segunda-feira, 3 de setembro de 2007

EXCLUSIVO: Tijolo que reutiliza garrafas PET concorre a prêmios científicos

Mônica Pinto / AmbienteBrasil
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O Prêmio Finep de Inovação Tecnológica deste ano tem, entre seus inscritos, um produto que alia conservação ambiental a novos estímulos no campo da construção civil. Trata-se do “tijolo com PET”, primeiro no país a reutilizar uma garrafa PET inteira em sua fabricação. O invento também está no páreo do Prêmio Professor Samuel Benchimol, que contempla tecnologias voltadas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
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O produto nasceu a partir de um projeto do professor de Física Newton Lima, com alunos de Engenharia Civil, Ambiental e Arquitetura da Ulbra – Centro Universitário Luterano - de Manaus.
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Ele conta que foi procurado por alunos de Engenharia Civil para propor um projeto. Estava sem tempo, mas inspirou-se em um artigo que lera na revista da Gillete do Brasil, relatando que engenheiros ambientais tinham desenvolvido um tijolo com borra das lâminas de barbear. “Logo pensei: ‘se dá certo com resíduos de lâminas, pode dar certo com garrafas PET’. E deu”, disse o professor Newton a AmbienteBrasil.




Em termos resumidos, a técnica consiste em colocar-se argamassa (cimento e areia) em uma fôrma de madeira ou de ferro. Em seguida, coloca-se a garrafa PET e encobre-se novamente com argamassa. Após dois dias, retira-se da forma, coloca-se para curar e, em sete dias, está pronto para ser usado como módulo de construção civil. A proporção é de uma garrafa por tijolo.



Quanto à aplicação prática do processo, Newton diz que deu consultoria à Associação Comercial da Bahia para construção de casas populares. Ministrou também oficina no município de Carauari (AM), pelo Projeto Rondon na Operação Amazônia Ocidental em 2007, destinada a colaboradores da coleta de lixo seletivo da cidade para fins de construção de sarjetas em sua periferia.
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Segundo o professor, a prefeitura de Manaus, por intermédio da Secretaria de Articulação nas Comunidades, fez um breve treinamento para aplicação em um galpão de recebimento de garrafas PET na capital amazonense.
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Nenhuma empresa privada manifestou ainda interesse em desenvolver o produto comercialmente, mas é possível que isso ocorra em breve, sobretudo em função das vantagens econômicos do tijolo PET em relação ao convencional.
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“Quando termina a construção do tradicional, ele tem que ser embuçado e o de PET não; é quando o preço da edificação muda muito e o de PET fica mais barato em até três vezes”, diz Newton Lima.
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Outras vantagens são os isolamentos térmico e acústico, de grande qualidade, segundo o professor. Para o meio ambiente, o ganho salta aos olhos. É mais um incentivo para a separação do lixo, poupando os aterros sanitários, rios, lagos, etc. do despejo de um resíduo cuja principal característica é justamente o enorme tempo até sua deterioração.

5 comentários:

Unknown disse...

Extremamente interessante! Só fiquei com uma dúvida: imagino que a resistência do tijolo venha principalmente da garrafa PET. Se esta for furada? O morador pode furar ao querer pendurar um quadro, por exemplo. Ela perde a resistência e pode colapsar o tijolo?
Atenciosamente,

yes4more disse...

minha duvida e sobre o corte do tijolo, para fazer amarracao po exemplo.

yes4more disse...

minha duvida e sobre o corte do tijolo, para fazer amarracao po exemplo.

yes4more disse...

minha duvida e sobre o corte do tijolo, para fazer amarracao po exemplo.

janedf disse...

Gostaria de saber qual a proporção da massa onde se encaixa a garrafa e qual a medida da forma?Ele é no formato de encaixa?
obrigada
neal123df@gmail.com