quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Vila australiana submersa há 50 anos reaparece devido à seca

Uma cidade no sudeste da Austrália relocada há 50 anos antes de ser inundada reapareceu em meio à pior seca dos últimos 100 anos no país.
Submersa sob um lago artificial desde 1957, a cidadela de Adaminaby poderia ter sido esquecida debaixo das águas. Mas, com o longo período de seca que atinge essa parte do país, suas ruínas gradualmente voltaram a aparecer.
A 150 quilômetros da capital, Canberra, no meio da região montanhosa de Snowy Mountains, há meio século Adaminaby era uma aldeia próspera e tinha crescido ao ritmo da exploração de uma mina de ouro e de cobre.
No fim da Segunda Guerra Mundial, o país lançou um grande programa hidrelétrico, destinado a abastecer cidades ascendentes e assegurar a irrigação da zona agrícola.
O projeto até então era considerado uma grande obra de engenharia civil, com as suas 16 barragens e túneis que ligavam sete centrais hidrelétricas.
Mas, para os habitantes da aldeia, foi o fim de uma época.
Escolhida para acolher uma das barragens, a cidade inteira foi submergida sob o lago Eucumbene.
Os moradores então, foram obrigados a abandonar suas habitações para reconstruí-las em um local mais distante.
Hoje, onde há pouco se situava o acesso ao lago, após seis anos de seca, lentamente as fundações da antiga cidade reapareceram.
A boa notícia para os cerca de 400 moradores é que Adaminaby pode agora aproveitar o turismo gerado pelas ruínas.
"Nunca recebi tantos turistas como nos últimos meses", disse Leigh Stewart, proprietário de uma galeria de fotografias e que também foi morador da Adaminaby antiga, que foi submersa.
(Estadão Online)

Tecnologia para extrair etanol do bagaço de cana pode contribuir para poupar impactos sobre biomas brasileiros

De um lado, o Governo Federal, entusiasta assumido do mercado de biocombustíveis, vê no etanol a redenção do país, a força que pode catapultar o Brasil à condição de potência econômica.

Do outro, entidades de credibilidade inquestionável como a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação -, preocupam-se com essa nova vedete, cujo encantamento pode sobrepujar a produção de alimentos, gerando um paradoxo surreal:

garante-se "comida" aos veículos, mas não às pessoas.

Ao mesmo tempo, esse grande canavial em que o Brasil corre o risco de transformar-se teria impactos graves sobre vários biomas.

A pressão sobre florestas, Pantanal e Cerrado já começou – e tende a piorar.

Dentro deste cenário, soa bem que hoje vários pesquisadores no país estejam empenhados em extrair etanol não só da cana, mas do bagaço dela.

Assim, o que seria a princípio um resíduo abundante na cadeia sucroalcooleira pode transformar-se literalmente em maior produção, e com ganhos também de ordem ambiental.

Um dos estudos em curso é do laboratório de Açúcar e Álcool, pertencente ao departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo.

A nossa pesquisa, se bem sucedida, vai produzir etanol sem aumentar a área plantada de cana”, disse a AmbienteBrasil a professora Sandra Helena da Cruz, co-orientadora da dissertação de mestrado da pós-graduanda Denise de Souza Machado, intitulada 'Seleção de fungos capazes de hidrolisar bagaço de cana-de-açúcar pré-tratado visando obtenção de etanol'.

Segundo ela, se poderá aumentar a produção de etanol em até 30%, assim que a tecnologia estiver disponível, o que deve acontecer entre os próximos cinco a dez anos.

A professora Sandra Helena será uma das participantes do Primeiro Seminário de Etanol Celulósico, que acontecerá no próximo dia 12 em São Paulo (SP).

O evento, entre outros aspectos, vai debater “porque o domínio desta tecnologia será o principal diferencial competitivo no mercado de biocombustíveis”.

Mais pesquisas

Na sexta-feira passada, o presidente Lula visitou o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), para conhecer os trabalhos que vêm sendo desenvolvidas também na empresa a respeito do que ela chama de bioetanol – exatamente o combustível obtido a partir de resíduos agroindustriais, representando a segunda geração de biocombustíveis.

Na visita, o presidente conheceu a primeira unidade-piloto brasileira para testes de produção de bioetanol pela ação enzimática, que está em operação no parque de Plantas Piloto do Cenpes.

A unidade experimental foi desenvolvida pelo Cenpes em parceria com a empresa brasileira Albrecth, e faz parte da etapa de testes piloto da produção do novo combustível.

No equipamento, os pesquisadores utilizarão também os resíduos agroindustriais - em especial, o bagaço de cana.

Como resultado desta pesquisa, a Petrobras já fez o depósito de dois pedidos de patentes, no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).

A partir dos parâmetros resultantes dos testes nessa unidade experimental, será desenvolvida uma planta com escala semi-industrial, com início de operação prevista para 2010.

Mônica Pinto / AmbienteBrasil

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Resíduos de construção: lei para gestão existe, mas bons exemplos são poucos

Sujeira, pó, entulho. Esses são alguns ingredientes de uma construção. E também nas reformas, a bagunça gerada é uma queixa constante.

Antes de se ver que uma casa ou edifício passa por esses processos, um artefato já os denuncia: a caçamba de coleta de resíduos da construção civil.

Mais conhecidos como entulhos, esses resíduos são os provenientes de todas as construções, reformas, reparos e demolições e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

Para organizar a destinação desses resíduos, o Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente - editou a Resolução nº 307 de 05 de julho de 2002. Vigente a partir de janeiro do ano seguinte, ela estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, de forma a minimizar seus impactos ambientais.

Como os resíduos da construção civil não podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de "bota fora", encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, eles foram divididos em quatro classes.

A Classe A contêm os resíduos reutilizáveis, tais como, de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; e de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.

Esses resíduos devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

Os da Classe B são os resíduos recicláveis para outras destinações, como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros e deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

Os da Classe C são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, como os produtos oriundos do gesso.

E os Classe D são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.

Os resíduos das classes C e D deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Nas cidades a resolução do Conama prevê a implantação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborado pelos Municípios.Devem constar no Plano as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborado pelos municípios, e os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, elaborados pelos grandes geradores (pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos) possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores.

Nos Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil devem constar a identificação e quantificação dos resíduos, a triagem, o acondicionamento, o transporte e a destinação.Grande parte dos Municípios brasileiros está, porém, engatinhando na condução desse processo.

Outros, ao contrário, anteciparam-se à própria legislação. A cidade de Londrina, no Paraná, é um exemplo. Entre 1995 e 1996, o então prefeito, agora deputado estadual, Luiz Eduardo Cheida (PMDB), construiu 250 casas populares com tijolos reciclados dos resíduos da construção civil.

Com uma tecnologia simples e barata, os resíduos Classe A eram transformados em tijolos. Também eram fabricados blocretes, usados em pavimentação de calçadas.“Eram moídas cem toneladas de resíduos por dia que resultavam em três mil tijolos. Esses três mil tijolos construíam uma casa de 25 metros quadrados”, explica a AmbienteBrasil o deputado Cheida. “Eram casas com dois quartos, sala, cozinha e um banheiro”.

O deputado diz ainda que um convênio com o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - permitiu que os futuros moradores construíssem as respectivas casas.

Essas pessoas, de baixa renda, moravam em fundos de vale, zonas de nascente e regiões de risco. O deputado explica que elas não tinham um endereço, o que dificultava a procura de emprego.

Assim, como o apoio do Senai, não só ganharam moradia, mas também profissão, como carpinteiro, eletricista, pedreiro.“Todo o trabalho buscou integrar a questão social com a ambiental.

As pessoas, antes de irem para suas novas moradias, ajudavam na limpeza dos fundos de vale e plantavam árvores”, conta.

Outro exemplo, considerado referência no país, é o organizado pela prefeitura de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

O Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos começou a ser implantado em 1993.

A cidade produz 4,5 mil toneladas de entulhos por dia.

Deste montante, 2 mil são recolhidas pela Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte - SLU.

Os resíduos Classe A são enviados para uma das três usinas de reciclagem de entulho da construção (Usina do Estoril, que funciona há 11 anos, Usina da Pampulha, que funciona há nove e a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos – CTRS BR-040, inaugurada em maio de 2006).

Os materiais reciclados se transformam em areia, brita, bica corrida, bases e sub-bases de vias públicas, blocos e meio-fios.

Além das três usinas, que recebem os entulhos recolhidos pela SLU, existem na cidade 30 URPVs - Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes de Entulho -, que facilitam a disposição dos resíduos pelos mais de cinco mil carroceiros da cidade.

“As URPVs são áreas de 400 metros quadrados que possuem de cinco a sete caçambas”, explica a AmbienteBrasil Marcílio Rezende dos Santos, assessor técnico da Regional Nordeste da Prefeitura de Belo Horizonte.

Segundo ele, os resíduos sólidos de construção civil recolhidos por empresas privadas também podem ser destinados às usinas. “A iniciativa privada faz a triagem, o transbordo, vende o que é possível e encaminha para as usinas o que não é possível comercializar”.

Outro projeto ligado ao gerenciamento de resíduos é a parceria com a Escola de Veterinária da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais - para o melhoramento genético dos animais de tração envolvidos no transporte de entulhos. Eles são cadastrados e vacinados.

Neide Campos / AmbienteBrasil

Esgoto e calor sufocam o Velho Chico em Minas


Há pelo menos dois meses a população ribeirinha do médio São Francisco, no norte de Minas Gerais, tenta se acostumar com a estranha coloração verde das águas e a proliferação de peixes mortos no encontro do Rio São Francisco com um de seus principais afluentes, o Rio das Velhas.


O cenário é o reflexo mais visível da maior contaminação de que se tem notícia na bacia por cianobactérias, também conhecidas como algas azuis.


Resultado de uma combinação de poluição e estiagem prolongada, a concentração em níveis elevados das algas obrigou o governo mineiro a determinar, no dia 18, a proibição da atividade pesqueira num trecho de mais de 600 quilômetros dos rios, da região metropolitana de Belo Horizonte até a divisa com a Bahia.


As cianobactérias liberam toxinas que podem causar danos à saúde em caso de ingestão ou contato com as águas.


Apesar do nome, quanto maior a contaminação, mais esverdeada fica a água, que também exala forte odor.


O fenômeno é monitorado desde 1996, mas, neste ano, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), atingiu níveis críticos.


As cianobactérias são microorganismos fotossintetizantes unicelulares, cuja proliferação está ligada ao excesso de luminosidade e aumento da matéria orgânica nos rios.


O Rio das Velhas recebe boa parte do esgoto produzido na Grande Belo Horizonte e a seca no norte de Minas levou à redução da vazão dos rios.


O episódio fez recrudescer entre ambientalistas e autoridades do Estado as críticas ao projeto de transposição das águas do São Francisco - cujas obras foram iniciadas pelo governo federal - e a necessidade de enfrentamento do passivo ambiental acumulado no chamado rio "da união nacional".


Para o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada da Semad, Paulo Teodoro Carvalho, a gravidade do problema depende da freqüência de chuvas nas nascentes.


"Estamos atravessando uma época em que tinha de estar chovendo e chovendo um bom volume de água. Com isso (a estiagem), a vazão dos rios atingiu níveis mínimos e propicia o aparecimento das algas."

OXIGÊNIO


Na comunidade de Barra do Guaicuí, distrito de Várzea da Palma, pescadores apontam desolados para curumatás, piaus e dourados boiando nas margens.


"As cianobactérias, em grande quantidade, disputam o oxigênio com os peixes", explica o biólogo Marcelo de Oliveira Lima, que desenvolve com a população local um projeto de piscicultura em tanques de redes no São Francisco. "Temos agora de rezar, torcer para chover o quanto antes."


A confluência dos rios é a mais afetada. Antes mesmo da proibição da pesca, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) já havia recomendado a suspensão do uso da água dos rios e o consumo de peixes.


Na unidade de saúde local foram registrados quadros de diarréia, vômito e dor de cabeça. A ingestão de peixe contaminado pode ainda trazer complicações para o fígado, como hepatite tóxica. A água contaminada pode causar irritação na pele.


A proibição da pesca atinge 428 quilômetros do São Francisco e 200 quilômetros do Rio das Velhas, até 1º de novembro, quando começa a piracema (época de reprodução dos peixes).


Amostras foram encaminhadas para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, para avaliar a presença de toxinas. O resultado será divulgado nos próximos dias.


Análise recente da Companhia de Saneamento de Minas (Copasa) indica que a situação é de alerta, com oscilação na contagem de células das algas e alternância de espécies de cianobactérias nos dois rios.


O ponto mais crítico foi constatado no Rio das Velhas, entre os municípios de Jequitibá, Lassance e Várzea da Palma, ao norte de Belo Horizonte.


Ali, a ocorrência das cianobactérias é superior ao limite máximo estipulado pelo Ministério da Saúde, de 10 mil células por mililitro de água.


Resultado semelhante foi identificado no Rio São Francisco, nas cidades de Ponto Chique, São Francisco, Januária e Manga, também no norte mineiro.


Há alta concentração de cianobactérias, mas o nível de toxicidade é dez vezes menor. Indícios de contaminação também foram detectados na região de Bom Jesus da Lapa, na Bahia.


O governo mineiro afirma que tem feito investimentos significativos nos sistemas de esgotamento sanitário da região, incluindo a construção de uma Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).


Uma das metas é concluir, até 2010, a despoluição total do Rio das Velhas.


(Fonte: Eduardo Kattah / O Estado de S. Paulo)

Além do fogo, EUA enfrentam uma das piores secas da História

Enquanto a Califórnia luta contra as chamas, extensas áres dos Estados Unidos fazem o que podem para suportar uma das secas mais rigorosas da História, e o risco de faltar água nas torneiras ameaça milhões de pessoas no país.

No sudeste do país, os agricultores estão preocupados com suas colheitas de grãos, enquanto ambientalistas alertam para um desatre iminente e as reservas de água de três estados diminuem drasticamente a cada dia.

"Quase metade do sudeste está sob uma seca extrema e o fornecimento de água alcançou níveis críticos em algumas cidades", disse o chefe de operações meteorológicas do Centro de Previsão Meteorológica, Michael Halpert.

Na Califórnia, além dos incêndios que levaram à evacuação de milhares de pessoas, o ano bateu recordes de escassez de chuvas e altas temperaturas, deixando o campo mais vulnerável às chamas.

Los Angeles registrou apenas 8,15 centímetros de precipitação durante todo o ano, que bateu o recorde e tornou-se o mais seco desde 1877.

A cidade extrai metade da água que consome das montanhas de Serra Nevada, cujas reservas estiveram 20% abaixo do usual este ano."Levando em conta que as áreas mais afetadas necessitam de mais de 30 centímetros de chuva para sair da seca, esta situação não se resolverá tão cedo", lamentou o meteorologista Randy Schechter.

O especialista disse ainda que a seca deve se extender do nordeste do Alabama aos estados do centro-oeste, podendo chegar até a Flórida.

No oeste, é provável que continue do sul da Califórnia até o Arizona, explicou Schechter.
O mais afetado é o estado da Georgia, no sudeste, que passa pela pior seca desde 1892.

Boa parte da região está sob estado de emergência e o governador Sonny Perdue pediu ajuda federal.

O baixo nível do lago Lanier, uma reserva de cerca de 15.000 hectares que fornece água potável para três milhões de pessoas, principalmente em Atlanta, também preocupa as autoridades.

Além disso, a seca deixou os criadores de gado com escassez de feno. "Passamos por uma situação muito precária agora", disse Curt Lacy, economista especialista em assuntos agropecuários da Universidade da Georgia.

"Não vejo como podemos evitar a morte de vacas com a falta de fornecimento de feno que estamos sofrendo no estado este ano".Em Maryland, "todas as colheitas foram afetadas", afirmou Buddy Hance, subsecretário do Departamento de Agricultura do estado.

Hance deu como exemplo suas próprias plantações de soja e milho, que produziram este ano 70% menos que o normal.

As autoridades da região estabeleceram restrições ao uso da água, chegando a ordenar que as empresas diminuam o consumo em no mínimo 10%.

E se na Califórnia milhares de bombeiros lutam para controlar os incêndios, nos estados do sudeste eles pedem à população que redobre os cuidados para evitá-los.

Com uma média de 8.000 incêndios por ano e as secas, as precauções são especiais no estado da Georgia, onde os especialistas temem um incêndio de grandes proporções como o da Califórnia.

(Fonte: Yahoo!)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Especialistas propõem ações para conservar biodiverisdade no São Francisco

A Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SDR), do Ministério do Meio Ambiente, promove, nos dias 24 e 25 de outubro (quarta e quinta-feiras), reunião técnica para indicar ações a serem adotadas para a conservação da biodiversidade na Bacia Hidrográfica do São Francisco.
Esses indicativos são parte da construção do Zoneamento Ecológico-Econômico que subsidia o Programa de Revitalização do São Francisco.
A reunião vai acontecer em Brasília e contará com a participação dos 25 especialistas que realizaram os trabalhos de campo e técnicos do Ministério do Ministério do Meio Ambiente.
As propostas que serão apresentadas nos próximos dias representam, segundo Roberto Vizentin, diretor de Zoneamento Territorial da SDR, o refinamento do diagnóstico que já foi apresentado no ano passado, embora ainda sem caráter definitivo.
Os próximos passos serão submetê-las a audiências públicas e à palavra final do Ibama, a quem cabe deliberar, em nível nacional, sobre as áreas de conservação."Inicialmente foram identificadas grandes 'manchas' de terra consideradas importantes para a conservação da biodiversidade da Bacia.
Neste momento, além de refinar e localizar melhor essas áreas, a equipe de especialistas vai propor ações específicas de gestão ambiental.
Vai indicar prioridades, dizer o que é mais importante fazer em cada local", explica o diretor.
O Zoneamento Ecológico-Econômico da Bacia do São Francisco está sendo elaborado, desde 2005, pelo Consórcio ZEE Brasil que congrega, sob a coordenação do MMA, técnicos e especialistas de dezesseis instituições e empresas públicas.
Eles estão consolidando a base de informações para identificar a vulnerabilidade ambiental e social na área da Bacia e orientar a ação do poder público.
(MMA)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Contaminação por algas suspende pesca no Rio São Francisco

A contaminação por cianobactérias (algas azuis) levou o governo mineiro a determinar a proibição da pesca nos rios São Francisco e das Velhas, nas regiões central e norte do Estado.

A decisão foi regulamentada em uma portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF), publicada no Minas Gerais, diário oficial do Estado.

Conforme especialistas, o surgimento das algas, que liberam toxinas nas águas, deixando-as com uma coloração esverdeada, é resultado de uma combinação de poluição e estiagem prolongada.

O fenômeno é monitorado desde 1996, mas neste ano atingiu níveis considerados críticos. Conforme autoridades, a medida tem caráter preventivo.

De acordo com o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Paulo Teodoro Carvalho, amostras de peixes foram encaminhadas para análises na Universidade Federal Fluminense. Os testes irão avaliar a presença de toxina das cianobactérias.

A ingestão dessa substância pode trazer complicações para o fígado, como hepatite tóxica e câncer, além de provocar diarréias e vômitos.

O contato com as águas contaminadas também pode causar irritação na pele.

Na semana passada, análise da Companhia de Saneamento de Minas indicou que a situação é de "alerta", com oscilação na contagem de células das algas e alternância de espécies das cianobactérias nos rios. "A gente não pode correr riscos em se tratando de saúde pública", observou Carvalho.

A portaria proíbe a atividade pesqueira em 428 quilômetros no São Francisco e 200 quilômetros do rio das Velhas, até 1º de novembro, quando começa a piracema.

A medida cancela, pela primeira vez, a pesca nesses rios num trecho que vai da região metropolitana de Belo Horizonte até o norte do Estado, na divisa com a Bahia.

Pescadores do norte de Minas já ameaçam entrar com ações judiciais conjuntas cobrando indenização por danos materiais.

O secretário-executivo disse que a portaria também tem por objetivo acionar o governo federal, requerendo uma ajuda de custo para as famílias atingidas.

Até o momento, os principais problemas foram identificados na região de confluência dos rios das Velhas e São Francisco, onde a mortandade de peixes já é visível.

A população ribeirinha de Barra do Guaicuí - distrito da cidade de Várzea da Palma -, nas proximidades de Pirapora, é considerada a mais afetada.

Nas unidades de saúde foram registrados quadros de diarréia, vômito e dores de cabeça.

Na semana passada, a Defesa Civil recomendou a suspensão do uso da água dos rios e o consumo de peixes.

Para Carvalho, embora o fenômeno também esteja relacionado com o lançamento de esgoto nos rios, a influência maior está nas condições climáticas.

"Estamos atravessando uma época que já tinha de estar chovendo e chovendo um bom volume de água. Com isso, a vazão dos rios atinja níveis mínimos e propicia o aparecimento das algas".

O excesso de luminosidade nesta época do ano também contribui para a proliferação das cianobactérias.

(Estadão Online)

Rios, lagos e reservatórios da União poderão ser usados para criação de peixes

Um convênio vai permitir a criação de peixes em cativeiro em águas doces federais.

A Seap - Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca e a SPU - Secretaria de Patrimônio da União, vinculada ao Ministério do Planejamento, assinaram um conjunto de normas que regulamenta o cultivo de pescado em rios, lagos e reservatórios pertencentes ao governo federal.

As normas foram publicadas na última quinta-feira (11) no Diário Oficial da União. Além de promover a inclusão social de ribeirinhos, pescadores, assentados e agricultores familiares, a medida pretende, segundo a Seap, impulsionar a produção nacional de pescado de 1 milhão para 1,7 milhão de toneladas anuais nos próximos quatro anos.

Pela lei, 1% dos 5,5 milhões de hectares de das águas da União represadas em reservatórios e lagos pode ser usada para o cultivo de peixes em tanques, mas os critérios de cessão não estavam regulamentados.

Com a publicação das normas, 55 mil hectares agora estão disponíveis para a psicultura e podem ser cedidos diretamente pela Seap.
Em entrevista ao programa Voz do Brasil, o ministro da Aqüicultura e Pesca, Altamir Gregolin, informou que, ainda este ano, pretende garantir a cessão das águas em pelo menos três reservatórios; Itaipu (PR), Jatobá (PE) e Castanhão (CE). Ele também ressaltou que foram concluídos estudos nesse sentido nas hidrelétricas de Ilha Solteira (SP), Tucuruí (PA), Três Marias e Furnas (MG), além de outros reservatórios que vão do Rio Grande do Sul ao Sergipe.
O ministro prometeu agilidade na conclusão dos trabalhos. “Estamos ampliando nossas equipes para fazer as cessões no menor tempo possível”, destacou. “No próximo ano, pretendemos ter inúmeros reservatórios produzindo pescado e gerando trabalho e renda”, acrescentou.
Gregolin explicou que existem dois tipos de cessão. “A cessão gratuita está voltada para comunidades tradicionais, atingidos por barragens, aqüicultores familiares e pescadores artesanais”, declarou.
Segundo o ministro, também existe a cessão onerosa, destinada a empresas que precisarão habilitar-se para poderem explorar as águas da União e terão de pagar pelo uso.
Os interessados devem procurar os escritórios da Seap espalhados pelo país, solicitar a área e protocolar os processos. “Os produtores não precisam aguardar iniciativa da secretaria podem, eles mesmos, pedir espaços em que tenha interesse de produzir”, disse Gregolin.
A cessão, no entanto, só será liberada após processos seletivos a serem realizados pela secretaria.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês), o Brasil pode, até 2030, produzir 20 milhões de toneladas anuais de pescado.
Nesse período, o consumo no mundo, atualmente em 16 quilos por pessoa ao ano, deve passar para 22 quilos.
De acordo com a FAO, para atender à demanda, a produção deve aumentar dos atuais 150 milhões de toneladas para 240 milhões de toneladas por ano nas próximas décadas.
(Agência Brasil)

China e UE investirão 175 milhões de euros para limpar rios

A China e a União Européia lançaram uma campanha conjunta para limpar os dois principais rios chineses, o Yang Tsé e o Amarelo, com um orçamento de mais de 175 milhões de euros, informou nesta quarta-feira (17), a agência oficial Xinhua.

O programa, que terá uma duração de cinco anos, conta com 25 milhões de euros concedidos pela UE, mais de 80 milhões de euros em empréstimos do Banco Mundial e 70 milhões de euros da China.

A iniciativa tem como objetivo elaborar um plano e uma série de políticas para controlar a poluição ao longo do rio Amarelo, conscientizar a população para a necessidade de reduzir a poluição industrial e restaurar a irrigação ao longo dos lances centrais.

O fundo também será utilizado para incentivar os moradores das províncias de Yunnan, Guizhou e Hubei e do município de Chongqing a plantar florestas para melhorar as reservas ecológicas ao longo dos trechos superiores e centrais do Yang Tsé.

O Yang Tsé é o rio mais longo da Ásia, e o Amarelo o segundo mais longo da China.

Segundo o acordo, especialistas europeus fornecerão sua experiência em gestão de rios. Assim, a China tentará melhorar seu sistema de controle fluvial. As cidades e zonas industriais vizinhas aos dois rios deverão melhorar seus "problemas ecológicos" nos próximos três meses.

(Estadão Online)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Cobrança pelo uso das águas no Brasil já arrecadou R$ 50 milhões

Após quatro anos de implementação da cobrança pelo uso da água em rios de domínio da União, a Agência Nacional das Águas – ANA - chegou à marca de R$ 50 milhões arrecadados.
O órgão garante que este valor tem sido totalmente aplicado em ações de recuperação das bacias nas quais ocorre a cobrança: a do Paraíba do Sul, onde se arrecadaram 60% dos recursos, e a dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
Os investimentos são determinados conforme a decisão dos respectivos Comitês de Bacia: Ceivap e Comitê PCJ.
Para a ANA, os recursos da cobrança têm grande importância, pois beneficiam as próprias bacias onde são arrecadados. Com o dinheiro, concretizam-se iniciativas como a construção de estações de tratamento de esgotos (ETEs), o controle de erosão, projetos de educação ambiental e a recuperação de matas ciliares e de mananciais.

A Agência cita como exemplo da importância dos recursos arrecadados pela cobrança as obras da ETE Ano Bom, em Barra Mansa (RJ), cidade localizada na bacia do Paraíba do Sul. Dos R$ 4,4 milhões investidos na obra, R$ 3,3 milhões vieram da cobrança. A ETE beneficia 39 mil pessoas do município fluminense.
Pesca sustentável
De hoje à próxima sexta, acontece em Manaus (AM) o XV Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca (CONBEP), com o tema “Recursos Pesqueiros e o Desenvolvimento Sustentável".
O evento será na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com abertura às 19h no Auditório Eulálio Chaves. Está confirmada a presença do secretário Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, Altemir Gregolim.
O que disseram “Cidade não é uma ciência exata, mas um aglomerado urbano, com dinâmica própria. E quando falamos em sustentabilidade, falamos em planejamento a longo prazo, o que não é o forte dos políticos, principalmente no Brasil”.
Do jornalista André Trigueiro, apresentador da Globo News e professor da PUC/RJ, em palestra sobre “Cidades Sustentáveis”, no Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, semana passada em Porto Alegre (RS), conforme registro da EcoAgência.

Marina Silva defende integração entre ambiente urbano e recursos hídricos

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu na manhã desta terça-feira (16), durante a abertura da XVIII Reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em Brasília, a inclusão da questão urbana na agenda de recursos hídricos do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Segundo Marina Silva, dentre as inúmeras mudanças feitas na estrutura do ministério no primeiro semestre, decidiu-se incluir a questão urbana como parte da linha de ação da Secretaria de Recursos Hídricos. "Temos toda uma agenda voltada para a gestão dos mananciais e isso dialoga muito fortemente com uma política que atenda às demandas dos ambientes urbanos e que, muitas vezes, a gente não trata como deveria tratar. Acho que estamos dando alguns passos importantes nessa direção", esclareceu a ministra.

Ela defendeu a participação popular nos processos de gestão de recursos hídricos. "Não há como pensar gestão de recursos hídricos, num País de dimensões continentais como Brasil, sem um forte processo de participação popular. Nesse caso, os comitês de bacia se constituem de fundamental importância", ressaltou.

Na reunião, o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Luciano Zica, falou sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, encaminhada pelo presidente Lula em setembro para apreciação do Congresso Nacional. Zica explicou aos conselheiros os pontos fortes da política, como a logística reversa, um mecanismo que permite responsabilizar todos os segmentos da sociedade pela destinação dos resíduos. "Esse é um instrumento econômico, social e ambiental indispensável à boa gestão da política dos resíduos sólidos do Brasil", destacou Zica.

A reunião do CNRH encerra na própria terça-feira. Na pauta, constam propostas de moções e resoluções. O conselho é composto por representantes dos governos federal, estaduais e municipais, de entidades privadas e da sociedade civil. (MMA)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Polêmica no problema das sacolas plásticas: o que é gato; o que é lebre?

Mônica Pinto / AmbienteBrasil
¨
Na quarta-feira passada, o evento Café com Opinião, realizado mensalmente pelo Sinproquim - Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo -, reavivou uma série de questionamentos sobre a validade ambiental das sacolas feitas com os chamados plásticos oxi-degradáveis.
¨
Essas sacolas estão sendo usadas largamente nos supermercados de Curitiba (PR), por exemplo, garantindo aos consumidores uma sensação de dever cumprido - errônea, no entender do autor de uma das palestras do evento paulista, intitulada “Mitos e fatos sobre os plásticos oxi-biodegradáveis”, o presidente do Instituto do PVC e do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos – Plastivida -, Francisco de Assis Esmeraldo.
¨
Ele diz que o erro já começa no nome. Em muitos locais, essas sacolas trazem o termo “oxi-biodegradável”, quando, diz ele, não poderiam usá-lo. “Para a biodegradação ocorrer, é necessária a presença de fatores tais como oxigênio, luz, umidade, temperatura, manejo contínuo, entre outros”, diz Esmeraldo. “Portanto, é incorreto afirmar que qualquer produto – mesmo sendo biodegradável - se biodegradará em qualquer ambiente.
¨
É exatamente por isso que as Normas americana e européia estabelecem que, para um produto ser classificado como biodegradável, é necessário que a biodegradação ocorra em até 180 dias e que 60% (Norma americana) e 90% (Norma européia) do carbono contido no produto se transformem em CO², água e composto”, completa.
¨
O plástico oxi-degradável recebe aditivos que o levam a se degradar em apenas 18 meses, um aparente ganho ambiental em relação ao produto convencional que, segundo estimativas, demoraria até quatro séculos para sumir do meio ambiente.
¨
O problema, segundo Esmeraldo, é que os fragmentos desse plástico “ambientalmente correto” terminam carregados para rios, mares e lençóis freáticos. “As conseqüências são imprevisíveis num prazo de dez anos, por exemplo. Quem vai pagar a conta desses passivos ambientais?”, questionou a AmbienteBrasil.
¨
Além disso, para não causarem danos ambientais, mesmo os plásticos biodegradáveis devem obrigatoriamente ser encaminhados à usinas de compostagem (locais adequados à ocorrência da biodegradação), onde os produtos resultantes serão CO², água e um composto (daí o nome compostagem). “A qualidade desse composto deve atender os regulamentos nacionais vigentes para fins de seu uso no solo”, diz Esmeraldo, para quem a indústria dos oxi-degradáveis está “vendendo gato por lebre”.
¨
Para o especialista, os plásticos comuns possuem elevado conteúdo energético (superior ao da gasolina e equivalente ao do óleo diesel), portanto, oxi-degradá-los seria desperdiçar essa importante fonte de energia.
¨
“A melhor alternativa hoje é praticar a coleta seletiva e a reciclagem, iniciativa que vem crescendo à razão de 50.000 toneladas/ano, tendo atingido cerca de 520.000 t/ano em 2006 e gerando aproximadamente 20 mil empregos diretos”, defende ele, informando que existe uma capacidade ociosa de reciclagem em torno de 40%, ou seja, a coleta seletiva está longe de atender à demanda atual.
¨
Embora a geração de energia a partir do lixo urbano esteja praticamente ausente na matriz energética brasileira, Esmeraldo a tem como uma alternativa ambientalmente correta, economicamente viável e socialmente recomendável.
¨
“Não é sem razão que esta tecnologia vem sendo largamente utilizada em vários países que já têm unidades em pleno funcionamento, como é o caso do Japão (190), França (130), EUA (89), Alemanha (58), Itália (44), somente para citar alguns países”.A quem acusa a Plastivida de estar, no frigir dos ovos, lutando pelo nicho de mercado da indústria plástica tradicional, Esmeraldo apresenta dados numéricos.
¨
“Em 2006, foram recicladas 520 mil toneladas de plástico. Imaginemos que todo esse material se pulverizasse – fosse oxi-degradável. Com isso, não se faria reciclagem e as indústrias petroquímicas iriam vender outras 520 mil toneladas de plástico – um faturamento aproximado de 2 bilhões de reais”.
¨
A versão favorável para Nivaldo Bosio, diretor comercial da RES Brasil, fabricante do produto no centro da polêmica, as acusações de Francisco Esmeraldo são totalmente desprovidas de fundamento. “Ele não apresenta nenhum teste, de nenhum laboratório, para provar o que fala”, disse a Ambiente Brasil o executivo, para quem a Plastivida faz o lobby da indústria petroquímica.
¨
“Todo plástico, por princípio, é biodegradável, só que isso se dá em 100, 200 anos”, explica. “Meu produto é um catalisador que faz o plástico, ao invés de se biodegradar em tanto tempo, fazê-lo em um, dois ou três anos, a depender do aditivo utilizado”. Isso acontece por oxidação.
¨
“O que oxida as coisas mais rápido? Sal, simples assim; evidentemente que não o sal de cozinha”, prossegue Nivaldo, informando que no site da RES Brasil se pode encontrar diversos laudos, de instituições reconhecidas, comprovando os benefícios ambientais do plástico oxi-biodegradável.
¨
“Tudo que é biodegradável não deixa resíduos na natureza”, reforça. O produto existe no mercado desde 1970 e já é usado em 53 países. Em muitos deles, inclusive para embalar alimentos – prática sem riscos conforme laudos que Nivaldo se propõe a apresentar no momento em que for solicitado. “Como isso poderia fazer mal ao meio ambiente?”, questiona.
¨
Ele encaminhou a AmbienteBrasil mais de 15 documentos atestando os benefícios ambientais do produto. Entre eles, uma nota da Biodegradable Plastics Association (Associação de Plásticos Biodegradáveis), com sede em Londres, Inglaterra, em que a entidade afirma:
“O plástico não é apenas fragmentado, mas consumido por microorganismos depois que o aditivo reduz seu peso molecular, e, por conseguinte, é biodegradável como demonstraram os testes pertinentes. Este processo continua até que o material tenha sido biodegradado e sobre apenas CO², água, húmus, e elementos residuais”.
¨
A entidade inglesa, que trabalha embasada por um Conselho Científico, diz em outra nota: “Os legisladores precisam considerar sempre o que acontece com os resíduos plásticos que escapam à rede de coleta sanitária e se tornam lixo.
¨
É impossível para os governos e indústrias garantir que todo o plástico seja coletado, e mesmo que isso aconteça que seja reciclado ou incinerado. Se o plástico coletado for oxi-biodegradável, ele pode ser reciclado, compostado ou incinerado e, se não for, ele se degradará e desaparecerá sem produzir resíduos nocivos”.
¨
Entre outras características dos plásticos oxi-biodegradáveis, eles são recicláveis por todos os métodos, juntamente com plásticos convencionais, antes do início de sua degradação; podem ser fabricados a partir de plásticos reciclados; podem ser reutilizados enquanto não começarem a degradar; podem ser destinados a compostagem após o descarte; devem ser coletados seletivamente junto com os plásticos convencionais; não emitem Metano em sua degradação e, repetindo, são testados, seguros e aprovados para contato com alimentos (FDA e União Européia). Queda de braço.
¨
O fato é que, nessa polêmica, os argumentos pelo produto convencional estão vencendo. Em julho passado, o governador José Serra vetou o projeto de lei 534/07, que exigia a adoção de sacolas plásticas oxi-degradáveis por parte dos estabelecimentos comerciais de São Paulo.
¨
Pouco antes, o prefeito da capital, Gilberto Kassab, vetou na íntegra o Projeto de Lei 159/07, de teor semelhante, que havia sido aprovado em 22 de maio pela Câmara Municipal. Em agosto, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, também vetou projeto de lei que obrigava o comércio local a adotar as sacolas oxi-degradáveis, que fora aprovado em junho pela Câmara Municipal.
¨
Para Nivaldo, os projetos foram vetados sobretudo por questões políticas, em detrimento das de ordem técnica. “A lei deveria ser mais ampla, no sentido de se poder adotar o pano, o papel; o problema é que ficou muito exclusivista”. Mas se os poderes públicos estão relutantes, o mesmo não se pode dizer da iniciativa privada que, mesmo sem a obrigação imposta por leis, vem adotando a tecnologia.
¨
Multinacionais como Wal Mart, o grupo Sonae, a Pizza Hut e a rede Jumbo, do Chile, são apenas algumas delas, numa tendência que se mostra crescente. AlternativasNo meio da polêmica, muita gente defende que plástico – de qualquer tipo – é algo a ser sempre evitado. Por conta disso, a nova onda do ambientalmente correto é levar ao supermercado sacolas de lona e de tecidos variados – enfim, que possam ser usadas por longo tempo.
¨
No mês passado, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente – SVMA -, de São Paulo (SP), lançou a campanha “Eu não sou de plástico” com uma exposição no Porão das Artes, no Parque Ibirapuera, reunindo sacolas de tecido criadas especialmente para o evento por mais de cem estilistas e grifes de todo o país e confeccionadas por costureiras ligadas ao terceiro setor.

domingo, 7 de outubro de 2007

Cooperativas de catadores terão acesso a R$ 14,6 milhões do BNDES para financiar projetos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará amanhã (1°) a liberação de R$ 14,6 milhões da linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

¨

Segundo informações do Palácio do Planalto, os recursos serão repassados a 21 cooperativas em 10 estados do país, beneficiando cerca de 1,5 mil cooperados.
As operações fazem parte dos 34 projetos já aprovados pelo BNDES, no valor toal de R$ 22,9 milhões.

¨

O financiamento destina-se a reformas de infra-estrutura física, assistência técnica e capacitação de cooperadores.

“É uma conquista a partir do compromisso do governo com a geração de postos de trabalho. O próprio presidente [Lula] se comprometeu, em reunião que tivemos, a abrir postos de trabalho. Para nós é de grande importância, para gerar mais trabalho a catadores do Brasil todo", observa Roberto Laureano, da coordenação nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).
¨

A entidade calcula que existem atualmente no Brasil entre 300 mil e um milhão de catadores. A estimativa engloba desde catadores cooperados até catadores que trabalham a céu aberto e nas ruas das cidades.
¨

O movimento tem cadastradas 450 cooperativas formalizadas, reunindo em torno de 35 mil catadores. A maior parte das organizações é constituída por associações.
¨

A linha de crédito foi lançada pelo presidente Lula em outubro do ano passado, a partir de uma proposta conjunta dos Ministérios do Trabalho e Emprego, Cidades e do Desenvolvimento e Social e Combate à Fome.
¨

A medida originou-se de um estudo da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia, que foi encaminhado como reivindicação à Presidência da República pelo MNCR.
¨

A pesquisa levantava as necessidades dos catadores para que pudessem se constituir em organizações sustentáveis que garantissem qualidade de vida.
¨

Um estudo do Instituto Polis sobre os resíduos desviados dos aterros sanitários pelos catadores de materiais recicláveis mostra que, somente na cidade de São Paulo, estão em atividade 20 mil catadores.
¨

“Esses carroceiros, como são chamados popularmente os catadores, coletam em torno de 400 quilos de materiais por dia, o que resulta em oito mil toneladas diárias de lixo reciclável que deixam de ir para os aterros sanitários e são destinados adequadamente para a coleta seletiva”, destacou Davi Amorim, da assessoria do movimento.
¨

Segundo ele, a média nacional de renda dos catadores varia de R$ 70 a R$ 140 mensais. Com a compra de equipamentos, caminhões e prensas para realizar o trabalho de forma adequada, esse valor subiria para R$ 450 por mês, avaliou Amorim.

¨

(Fonte: Alana Gandra / Agência Brasil)

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

ONU quer reduzir pela metade população sem água potável

O Escritório da ONU para a Década da Água, cuja sede será inaugurada nesta sexta-feira (05), na Espanha, apoiará os projetos e iniciativas dos 193 países da Assembléia para tentar reduzir pela metade o número de pessoas que não têm acesso à água potável e que atualmente chega a 1,2 bilhão.
¨
Assim explicou nesta quinta-feira (04) o diretor do Escritório, Carlos Fernández-Jaúregui, em entrevista coletiva na qual apresentou os objetivos e as atuações previstas do Escritório da ONU, a primeira deste tipo que instala na Espanha, em Zaragoza.
¨
Os objetivos para os próximos anos são apoiar "a gestão integral dos recursos hídricos" e "concentrar-se no tema de água potável e saneamento", por isso que foram planejadas atividades encaminhadas precisamente a achar uma solução à situação atual da água no mundo, "grave e delicada", segundo Fernández-Jaúregui."
¨
A comunidade internacional não pode ser indiferente perante esta situação", explicou o diretor do Escritório da ONU de Apoio à Década Internacional para a Ação Água fonte de vida 2005-2015.
¨
Segundo Fernández-Jaúregui, 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a água segura, 2,6 milhões não têm saneamento e a cada três segundos morre uma criança no mundo por problemas relacionados com a qualidade da água.
¨
Estes números são "dramáticos", por isso que a meta da ONU para 2015 é conseguir reduzir pela metade as pessoas sem acesso a água potável e coleta de esgoto, um desafio "muito grande" que, segundo sua opinião, apenas a América do Sul conseguirá.
¨
Campanhas de informação, formação, comunicação, fomentar a cooperação horizontal entre países do sul e do norte, além de auspiciar educação e pesquisa, são as ações que o Escritório pretende promover, que contará com um orçamento bienal atribuído pela sede de Nova York até 2015 em função das necessidades das diferentes regiões do mundo.
¨
O diretor do Escritório da ONU anunciou que em janeiro ou fevereiro de 2008 será realizada em Zaragoza uma reunião à qual estarão convidados todos os países do mundo com o objetivo que apresentem seus problemas com a água e suas possíveis soluções, propostas que serão diferentes levando em conta a cultura, educação, religião e recursos humanos de cada país.
¨
Nesta quinta-feira começou em Zaragoza uma reunião na qual participarão representantes de várias agências da ONU, de países-membros, ONGs e empresas privadas, para buscar propostas e idéias sobre as quais começar a trabalhar, disse o diretor do escritório.
¨
(Estadão Online)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

EUA conhecem experiência brasileira na gestão da água

Suelene Gusmão
Uma missão americana, composta de 10 técnicos, esteve nesta quarta-feira (3) em Brasília para conhecer a experiência brasileira na gestão integrada de recursos hídricos e no aproveitamento eficiente das águas. Os técnicos, que fazem parte do Corpo de Engenheiros dos Estados Unidos, passaram o dia na Agência Nacional de Águas (ANA), onde se encontraram com o secretário de Recursos Hídricos do MMA, Luciano Zica, e com o diretor de Recursos Hídricos, João Bosco Senra.
¨
O interesse dos americanos pela experiência do Brasil nessa área surgiu durante o Fórum Mundial das Águas, ocorrido no México em março de 2007.
¨
Ao apresentar seu Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), o País passou a ser considerado referência mundial na área. Em função disso, vem recebendo técnicos de vários outros países para troca de experiências.
¨
O Brasil é um dos 15 primeiros países do mundo a ter um plano para gerir seus recursos hídricos. O PNRH nasceu, entre outras razões, da necessidade do estabelecimento de um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, em quantidade e qualidade.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Maringá/PR terá aterro "lixo zero"

A cidade de Maringá (PR) será a primeira no Brasil a utilizar uma tecnologia que promete eliminar os resíduos sólidos urbanos.
¨
Com a proposta de “lixo zero”, o Consórcio Biopuster utiliza um processo biológico que trata os dejetos por meio da injeção de ar comprimido rico em de oxigênio nos depósitos de resíduos, estimulando a ação das bactérias responsáveis pela decomposição.
¨
Como resultado, encontra-se uma melhor destinação final para os resíduos e reduz-se os custos de operação. O projeto piloto, que já está em fase de instalação, será testado por seis meses. Mas a Prefeitura de Maringá já assinou um Termo de Cooperação Técnica para a contratação definitiva (concessão por 20 anos) caso os resultados sejam satisfatórios.
¨
O advogado Rodrigo Franco, da empresa Carbon Market, que presta consultoria na área, explica que o processo já é utilizado com sucesso na Europa e que sua maior vantagem é permitir o desmonte completo do aterro, uma vez que aproveita todos os tipos de resíduos.
¨
Ao chegar no aterro, o lixo é selecionado: resíduos domiciliares e industriais, além de madeiras usadas ou de demolição, troncos, raízes e galhos podem ser processados por um triturador de reduzida poluição sonora e baixo desgaste do mecanismo de trituração.
¨
Os materiais recicláveis, como plásticos, vidros, alumínios e papéis também são separados. Produtos mais volumosos como colchões e carpets são tratados separadamente e transformados em resíduos de pequenas dimensões. O triturador permite a transformação dos detritos em partes orgânicas para futuro tratamento.
¨
Franco ressalta que a tecnologia da Biopuster tem a vantagem de não produzir biogás como produto final. “Depois do tratamento com ar comprimido, ocorre a sucção dessa transformação da atmosfera anaeróbica em aeróbica e a biofiltragem de todos os efluentes gasosos com a mudança da matéria orgânica para biofertilizantes (compostagem) e separação de recicláveis”. E, como esse tratamento é realizado diariamente, o processo gera um mínimo de resíduos finais.
¨
Ainda assim, o material restante não possui bactérias e não causa danos para o meio ambiente, já que o processo passa por uma descontaminação do lixo.
¨
A intenção é conseguir uma destinação até mesmo para esses rejeitos que são aterrados. A viabilidade de utilização desse resíduo final no co-processamento da indústria de cimento ou na alimentação de altos fornos no setor, no setor de metalurgia, por exemplo, está sendo avaliada, afirma Franco.
¨
Com uma área de 240 mil metros quadrados, o aterro de Maringá receberá diariamente cerca de 300 toneladas de resíduos. Os custos de implantação do novo processo de tratamento, cerca de 2,7 milhões de euros, deverão ser compensados com as receitas provenientes dos recicláveis, dos compostos orgânicos e dos créditos de carbono (já que o projeto pode ser inscrito nos Mecansimos de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto).
¨
A tecnologia da Biopuster leva de 60 a 90 dias para degradar os resíduos sólidos, transformando as matérias orgânicas em húmus. Logo, considerando uma operação de suprimento contínuo de resíduos durante seis meses, os produtos (húmus e recicláveis) do último suprimento estarão disponíveis 90 dias após o início do processo.
¨
(CarbonoBrasil)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Semana de Ciência e Tecnologia começa em mais de 100 cidades

A 4ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia começou nesta segunda-feira (01) em mais de 100 cidades do país. Com o tema Planeta Terra, a feira vai mostrar as tecnologias sociais que têm mudado a vida dos brasileiros em todas as regiões.
¨
Até o dia 07, o evento organizado pelo MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia terá exposições, cursos, palestras, peças de teatro e atividades educativas. Serão mais de 10 mil atividades gratuitas.
¨
Em Brasília (DF), a semana ocorre no Museu Nacional. Mas estão previstas palestras em várias cidades-satélites, além de exibições de filmes relacionados ao tema no Centro Cultural Banco do Brasil.
¨
Entre os destaques da programação na capital federal, o Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais fará uma exposição dos estados brasileiros vistos pelos satélites.
¨
"Todos os que tiverem interesse podem entrar em contato conosco para viabilizar palestras em escolas não só na Semana de Tecnologia, mas ao longo do ano", diz a responsável pela gestão de comunicação institucional do Inpe, Nélia Ferreira Leite.
¨
"O nosso objetivo é que o alcance seja o mais amplo possível", ressalta.Um dos destaques da programação em Brasília é a réplica de 12 metros de altura do foguete VSB-30, que será montado pela AEB - Agência Espacial Brasileira.
Na exposição A Era Espacial Brasileira, os visitantes também poderão conferir a trajetória das atividades espaciais no país, a partir de miniaturas de foguetes brasileiros e estrangeiros.
¨
De acordo com o ministério, todas as regiões do país já têm a sua programação, que está disponível no site:
¨
(JB Online)