municípios do Plano de Gestão Integrada de Manejo de Resíduos Sólidos. "Com o plano, podemos definir melhor as soluções a serem utilizadas", destacou.
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Os seis municípios, Nova Odessa, Americana, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor, são integrantes do Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Campinas. Vicente Andreu informou que o MMA já está investindo entre R$ 350 mil e R$ 400 mil na realização de arranjos regionais para indicar soluções para o meio ambiente, como o consórcio regional do lixo.
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Ele ressaltou que a construção de aterros sanitários controlados ainda é a melhor solução para a redução dos impactos ambientais na realidade brasileira. Além disso, a gestão em parceria diminui consideravelmente os custos, que são rateados entre os participantes do consórcio, cabendo ao governo entrar com parte dos recursos pela suas linhas de crédito.
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Uma das estratégias que tem merecido especial atenção do governo federal na gestão dos resíduos sólidos é o incentivo às cooperativas de catadores e recicladores. Eles são fundamentais no processo de diminuição da quantidade de resíduos sólidos efetivamente destinados a aterros ou usinas.
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(Fonte: Suelene Gusmão/MMA)

Voluntários salvam 54 baleias encalhadas na Austrália

Voluntários conseguiram salvar 54 das 200 baleias piloto que encalharam na Tasmânia, no sul da Austrália, no último domingo (1º), revelou na manhã desta terça-feira o porta-voz do Serviço de Parques e Vida Selvagem da região, Chris Arthur.
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Pelo menos 100 voluntários e guardas conseguiram desencalhar 54 baleias piloto - com entre 5 e 7 metros e até 4 toneladas-- e cinco golfinhos, destacou Arthur.
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Apesar do esforço, ao menos 140 baleias encalhadas morreram no mesmo local.
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"Todas as baleias que estavam vivas puderam ser salvas. Esta operação de socorro só foi possível com a mobilização de toda a comunidade", explicou Arthur.
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Os animais encalharam no domingo nas praias da Ilha King, no estreito de Bass, entre Austrália e Tasmânia.
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Pelo menos 80% dos casos de baleias encalhadas nas costas australianas ocorrem na Tasmânia, em um fenômeno que os cientistas ainda não conseguem explicar. (Fonte: Folha Online)

Brasil adere a acordo da FAO para pesca responsável em alto-mar

O Brasil foi o 38º país a aderir ao acordo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para o cumprimento de medidas internacionais de conservação e gestão dos recursos pesqueiros em alto-mar por navios de pesca.
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A cerimônia de adesão aconteceu na segunda-feira (2), em Roma, na Itália, e o país foi representado pelo ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca do Brasil, Altemir Gregolin.
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Em seu discurso, o ministro disse que a adesão brasileira representa o compromisso do governo com a sustentabilidade da pesca em alto-mar, usando a lei e o controle dos navios pesqueiros que levam a bandeira do país.
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O diretor-geral adjunto de Pesca da FAO, Ishiro Nomura, felicitou a participação brasileira no acordo e disse que espera a mesma postura de outros países.“Com a adesão de cada novo país ao acordo nos aproximamos da meta de garantir que cada barco que pesque em alto-mar realize a atividade de forma responsável, assegurando uso sustentável dos recursos pesqueiros marinhos”, afirmou durante discurso reproduzido em nota da organização.
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A entrada do país no acordo aconteceu na abertura da 28ª Sessão do Comitê de Pesca da FAO. O evento conta com a participação de mais de 80 países que estão debatendo o relatório O Estado Mundial da Pesca e Aquicultura (Sofia) de 2008, divulgado ontem.
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O documento propõe que as práticas de pesca responsável sejam mais utilizadas e os planos de gestão incluam estratégias que considerem as mudanças climáticas em curso no planeta.
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O estudo traz dados sobre a Amazônia e mostra que a região tem um excedente de pescados ainda pouco usado para a alimentação. Cerca de 60% das populações de peixes ainda são sub-exploradas, enquanto 30% são sobre-exploradas ou estão em recuperação.
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A explicação, segundo a FAO, é que a população da América Latina e do Caribe, apesar do excedente de peixes, prefere comer carne vermelha. Entretanto, o padrão de consumo deve se modificar aos poucos devido ao desenvolvimento de novos canais de distribuição e à busca crescente por alimentos saudáveis.
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De acordo com o documento, a população latino-americana irá consumir cerca de 20% a mais de pescados em 2015. A pedido da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), a FAO deu início ao trabalho de apoiar o governo para adequar as atividades pesqueiras nacionais às normas internacionais de pesca responsável.
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(Fonte: Danilo Macedo/ Agência Brasil)

Comunidade científica ganha navio hidroceanográfico

Oceanógrafos de todo o Brasil contam a partir de agora com uma embarcação que irá ajudar a aprofundar as pesquisas nas áreas de oceanografia física, química e biológica, meteorologia e batimetria (mapeamento do fundo do mar, de rios e lagos).
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O navio Cruzeiro do Sul foi apresentado na quarta-feira (4), no complexo naval Ponte da Armação, na cidade de Niterói (RJ), e é fruto da parceria entre a Marinha e o Ministério da Ciência e Tecnologia.
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Embora já existam dois navios hidroceanográficos que também podem ser utilizados para pesquisa, o Cruzeiro do Sul é o único que possui um conjunto de equipamentos para atender a todas as áreas da oceanografia. A princípio, a comunidade científica terá 80 dias de mar por ano para desenvolver pesquisas.
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O professor Heringer Villena, da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), foi um dos acadêmicos convidados para conhecer a nova embarcação. Ele acredita que a parceria da Marinha com a comunidade científica é um avanço na busca de maior conhecimento do ambiente marinho e irá beneficiar a sociedade como um todo.“Os outros navios, em sua maioria, são para trabalhos hidrográficos restritos à Marinha, a abertura é muito menor. Então, essa parceria, que define dias de mar para pesquisa com a comunidade científica, abre um leque de possibilidades muito maior para o desenvolvimento da ciência no Brasil.”
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O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, que participou da solenidade, admite que 80 dias de mar para os pesquisadores ainda não é o ideal, mas que vai estudar, junto com o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Julio Soares de Moura Neto, uma maneira de aumentar esse período.
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Ao todo, foram investidos cerca de R$ 26 milhões na compra do navio e nas instalações dos equipamentos, quase todos importados. Uma das novidades é o guincho oceanográfico de águas profundas que permite que os equipamentos desçam a uma profundidade de cerca de 5 mil metros.
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A primeira viagem do navio está prevista para 9 de março e terá duração de 2 meses, segundo o 1º tenente Fábio Bambace, um dos seis oficiais do navio. O objetivo da expedição, que contará com 14 pesquisadores, além da tripulação, será estudar a massa de água e as correntes da costa sul do país.
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Outro professor convidado, o oceanógrafo Marcos Fernadez, também da UERJ, elogiou a iniciativa, que possibilitará monitoramentos contínuos de fenômenos marítimos. No entanto, ele acredita que os recursos e a infra-estrutura para as pesquisas ainda estão muito aquém do necessário.“Na verdade, não é só uma questão de recurso. A gente precisa de uma maior integração do conhecimento.
Desenvolver tecnologia própria em vez de importar tecnologias estrangeiras. Precisamos de um parque de embarcações maior. Nós estamos muito atrás do que deveríamos, especialmente em tecnologia submarina.
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"O ministro Sergio Rezende afirmou que a expansão do sistema de ciência e tecnologia, e conseqüentemente das pesquisas, é uma prioridade do governo brasileiro. “A próxima etapa será a construção de um navio de pesquisa nacional projetado e construído no Brasil", afirmou.
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O ministro e o comandante da Marinha também anunciaram a aquisição de mais um navio polar para incrementar a presença do Brasil na Antártica e as pesquisas no local. A embarcação, produzida na Alemanha, deve chegar ao Brasil no dia 7 de abril. Esse será o segundo navio polar brasileiro.
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(Fonte: Flávia Vilela/ Agência Brasil)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Água transportada por navios de uma região a outra pode trazer prejuízos ao meio ambiente

Os navios utilizam a água do mar ou do rio para garantir a segurança operacional e sua estabilidade.
A água é captada e armazenada em tanques que são preenchidos com a quantidade necessária para manter o calado* durante as operações portuárias.
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A água captada pode conter espécies nativas e carregá-las para lugares distantes se for descarregada sem tratamento adequado. “O impacto gerado é muito severo, pois podem trazer para um novo local uma espécie com alto poder de procriação, além de poder ser predadora. Neste caso, ela pode substituir a espécie nativa e causar um desequilíbrio ambiental na região”, explica o professor da Área de Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Água de Lastro Brasil, Newton Narciso Pereira.
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No Maranhão um siri vindo do Oceano Índico e Pacífico está ameaçando as espécies locais. “O siri tem o corpo coberto de espinho e é agressivo o que impede sua captura. Além disso, esta espécie não tem valor econômico e está causando prejuízo para as pessoas que vivem da pesca”, diz.
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O caso brasileiro mais conhecido, no entanto, é o mexilhão dourado "L. fortunei”. A espécie é nativa de rios e arroios chineses e do sudeste asiático e está se expandindo para todo o planeta. Esta espécie foi identificada em 2001 na Usina Hidrelétrica de Itaipu e em 2002 foi encontrado também em Porto Primavera e Sérgio Motta. Nesses empreendimentos o mexilhão dourado se fixa na parede e nas grades de tomadas d’água, podendo comprometer a capacidade de produção. Tubulações e filtros podem ser entupidos e as espécies nativas também estão sob ameaça.
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Segundo o presidente da Água de Lastro Brasil a aquicultura também está sendo prejudicada com o lançamento de algas tóxicas em áreas próximas ao cultivo. Toxinas contaminam a produção tornando-a imprópria para o consumo. A melhor forma de combater a invasão de espécies pela água de lastro é o tratamento ainda no interior do navio, segundo Pereira. “Como ainda não existe um método 100% eficiente, deve-se procurar efetuar procedimentos para minimizar o problema como a troca oceânica”, sugere.
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Unidades de tratamento em terra na região portuária estão em estudo, “no entanto, medidas de controle nos portos brasileiros poderiam inibir o risco de novas bioinvasões nas águas brasileiras”, avalia.
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Desde 2005 uma lei imposta pela Marinha do Brasil estabelece que os navios devem realizar a troca oceânica antes de atracar em portos brasileiros, seguindo os mesmos parâmetros estabelecidos pela Organização Marítima Internacional - IMO. Na opinião do presidente a fiscalização ainda é falha, pela falta de um procedimento de inspeção. ‘Por exemplo, o porto de Santos recebeu em 2007, 5.600 navios de várias partes do mundo e grande parte deles continham água de lastro em seus tanques”, comenta Pereira.
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Países como Canadá e Estados Unidos apresentam fiscalização rigorosa quanto às embarcações, com controle feito a partir de formulários e medição da salinidade dos tanques de lastro dos navios. Irregularidades são punidas com multas pesadas e podem resultar até na prisão do comandante.
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* Calado é a designação dada à profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação. O calado mede-se verticalmente a partir de um ponto na superfície externa da quilha. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Calado)
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Danielle Jordan / AmbienteBrasil