segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Em 15 capitais, desperdício de água supera a metade do total captado nos mananciais

Em 15 das 27 capitais brasileiras, o desperdício de água tratada equivale a mais da metade do total captado dos mananciais.
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Os dados fazem parte de um estudo do Instituto Socioambiental apresentado nesta quarta-feira (21) em São Paulo e antecipado pela Agência Brasil no sábado (17).
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No total, as capitais brasileiras perdem diariamente 6,14 bilhões de litros de água, o que corresponde a 45% do total captado nos mananciais.
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O estudo, que avaliou a situação do abastecimento de água e do saneamento nas capitais brasileiras, serviu de base para o lançamento da campanha De Olho nos Mananciais, que pretende conscientizar a população sobre a necessidade de cuidar das fontes de água. “A gente quer que as pessoas reflitam sobre o desafio que vai ser garantir água nas cidades no século 21, com as cidades crescendo, a poluição e o consumo aumentando”, diz uma das coordenadoras do estudo, Marussia Whately.
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Segundo a pesquisa, Porto Velho é a capital que registra a maior perda de água, 78,8%.
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As capitais com menores índices de perda são Brasília (27,3%), São Paulo (30,8%) e Goiânia (32,2%). "O que se recomenda é algo em torno de 15% a 20% [de perda]", explica a coordenadora.
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“Em Tóquio (capital do Japão), o desperdício é de apenas 4%.”
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De acordo com o estudo, o consumo de água nas capitais brasileiras é de 150 litros diários por habitante, acima dos 110 litros recomendados pela ONU - Organização das Nações Unidas.
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Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo registram os maiores consumos, todas superiores a 220 litros por dia por habitante.
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Maceió, Recife e Manaus apresentam os menores consumos, abaixo de cem litros diários por habitante.
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Marussia explica que a base da pesquisa veio de informações da consulta Série Histórica de 2004 do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, órgão vinculado ao Ministério das Cidades.
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Os dados da capital paulista, de acordo com a coordenadora, são referentes a 2007 e fornecidos pela Sabesp - Companhia de Saneamento Básico de São Paulo.
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Em relação ao saneamento, o estudo revelou ainda que mais da metade da população do país e pelo menos 30% da população das capitais não tem, sequer, rede de coleta e 80% do esgoto das capitais é lançado diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento.
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Manaus, Belém e Rio Branco têm os piores índices, com menos de 3% de seus moradores atendidos com esgoto sanitário.“Nos últimos anos, o Brasil deu pouca atenção ao tratamento de esgoto”, diz Marussia Whately.
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“Uma das principais fontes de poluição da água hoje no país é o esgoto gerado nas cidades.”
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(Agência Brasil)

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