De um lado, o Governo Federal, entusiasta assumido do mercado de biocombustíveis, vê no etanol a redenção do país, a força que pode catapultar o Brasil à condição de potência econômica.
Do outro, entidades de credibilidade inquestionável como a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação -, preocupam-se com essa nova vedete, cujo encantamento pode sobrepujar a produção de alimentos, gerando um paradoxo surreal:
garante-se "comida" aos veículos, mas não às pessoas.
Ao mesmo tempo, esse grande canavial em que o Brasil corre o risco de transformar-se teria impactos graves sobre vários biomas.
A pressão sobre florestas, Pantanal e Cerrado já começou – e tende a piorar.
Dentro deste cenário, soa bem que hoje vários pesquisadores no país estejam empenhados em extrair etanol não só da cana, mas do bagaço dela.
Assim, o que seria a princípio um resíduo abundante na cadeia sucroalcooleira pode transformar-se literalmente em maior produção, e com ganhos também de ordem ambiental.
Um dos estudos em curso é do laboratório de Açúcar e Álcool, pertencente ao departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo.
“A nossa pesquisa, se bem sucedida, vai produzir etanol sem aumentar a área plantada de cana”, disse a AmbienteBrasil a professora Sandra Helena da Cruz, co-orientadora da dissertação de mestrado da pós-graduanda Denise de Souza Machado, intitulada 'Seleção de fungos capazes de hidrolisar bagaço de cana-de-açúcar pré-tratado visando obtenção de etanol'.
Segundo ela, se poderá aumentar a produção de etanol em até 30%, assim que a tecnologia estiver disponível, o que deve acontecer entre os próximos cinco a dez anos.
A professora Sandra Helena será uma das participantes do Primeiro Seminário de Etanol Celulósico, que acontecerá no próximo dia 12 em São Paulo (SP).
O evento, entre outros aspectos, vai debater “porque o domínio desta tecnologia será o principal diferencial competitivo no mercado de biocombustíveis”.
Mais pesquisas
Na sexta-feira passada, o presidente Lula visitou o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), para conhecer os trabalhos que vêm sendo desenvolvidas também na empresa a respeito do que ela chama de bioetanol – exatamente o combustível obtido a partir de resíduos agroindustriais, representando a segunda geração de biocombustíveis.
Na visita, o presidente conheceu a primeira unidade-piloto brasileira para testes de produção de bioetanol pela ação enzimática, que está em operação no parque de Plantas Piloto do Cenpes.
A unidade experimental foi desenvolvida pelo Cenpes em parceria com a empresa brasileira Albrecth, e faz parte da etapa de testes piloto da produção do novo combustível.
No equipamento, os pesquisadores utilizarão também os resíduos agroindustriais - em especial, o bagaço de cana.
Como resultado desta pesquisa, a Petrobras já fez o depósito de dois pedidos de patentes, no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
A partir dos parâmetros resultantes dos testes nessa unidade experimental, será desenvolvida uma planta com escala semi-industrial, com início de operação prevista para 2010.
Do outro, entidades de credibilidade inquestionável como a FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação -, preocupam-se com essa nova vedete, cujo encantamento pode sobrepujar a produção de alimentos, gerando um paradoxo surreal:
garante-se "comida" aos veículos, mas não às pessoas.
Ao mesmo tempo, esse grande canavial em que o Brasil corre o risco de transformar-se teria impactos graves sobre vários biomas.
A pressão sobre florestas, Pantanal e Cerrado já começou – e tende a piorar.
Dentro deste cenário, soa bem que hoje vários pesquisadores no país estejam empenhados em extrair etanol não só da cana, mas do bagaço dela.
Assim, o que seria a princípio um resíduo abundante na cadeia sucroalcooleira pode transformar-se literalmente em maior produção, e com ganhos também de ordem ambiental.
Um dos estudos em curso é do laboratório de Açúcar e Álcool, pertencente ao departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo.
“A nossa pesquisa, se bem sucedida, vai produzir etanol sem aumentar a área plantada de cana”, disse a AmbienteBrasil a professora Sandra Helena da Cruz, co-orientadora da dissertação de mestrado da pós-graduanda Denise de Souza Machado, intitulada 'Seleção de fungos capazes de hidrolisar bagaço de cana-de-açúcar pré-tratado visando obtenção de etanol'.
Segundo ela, se poderá aumentar a produção de etanol em até 30%, assim que a tecnologia estiver disponível, o que deve acontecer entre os próximos cinco a dez anos.
A professora Sandra Helena será uma das participantes do Primeiro Seminário de Etanol Celulósico, que acontecerá no próximo dia 12 em São Paulo (SP).
O evento, entre outros aspectos, vai debater “porque o domínio desta tecnologia será o principal diferencial competitivo no mercado de biocombustíveis”.
Mais pesquisas
Na sexta-feira passada, o presidente Lula visitou o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), para conhecer os trabalhos que vêm sendo desenvolvidas também na empresa a respeito do que ela chama de bioetanol – exatamente o combustível obtido a partir de resíduos agroindustriais, representando a segunda geração de biocombustíveis.
Na visita, o presidente conheceu a primeira unidade-piloto brasileira para testes de produção de bioetanol pela ação enzimática, que está em operação no parque de Plantas Piloto do Cenpes.
A unidade experimental foi desenvolvida pelo Cenpes em parceria com a empresa brasileira Albrecth, e faz parte da etapa de testes piloto da produção do novo combustível.
No equipamento, os pesquisadores utilizarão também os resíduos agroindustriais - em especial, o bagaço de cana.
Como resultado desta pesquisa, a Petrobras já fez o depósito de dois pedidos de patentes, no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
A partir dos parâmetros resultantes dos testes nessa unidade experimental, será desenvolvida uma planta com escala semi-industrial, com início de operação prevista para 2010.
Mônica Pinto / AmbienteBrasil
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