Um produto tido como ecologicamente correto ganha impulso agora no Brasil, a partir do início das operações, em dezembro passado, da Wisewood, fábrica de madeira plástica instalada no município paulista de Itatiba.
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Resultado de um investimento de R$ 20 milhões, a empresa tem capacidade de produção de 900 toneladas por mês, inicialmente disponibilizando dormentes, cruzetas para postes de transmissão de energia, pallets e tapumes de madeira plástica.
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Ao despejar no mercado esse volume de produção, na prática, são cerca de mil toneladas de madeira natural que deixam de ser subtraídas da natureza. “Quando você corta árvores, não utiliza os galhos”, explica a AmbienteBrasil Vladimir Kudrjawzew, presidente executivo da Wisewood.
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Mas outro ganho ambiental expressivo reside no fato da madeira plástica ser fabricada a partir de resíduos de plásticos e de borracha. Com isso, a empresa montou uma extensa rede de agentes para coleta, gerando só nesse processo, conforme divulga, 3,5 mil empregos indiretos em sua cadeia produtiva.
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São utilizados recipientes descartados de produtos de limpeza, de higiene e brinquedos, por exemplo, além de pneus, um vilão poluente, como se sabe, em função de seu longo tempo para degradação no ambiente natural.
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“Estamos tentando desenvolver o uso de carcaças de computador como aditivo”, antecipa Vladimir que, com o sócio, Rogério Igel, também compra resíduos de pós-produção de outras indústrias e promove coletas direcionadas, por exemplo, em postos de combustíveis, para adquirir embalagens de óleos lubrificantes.
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A Wisewood está também estabelecendo parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) para fazer a coleta e destinação de embalagens de agrotóxicos.
“Vamos procurar sempre os plásticos que hoje são mais difíceis de reciclar”, diz Vladimir.
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Os melhores clientes da madeira plástica são aqueles cujas aplicações requeiram grande durabilidade, já que o produto sintético tem resistência muito superior ao natural. Na construção civil, por exemplo, muitas vezes o tapume se acaba antes da obra e, no caso de formas para concreto, a construtora pode depois revendê-las para a própria Wisewood, onde passarão por reciclagem.
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Mas o que parece colocar a empresa num patamar de mercado confortável esbarra, na prática, em disputas desleais e questionáveis sob todos os pontos de vista. “Tem muita madeira ilegal na construção civil e, aí, nós não temos como competir”, diz Vladimir.
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Segundo ele, a área ferroviária é mercado promissor. “A Companhia Vale do Rio Doce demanda grande quantidade de dormentes somente para reposição em suas ferrovias. Se esta necessidade for atendida com dormentes de madeira plástica, a estrada terá sua vida útil ampliada e não será preciso desmatar".
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Para desenvolver o produto, a Wisewood contou com a colaboração da equipe da professora doutora Eloísa Mano, coordenada por Elen Vasques Pacheco, professora adjunta do Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano (IMA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Mônica Pinto / AmbienteBrasil
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