terça-feira, 21 de agosto de 2007

EXCLUSIVO: Cuidado com meio ambiente torna-se diferencial em empreendimentos imobiliários em SP e no RJ


Mônica Pinto / AmbienteBrasilDesenvolvimento urbano esteve freqüentemente associado à degradação ambiental, sobretudo porque, até pouco tempo, o crescimento das cidades ainda se dava de forma desordenada, em maior ou menor grau.
A iniciativa privada vem, contudo, apostando no conceito de construção sustentável, não só para agregar valor às próprias marcas, mas também para atender a um público consumidor cuja consciência ambiental o impele a aquisições que contemplem um maior respeito aos recursos naturais.
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Atenta a este mercado, a incorporadora Esfera Empreendimentos tem hoje, em São Paulo, pelo menos quatro lançamentos com o selo Ecolife, criado por ela para identificar empreendimentos planejados sob o prisma da sustentabilidade, o que implica, inclusive, na redução da taxa de condomínio em até 30%.
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A empresa estabeleceu doze “diferenciais ecológicos”, que caracterizam estes imóveis, entre os quais a presença de herbário e pomar; utilização de energia solar em algumas áreas comuns; sensores de presença, reúso de água, coleta seletiva de lixo, medidores de consumo de água e gás individuais e apartamentos dotados de “churrasqueira ecológica”, com sistema de aquecimento a gás em rochas vulcânicas – ou seja, que não produz fuligem nem consome carvão vegetal.
No Rio de Janeiro, a Carvalho Hosken lançou a Península, área de 780 mil metros quadrados que literalmente avança por parte da Lagoa da Tijuca, daí seu nome. O empreendimento vem sendo apresentado como o “primeiro bairro ecológico da Barra”, uma licença mercadológica, posto que só a Prefeitura tem o poder de criar bairros. Reúne 64 prédios, divididos em cerca de 25 condomínios, metade dos quais já lançados.
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Toda a área construída ocupa apenas 8% da Península, que abriga ainda dois parques, cada um com 45 mil metros quadrados. “Esse é um bairro que se criou ao longo de três décadas”, disse a AmbienteBrasil Ricardo Correia, diretor de Marketing da Carvalho Hosken. Ele informa que há 35 anos, já de posse da área, a empresa começou a trabalhar na recuperação das matas ciliares da Lagoa da Tijuca e na recomposição das faixas de mangue e restinga. Nelas, os moradores hoje passeiam nas chamadas “trilhas ecológicas”, onde quadros disseminam informações como os nomes científicos e populares das espécies que podem avistar e sobre a importância dos manguezais para o equilíbrio natural.
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O consumidor aprovou – cerca de mil famílias residem hoje na Península, ocupando 35% dos imóveis já lançados, num processo entre construção e venda que deve se estender ainda por seis ou sete anos, pelos cálculos de Ricardo Corrêa. A concepção do novo bairro rendeu à Carvalho Hosken o Prêmio Master Imobiliário 2006 - categoria "Desenvolvimento Urbano", uma espécie de Oscar do ramo, conferido pela Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci/Brasil), com sede em Paris, e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo – Sinduscon/SP.
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NOVOS CONCEITOS
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Mas não é só do luxo que se alimenta a construção mais ecologicamente correta. No próximo dia 22, será aberta no Rio de Janeiro a quarta edição da mostra de decoração “Morar mais por menos – o chique que cabe no bolso”. Fica em exposição até 23 de setembro, na Estrada da Gávea, 710 (pouco antes da Villa Riso), em São Conrado. Como o nome expressa, a proposta é alcançar beleza e praticidade sem grandes impactos no orçamento. Com isso, profissionais da Arquitetura e da Decoração começam a apostar cada vez mais em produtos naturais – não sintéticos -, como linho e juta, e nas amplas possibilidades da reciclagem.
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No espaço Varanda do Casal, por exemplo, as autoras – Paula Wanderley, Ana Cristina Pinho e Márcia Lira – usaram um refugo de madeira no piso e nas paredes do ambiente. “As tábuas estavam jogadas em um canto e não poderiam ser comercializadas porque simplesmente estavam comidas por cupins”, disse Paula a AmbienteBrasil. Os insetos deixaram nelas um desenho, tornando-as uma escultura, segundo a arquiteta. “Demos nelas um banho de óleo queimado, ficou uma aparência fantástica”.

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