Um relatório aprovado no sábado (17) em Valência pelos especialistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) prevê que o aquecimento global fará com que em 2020 haja entre 75 milhões e 250 milhões de africanos sofrendo com a escassez de água.
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No relatório, que servirá de base científica na próxima reunião da cúpula de Mudança Climática da ONU, que será realizada em Bali, em dezembro, avaliam-se por regiões os possíveis efeitos da elevação das temperaturas na agricultura, nos ecossistemas, nos recursos hídricos, na saúde, na indústria e nos povos.
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Na África, dentro de 12 anos, entre 75 milhões e 250 milhões de pessoas serão expostas aos efeitos da seca e, em alguns países, os cultivos se reduzirão em 50%, comprometendo o acesso à comida.
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Por volta do fim do século, o nível do mar subirá nas áreas litorâneas mais povoadas do continente. O custo de adaptação a este fenômeno será de entre 5% e 10% do PIB - Produto Interno Bruto da África, onde em 2080 as terras áridas e semi-áridas terão aumentado entre 5% e 8%.
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Até 2050, a disponibilidade de água doce no centro, sul, leste e sudeste da Ásia Central diminuirá.
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As áreas litorâneas, sobretudo as populosas regiões dos deltas dos rios no sul, leste e sudeste, correrão risco de sofrer inundações.
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A mortalidade endêmica devido à diarréia, associada às inundações e secas, crescerá no leste, sul e sudeste do continente.
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Segundo o IPCC, a Austrália registrará por volta de 2020 uma perda significativa de biodiversidade em locais como a Grande Barreira de Corais e em Queensland.
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O sul e o leste da Austrália, assim como a Nova Zelândia, terão problemas com a salubridade de água em 2030, e a produção agrícola e a áreas das florestas cairão acentuadamente devido à seca e aos incêndios.
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No continente europeu, a mudança climática exacerbará as diferenças regionais no acesso aos recursos naturais. O risco de inundações no interior e no litoral aumentará, e a erosão avançará.
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As camadas de gelo nas áreas montanhosas da Europa diminuirão, e várias espécies desaparecerão, até 60% delas até 2080.
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O IPCC prevê para o sul da Europa as piores condições, devido às altas temperaturas e à seca.
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O acesso à água será reduzido, assim como o potencial energético hidráulico, o turismo e a produtividade agrária.
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Também se prevêem riscos para a saúde associados às ondas de calor e o aumento da freqüência dos incêndios florestais.
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O órgão da ONU lamenta que, até a metade do século, ocorrerá uma gradual substituição da floresta pela savana no leste da Amazônia. Com isso, há um risco significativo de desaparecimento de espécies em áreas tropicais.
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Na América do Norte, o aquecimento nas montanhas do oeste provocará inundações no inverno e reduzirá o nível dos rios no verão.
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Nas próximas décadas, um moderado aquecimento trará aumento da produção nas colheitas, entre 5% e 20%, mas com grandes variações entre as regiões americanas.
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No decorrer do século, as cidades que normalmente sofrem ondas de calor enfrentarão um grande número delas, com mais intensidade e duração, com o conseqüente efeito sobre a saúde.
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A principal conseqüência nas regiões polares será a redução da espessura do gelo, com o aumento do nível do mar e mudanças nos ecossistemas, incluindo os dos pássaros migratórios, mamíferos e grandes predadores.
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As comunidades locais serão afetadas em suas infra-estruturas e seus modos de vida, e nas duas regiões polares os ecossistemas e os habitat ficarão muito vulneráveis.
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Nas pequenas ilhas, o aumento do nível do mar agravará as inundações, as tempestades e a erosão, o que dificultará a vida nesses lugares.
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Por volta de 2050, a disponibilidade de água doce será muito reduzida na maioria das pequenas ilhas, entre elas as do Pacífico e do Caribe.
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(Folha Online)
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