A contaminação por cianobactérias (algas azuis) levou o governo mineiro a determinar a proibição da pesca nos rios São Francisco e das Velhas, nas regiões central e norte do Estado.
A decisão foi regulamentada em uma portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF), publicada no Minas Gerais, diário oficial do Estado.
Conforme especialistas, o surgimento das algas, que liberam toxinas nas águas, deixando-as com uma coloração esverdeada, é resultado de uma combinação de poluição e estiagem prolongada.
O fenômeno é monitorado desde 1996, mas neste ano atingiu níveis considerados críticos. Conforme autoridades, a medida tem caráter preventivo.
De acordo com o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Paulo Teodoro Carvalho, amostras de peixes foram encaminhadas para análises na Universidade Federal Fluminense. Os testes irão avaliar a presença de toxina das cianobactérias.
A ingestão dessa substância pode trazer complicações para o fígado, como hepatite tóxica e câncer, além de provocar diarréias e vômitos.
O contato com as águas contaminadas também pode causar irritação na pele.
Na semana passada, análise da Companhia de Saneamento de Minas indicou que a situação é de "alerta", com oscilação na contagem de células das algas e alternância de espécies das cianobactérias nos rios. "A gente não pode correr riscos em se tratando de saúde pública", observou Carvalho.
A portaria proíbe a atividade pesqueira em 428 quilômetros no São Francisco e 200 quilômetros do rio das Velhas, até 1º de novembro, quando começa a piracema.
A medida cancela, pela primeira vez, a pesca nesses rios num trecho que vai da região metropolitana de Belo Horizonte até o norte do Estado, na divisa com a Bahia.
Pescadores do norte de Minas já ameaçam entrar com ações judiciais conjuntas cobrando indenização por danos materiais.
O secretário-executivo disse que a portaria também tem por objetivo acionar o governo federal, requerendo uma ajuda de custo para as famílias atingidas.
Até o momento, os principais problemas foram identificados na região de confluência dos rios das Velhas e São Francisco, onde a mortandade de peixes já é visível.
A população ribeirinha de Barra do Guaicuí - distrito da cidade de Várzea da Palma -, nas proximidades de Pirapora, é considerada a mais afetada.
Nas unidades de saúde foram registrados quadros de diarréia, vômito e dores de cabeça.
Na semana passada, a Defesa Civil recomendou a suspensão do uso da água dos rios e o consumo de peixes.
Para Carvalho, embora o fenômeno também esteja relacionado com o lançamento de esgoto nos rios, a influência maior está nas condições climáticas.
"Estamos atravessando uma época que já tinha de estar chovendo e chovendo um bom volume de água. Com isso, a vazão dos rios atinja níveis mínimos e propicia o aparecimento das algas".
O excesso de luminosidade nesta época do ano também contribui para a proliferação das cianobactérias.
(Estadão Online)
A decisão foi regulamentada em uma portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF), publicada no Minas Gerais, diário oficial do Estado.
Conforme especialistas, o surgimento das algas, que liberam toxinas nas águas, deixando-as com uma coloração esverdeada, é resultado de uma combinação de poluição e estiagem prolongada.
O fenômeno é monitorado desde 1996, mas neste ano atingiu níveis considerados críticos. Conforme autoridades, a medida tem caráter preventivo.
De acordo com o secretário-executivo do Comitê Gestor de Fiscalização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Paulo Teodoro Carvalho, amostras de peixes foram encaminhadas para análises na Universidade Federal Fluminense. Os testes irão avaliar a presença de toxina das cianobactérias.
A ingestão dessa substância pode trazer complicações para o fígado, como hepatite tóxica e câncer, além de provocar diarréias e vômitos.
O contato com as águas contaminadas também pode causar irritação na pele.
Na semana passada, análise da Companhia de Saneamento de Minas indicou que a situação é de "alerta", com oscilação na contagem de células das algas e alternância de espécies das cianobactérias nos rios. "A gente não pode correr riscos em se tratando de saúde pública", observou Carvalho.
A portaria proíbe a atividade pesqueira em 428 quilômetros no São Francisco e 200 quilômetros do rio das Velhas, até 1º de novembro, quando começa a piracema.
A medida cancela, pela primeira vez, a pesca nesses rios num trecho que vai da região metropolitana de Belo Horizonte até o norte do Estado, na divisa com a Bahia.
Pescadores do norte de Minas já ameaçam entrar com ações judiciais conjuntas cobrando indenização por danos materiais.
O secretário-executivo disse que a portaria também tem por objetivo acionar o governo federal, requerendo uma ajuda de custo para as famílias atingidas.
Até o momento, os principais problemas foram identificados na região de confluência dos rios das Velhas e São Francisco, onde a mortandade de peixes já é visível.
A população ribeirinha de Barra do Guaicuí - distrito da cidade de Várzea da Palma -, nas proximidades de Pirapora, é considerada a mais afetada.
Nas unidades de saúde foram registrados quadros de diarréia, vômito e dores de cabeça.
Na semana passada, a Defesa Civil recomendou a suspensão do uso da água dos rios e o consumo de peixes.
Para Carvalho, embora o fenômeno também esteja relacionado com o lançamento de esgoto nos rios, a influência maior está nas condições climáticas.
"Estamos atravessando uma época que já tinha de estar chovendo e chovendo um bom volume de água. Com isso, a vazão dos rios atinja níveis mínimos e propicia o aparecimento das algas".
O excesso de luminosidade nesta época do ano também contribui para a proliferação das cianobactérias.
(Estadão Online)
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