domingo, 30 de março de 2008

Governo antecipa criação de órgão para revitalizar bacias hidrográficas em evento na Câmara

Fernanda Machado / AmbienteBrasil (*)
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A âmara dos Deputados estará promovendo a “Semana da Água”, com o tema “De olho na água”. A iniciativa partiu da Frente Parlamentar Ambientalista, sob o comando do deputado Sarney Filho (PV/MA) e do coordenador do Grupo Água, deputado Jorge Khoury (DEM/BA).
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objetivo da Frente Ambientalista é reunir o Congresso e a sociedade civil para um grande debate sobre o gerenciamento dos recursos hídricos no Brasil.
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esta segunda-feira – na abertura da programação –, a Câmara Federal realizou sessão solene para apresentação do “Jogo das Águas” – uma proposta educativa voltada para o público infanto-juvenil, produzido pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Câmara (Ecocâmara) e por representantes do site Plenarinho, mantido pela Casa.
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Sessão foi presidida pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT/SP) e contou com a presença do coral infantil da Escola das Nações de Brasília, com representantes de comunidades tradicionais e de organizações não-governamentais. Participaram também o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Luciano Zica, e o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado.
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m seu discurso, Chinaglia voltou a falar sobre o plano nacional de revitalização das bacias hidrográficas brasileiras, que, segundo ele, deverá ser desenvolvido neste ano, e citou outro instrumento a ser aplicado para melhorar as condições dos mananciais brasileiros - a PEC 524/02 -, que cria fundo de revitalização do rio São Francisco.
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presidente da Câmara apresentou ainda uma série de indicadores para demonstrar a situação dos recursos hídricos no Brasil.
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m entrevista exclusiva a AmbienteBrasil, o secretário Luciano Zica falou sobre os principais desafios do governo em 2008 no âmbito desse tema.
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egundo ele, a Secretaria de Recursos Hídricos vai trabalhar na criação de um departamento de revitalização de bacias hidrográficas, haja vista a situação dramática de boa parte delas no país, com um quadro de matas ciliares devastadas. “Esperamos concluir este ano a elaboração de um plano de ação do governo que atue na revitalização de bacias, como no programa paranaense ‘Cultivando Água Boa’, em torno do Lago de Itaipu”, disse ao portal.
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Luciano Zica antecipou ainda que uma das metas da Secretaria é trabalhar com a valorização da recuperação florestal, seja na regulamentação de legislações vigentes, seja na aprovação de outras relativas a biomas como a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal.
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“E, consolidando esse arco de proteção legal, pretendemos aprovar uma matéria para complementar o arcabouço do saneamento ambiental – a Lei de Resíduos Sólidos, que compromete, sobremaneira, os recursos hídricos no Brasil.
Não há como dissociar a boa gestão das águas com a boa gestão dos resíduos sólidos”, defendeu Zica.
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O diretor da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata), Donizete José Tokarski, também falou com exclusividade a AmbienteBrasil. Para ele, a participação popular é imprescindível para a conservação das águas no Brasil. “É necessário uma conscientização e uma mobilização da sociedade para que todos participem da formação dos Comitês de Bacias, e, consequentemente, que esta atue na implementação desses comitês.
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Assim, cada bacia hidrográfica terá seu ordenamento jurídico e um fórum deliberativo para atender os interesses das comunidades que vivem às margens das bacias”.
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De acordo com Donizete, neste ano de eleição, é importante que os futuros prefeitos e vereadores apresentem um plano de governo voltado às questões dos recursos hídricos.
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“O cumprimento das deliberações dos Comitês de Bacias é que vai garantir água em quantidade e qualidade suficiente para nossa sobrevivência”, alerta.
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A programação da Câmara inclui também debate sobre gestão e conservação da água no Brasil, e audiência pública em comemoração ao “Dia Mundial da Água”, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
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(*) Correspondente em Brasília (DF).

Entulho deverá ter plano de gerenciamento de resíduos em Curitiba/PR

A imagem de tijolos, telhas e concreto abandonados em terrenos baldios e aterros irregulares, ainda comum em Curitiba (PR), pode ter um fim próximo.
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A partir de julho, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente passará a exigir do setor da construção civil um plano de gerenciamento dos resíduos. Assim, quem for construir ou transportar entulhos terá de identificar os tipos de materiais, propor um sistema de separação e especificar como se dará a destinação final.
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A multa varia de R$ 620 a R$ 62 mil, dependendo da quantidade de resíduos em situação irregular.
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Quem reformar a casa e gerar o equivalente a mais de cinco carrinhos de mão de lixo (meio metro cúbico) terá de contratar uma empresa para recolher.
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Nesse caso, o cidadão tem de se certificar que a empresa esteja licenciada e possua um plano de gerenciamento. “A orientação é que, ao contratar uma caçamba, se exija a licença ambiental.
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Se a empresa tem licença, faz a destinação correta”, diz o superintendente de controle ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Mário Sérgio Rasera.
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Os resíduos não podem ser levados ao aterro sanitário. As transportadoras têm a opção de fazer um aterro, desde que obtenha autorização, ou encaminhar o material a empresas de reaproveitamento.
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Duas destas empresas estão instaladas na região metropolitana de Curitiba. “Enquanto não tinha tecnologia disponível não era possível (dar correta destinação final)”, afirma Rasera.
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Os entulhos podem ser reaproveitados, desde que não sejam misturados com materiais tóxicos. Partes de tijolo, de telhas e argamassa podem servir na pavimentação de vias públicas.
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O entulho também pode ser moído e aproveitado como reboco.
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Muitas empresas ainda despejam resíduos em áreas de fundo de vale ou terreno baldio. Pesquisa orientada em 2007 pela professora Maria Cristina Braga, do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná, comprovou a irregularidade. Depende de onde o motorista queira deixar. A destinação correta dos resíduos não sai caro, bastaria um operário fazer a separação do que pode ser aproveitado.
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Segundo ela, uma empresa de Curitiba que tem programa de gerenciamento de resíduos recolhe os recicláveis e o dinheiro da venda vai para uma conta de poupança. No final do ano, o dinheiro é rateado.
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O diretor de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscom-PR), Thiago Guetter, considera positiva a exigência do plano de gerenciamento. “É para evitar desperdício e pode gerar economia”.
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Ele diz que as empresas estão se adequando e que muitas já fazem a separação, mas lembra que mais da metade dos resíduos é gerada por pequenas construções informais.
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Para o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato dos Santos, o destino final de resíduos da construção civil não é bem controlado.
Segundo ele, há uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que os municípios devem seguir. “No geral o resíduo não é bem tratado”.
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O MP está cobrando dos municípios planos de gerenciamento dos resíduos sólidos, em que devem constar, por exemplo, o destino dos resíduos da construção civil.
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(Gazeta do Povo/PR)

RMC e os desafios para salvar a água: Hora de atacar as causas ao invés das conseqüências!

Edson Luiz Peters (*)
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A qualidade de vida de uma cidade ou região é diretamente proporcional ao estado das águas que a irrigam.
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A analogia é simplista mas serve de inicial alerta: para se saber o estado de saúde de um individuo o primeiro exame que o médico costuma requisitar é sanguíneo, pois a composição do sangue evidencia liminarmente a presença ou ausência de alguma doença ou carência que compromete a saúde geral do paciente.
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Assim é com a cidade: basta colher algumas amostras das águas que circulam nos cursos urbanos para se saber como anda a saúde da cidade.
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A mesma água que falta para muitos para as necessidades prementes da vida sobra para outros nas tragédias das enchentes e inundações que assolam as grandes cidades e Regiões Metropolitanas.
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O que parece ser um problema distante para quem olha o planeta é um drama diário para quem vive ou sobrevive no sertão árido ou nas regiões atingidas pelas secas no interior do Brasil.
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A Região Metropolitana de Curitiba é caracterizada pelas áreas de manancial, pelas nascentes de importantes rios, pelas várzeas do Rio Iguaçu e, mais recentemente, pelas APA’s do Passaúna e Irai e outras vulnerabilidades ambientais.
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Além disso, temos uma das maiores reservas de água subterrânea do planeta: o Aqüífero Karst.
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Em contraste, já somos mais de três milhões de habitantes vivendo neste pedaço do Paraná e pressionando diuturnamente os recursos naturais. Dito de outra maneira, um terço da população vive em menos de 10% do território do Estado.
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Como resultado direito desta concentração humana e da falta de saneamento está a contaminação dos cursos d’água, desde os pequenos até o Iguaçu, evidenciando a falta de consciência da população por um lado e a inércia do Estado por outro.
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Na outra ponta está consumo crescente da mesma água contaminada, que tem de ser cada dia mais tratada com alta dose de caros produtos químicos para chegar potável aos “clientes” da SANEPAR.
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O que está em jogo não é somente a vida das gerações vindouras, mas a vida, a saúde e o bem-estar das presentes.
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É típico do Estado Brasileiro, e o Paraná não é diferente neste aspecto, a prática de atacar as conseqüências ao invés de ir às causas do problema. Assim o Governo gasta muito mais para “limpar” a água que vem poluída dos rios do que para preservar as fontes.
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Não obstante a Política Nacional de Recursos Hídricos já ter completado uma década, o Paraná segue atrasado na implementação dos Comitês de Bacias e na cobrança efetiva pela extração da água e lançamento de efluentes, isto é, na gestão de seus recursos hídricos.
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A poluição hídrica generalizada na RMC é a prova maior da falta de capacidade pública para conter a degradação e é também evidência da falta de educação ambiental.
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Também o formalismo jurídico-ambiental e a falta de política ou de implementação da mesma impedem o rompimento do ciclo de degradação das águas que se dá com as invasões desenfreadas das áreas de manancial e margens de rios, que ocorrem do dia para a noite e demoram anos para serem resolvidas com grande investimento de dinheiro público em realocações de famílias, regularizações fundiárias e construção de conjuntos habitacionais.
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Se não houver educação para a sustentabilidade e redução das desigualdades sociais absurdas não haverá nunca dinheiro público suficiente para despoluir, pois na medida em que se soluciona uma situação outras duas ou três se formam.
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Assim também é como o lixo.
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Enquanto cada família não fizer a sua parte (separando, reciclando, etc) não há Poder Público que de conta de coletar, transportar e destinar de forma adequada seus resíduos.
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Soma-se a tudo a falta de planejamento e de investimentos suficientes no sistema de saneamento básico.
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Os resultados da repressão são inexpressivos para a melhoria das condições ambientais. A legislação ambiental de caráter meramente proibitivo e restritivo não alcançou e não alcançará os resultados que alguns ainda esperam.
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É imperioso estimular. Educar para formar consciência ambiental é o caminho mais seguro, econômico e eficaz para vencer o desafio de salvar a água nossa de cada dia e garantir às gerações futuras vida saudável.
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* É promotor de Justiça e integra o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Ambientais da Região Metropolitana de Curitiba, do Ministério Público do Paraná.

Bacia Hidrográfica do São Francisco: Urbanização, Poluição e Saneamento Ambiental

Maurício Novaes Souza (*)
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A humanidade enfrenta problemas de degradação ambiental que remontam no tempo.
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O meio ambiente, que sempre desempenhou sua função depuradora com eficiência, encontra-se hoje excessivamente sobrecarregado pelas atividades antrópicas: sofre o risco de exaustão dos seus recursos, não conseguindo em determinadas situações, recuperar-se por si só. Porém, considerando os modelos de produção e desenvolvimento que priorizam a maximização econômica em detrimento à conservação ambiental, a busca de melhores soluções que as atuais parecem estar distantes de ser encontrada.
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Relacionado aos ecossistemas aquáticos, particularmente a partir da década de 1960, a água vem se tornando um fator cada vez mais crítico para o desenvolvimento econômico e social de longo prazo, bem como para a sustentabilidade ambiental.
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Os indicadores demonstram que o Brasil é a maior potência hídrica do mundo; entretanto, a escassez de água nos anos recentes, associada aos lamentáveis episódios de contaminação de rios, lagos e acumulações subterrâneas, além dos conflitos entre usuários competidores, conduziu à formulação, em bases inteiramente novas, da política para o setor de recursos hídricos.
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Nos dias atuais, percebe-se que o crescimento urbano e industrial, tão propalado, nem sempre significa desenvolvimento humano: particularmente nos países em industrialização, vem acompanhado de desigualdade de acesso aos itens básicos necessários a uma sobrevivência digna, tais como à educação, à alimentação e à saúde.
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O acesso da população à saúde passa, incondicionalmente, pelo binômio abastecimento de água/saneamento básico.
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Contudo, o que se tem verificado, é a ausência do planejamento territorial das áreas a serem ocupadas. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a taxa de crescimento anual da população urbana chega aos 3,5%, vindo acompanhada de realidades preocupantes.
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Uma delas é a formação de cinturões de pobreza, como na região da Bacia do rio das Velhas, importante e maior afluente do rio São Francisco, dado à carência de serviços de infra-estrutura e de moradia adequada a um nível mínimo de condições de vida.
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Dessa forma, a falta do saneamento nas cidades, em níveis mínimos que assegurem o bem-estar das populações, tem gerado um quadro de degradação do meio ambiente urbano sem precedentes, sendo os recursos hídricos um dos primeiros elementos integrantes da base de recursos naturais a sofrer tais efeitos.
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Por esta razão, não há curso d’água ou lago que esteja próximo ou que passe por alguma cidade que não esteja poluído, sendo o grau de poluição diretamente proporcional à população e ao nível de atividade produtiva da cidade.
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Entre os impactos ambientais da urbanização se destacam quatro que afetam diretamente a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos:
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a) as derivações de água, quando ainda não deterioradas, e a devolução via o esgotamento sanitário sem tratamento do efluente final;
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b) as impermeabilizações da superfície natural;
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c) a disposição inadequada do “lixo”; e
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d) os alargamentos e os desvios do leito dos rios, alterando o regime hidrológico e desprotegendo as vegetações ciliares das margens contra o risco de inundações.
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Tais impactos exercem uma demanda importante sobre quatro serviços básicos:
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a) o abastecimento de água;
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b) o esgotamento sanitário;
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c) a disposição final do “lixo”; e
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d) a drenagem urbana.
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Os objetivos a alcançar seria a eficiência nos quatro serviços, além do uso eficiente e racional da água e de evitar-se quaisquer formas de degradação dos mananciais. Isso porque é por intermédio de veiculação hídrica que se propagam doenças, tais como a gastrenterite, o cólera, a leishmaniose, a malária e a esquistossomose, as moléstias diarréicas, e ainda, sob certas circunstâncias, a hepatite e a salmonelose, responsáveis pela morbidade e mortalidade de um grande número de pessoas, principalmente crianças.
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Na verdade, rios, lagos e mares são o destino final dos esgotos.
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Com o crescimento da população e da atividade industrial, a qualidade dos ecossistemas aquáticos vem em muitos casos se deteriorando progressivamente. Nas diversas bacias do estado de Minas Gerais, são comuns grandes áreas com desmatamento e queimadas desde as nascentes, que provocam o assoreamento dos rios, além do desvio de água cada vez maior para projetos de irrigação, em sua maioria sem planejamento e manejo.
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No caso da bacia do rio São Francisco, a cada ano tem diminuído perigosamente o seu volume de água e a navegação já não se faz em determinados trechos e em determinadas épocas do ano, como em janeiro deste ano de 2008.
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No tocante à retirada predatória das matas ciliares do rio, influi diretamente nas cheias ocasionais.
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Sem a vegetação, com o solo descoberto, a água chega velozmente à calha do rio, acumulando-se e aumentando o pique de cheia e a conseqüente redução na recarga dos aqüíferos.
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No Estado de Minas Gerais, a bacia do rio São Francisco cobre 504 cidades e, praticamente, nenhuma delas possui saneamento básico.
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Todo o esgoto doméstico e industrial in natura é lançado diretamente ao rio, além dos dejetos industriais e agroindustriais.
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Assim, o estado de degradação em que o rio se encontra representa a real situação de como o país vem efetivamente administrando seus recursos naturais.
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Tal bacia, de extrema importância para a economia nacional, possui uma demanda total de água de 224 m3s-1, sendo o principal consumidor a irrigação, responsável por 71,4% dessa demanda.
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Devido à grande expansão da agricultura irrigada, como na bacia do rio Paracatu, sérios conflitos têm surgido.
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Nas bacias dos rios Paraopeba e das Velhas, conforme as conclusões do Diagnóstico do fluxo de sedimentos em suspensão na bacia do rio São Francisco (ANEEL/ANA, 2006), são os que apresentam maior concentração média de sedimentos em suspensão.
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Esta questão é extremamente complexa, posto que a análise das informações apresentadas nesse diagnóstico indica que as ações de racionalização do uso da água no setor industrial devem ser priorizadas na bacia do rio das Velhas, por representar mais de 50% do uso da água industrial de toda a bacia.
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No município de Nova Lima, as indústrias siderúrgicas e de mineração são responsáveis, também, por poluição atmosférica.
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Cabe considerar que tais resíduos acabam tendo como depósito final o solo e a água.
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O Plano do rio das Velhas, recentemente estabelecido e ainda em fase de adaptações, possui uma característica adicional relevante, que é a de compreender metas progressivas de melhoria dos serviços de saneamento ambiental, especialmente, a melhoria dos níveis de atendimento por rede coletora e a consolidação das estações de tratamento de esgotos.
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Estabeleceu-se como o objetivo final priorizar a revitalização hidroambiental da bacia em suas características bem próximas às originais e a reaproximação do homem que a habita, melhorando significativamente a qualidade de vida de todos.
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Fica uma pergunta: tem-se o que comemorar neste dia 22 de março de 2008 - Dia Mundial da Água?
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Penso que ainda seja cedo para comemorações, apesar das inúmeras iniciativas governamentais e organizacionais. Por exemplo, ainda recentemente ocorreu mortandade de peixes no Rio das Velhas, identificada na altura do município de Jequitibá.
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Mobilizadores, como “Os Amigos do Rio”, que fazem parte do Monitoramento Ambiental Participativo (MAP) desenvolvido pelo Projeto Manuelzão, em parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) e a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), vêm contribuindo para a mitigação de tais circunstâncias, investindo em projetos de educação ambiental.
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Há de se considerar a primeira etapa do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH), já concluído, que vem sendo apresentado à população por meio de reuniões em todo o estado de Minas Gerais.
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O PERH é um projeto que visa estabelecer diretrizes para o planejamento e controle do uso da água em Minas Gerais.
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Até o momento, foi feito um levantamento de toda a história da gestão de recursos hídricos do estado. Na divulgação da real situação das águas, a ser feita pelo IGAM, acontecerá também o lançamento da segunda fase do plano, prevista para começar ainda nesse ano de 2008.
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Nessa etapa, o PERH vai tratar da quantidade e qualidade das águas no estado mineiro e, a partir daí, ações e metas deverão ser implementadas em prol de uma melhor gestão desses recursos.
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Na verdade, cada um tem sua parcela de responsabilidade na recuperação de uma bacia.
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A Agência de Bacia pode ser um dos caminhos. Cada Comitê de Bacia Hidrográfica tem representantes da sociedade civil, poder público e empresas que atuam na região. São eles que elaboram as ações para a revitalização do rio, que a Agência procura executar.
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Porém, apesar de extremamente importantes, poucos comitês em Minas possuem Agências de Bacia.
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Instrumentos de Gestão, como a outorga e a cobrança pelo uso da água, encontram-se, nesta fase da consolidação do Sistema Nacional de Recursos Hídricos, em pleno estágio de aprimoramento.
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Uma imensa série de novas idéias se tem colocado nos mais diversos foros de debate que se realizam no Brasil. Por fim, há de se considerar, que o modelo de gestão a ser adotado deverá ser estratégico: sistêmico, preditivo e adaptativo, com igual ênfase em medidas estruturais e não estruturais.
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A nova gestão das águas deverá ser aperfeiçoada com os instrumentos legais disponíveis e o conjunto de ações para proteção, recuperação e conservação de águas superficiais e subterrâneas, que incluem instrumentos legislativos e sistemas de taxação e incentivos adequados.
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Considerando as condições atuais da bacia do rio São Francisco e de seus afluentes, investir no saneamento dos municípios melhorará a qualidade de vida da população, bem como a proteção ao meio ambiente urbano, além de gerar emprego e renda para a população beneficiada.
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Contudo, a revitalização do rio São Francisco não virá apenas com obras, mas com opções e atitudes. Uma dessas será devolver à natureza os serviços ambientais em que foi substituída por processos tecnológicos.
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Combinado com políticas de saúde e habitação, investimentos em saneamento ambiental diminuirão a incidência de doenças e internações hospitalares, sendo este um dos fatores componentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país.
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Além disso, melhorando a qualidade ambiental, que é condição básica para se atingir o Desenvolvimento Sustentável, toda a bacia se tornará atrativa para investimentos externos, podendo inclusive desenvolver sua vocação turística.
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* Engenheiro Agrônomo, mestre em Recuperação de Áreas Degradadas e Gestão Ambiental e doutorando em Engenharia de Água e Solo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). É professor do CEFET - Rio Pomba, coordenador dos cursos Técnico em Meio Ambiente e Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. É conselheiro do COPAM e da SEMAD - Zona da Mata, MG. mauriciosnovaes@yahoo.com.br.

Indústria de chuveiros elétricos diz que produto poupa muito mais água do que aquecimento a gás ou solar

Nos últimos anos, o chuveiro elétrico – uma invenção brasileira - tornou-se um equipamento doméstico constantemente em xeque. É apontado como um vilão do consumo de energia, o que aumentaria as necessidades do país nesse campo, resultando na demanda por novas hidrelétricas, com seus conhecidos impactos ambientais e sociais.
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No dia 12 passado, a indústria do setor mostrou-se disposta a reagir. Em São Paulo, na sede da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), foi lançada a cartilha "Uso Eficiente do Chuveiro Elétrico". Uma ação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), elaborada em conjunto com o GCA (Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee), a publicação traz dicas de como adquirir, instalar, usar e manter corretamente um chuveiro elétrico e incentiva a economia de energia e água, graças à correta utilização do eletrodoméstico (clique aqui para baixar a cartilha em PDF).
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Ao largo dessas informações mais técnicas, o Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee lançou na mesma data um site, cujo conteúdo claramente volta-se a reverter essa má imagem que foi se construindo em relação ao produto – na comunidade ambientalista, bem entendido, posto que o mercado não sofreu até hoje qualquer abalo.
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No portal - www.banhoeconomico.com.br -, o contra-ataque baseia-se justamente em um trunfo de forte apelo ambiental. Nele, o chuveiro elétrico é apresentado como “a forma de aquecimento de água que mais economiza água (tratada), bem cada vez mais escasso no planeta".
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"Nos aquecedores por acumulação (solar, elétrico ou gás) ou de passagem (gás), a água só fica quente depois que toda a água fria que estava nos canos ter sido desperdiçada e jogada no esgoto.
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Além disso, a água quando fica quente alcança altas temperaturas e é preciso abrir o registro de água fria para temperar a água e atingir uma temperatura agradável, ou seja, ainda mais água e energia são desperdiçadas no processo.
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Nos aquecedores instantâneos (chuveiros elétricos), ao abrir o registro a água já sai quente no ponto de uso, numa temperatura escolhida pela pessoa", explica o texto.
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Além disso, registra o site, o chuveiro elétrico tem uma vazão de 3 litros por minuto.
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Aquecedores de passagem a gás só se mantém em funcionamento com pelo menos 7 litros por minuto e os de acumulação ou solar têm uma vazão de 10 a 12 litros por minuto de água.
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"Uma família de quatro pessoas que utiliza chuveiro elétrico para banho tem uma economia mensal de mais de 3 mil litros de água em comparação a um aquecedor de passagem a gás e de 5 mil litros em relação a um de acumulação ou solar", garantem os fabricantes, informando ainda que a Comissão de Mudanças Climáticas da Comunidade Européia defende no seu site que o chuveiro elétrico é a melhor solução para se economizar água na hora do banho (confira texto em Português ou em Inglês).
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“O chuveiro elétrico foi escolhido como o bode expiatório na crise energética de 2001”, disse a AmbienteBrasil Carlos Alexandre Cella, diretor do Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee. “Era preciso arrumar um culpado por tudo de errado que o Governo fez”.
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Para ele, o consumidor brasileiro, ao ter seu poder aquisitivo aumentado nas últimas décadas, incorporou aos confortos domésticos uma série de aparelhos, nascidos também de tecnologias até então inexistentes.
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É o caso dos computadores, fornos de microondas, freezers e outros. Além disso, é comum ver nas residências hoje várias TVs. O Governo Federal não teria se preparado devidamente para esse aumento de demanda, observada também e principalmente na Indústria Brasileira, que experimentou significativo avanço.
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Para piorar o quadro, o desperdício de energia no Brasil é inaceitável – e os prédios públicos costumam dar maus exemplos -, assim como o roubo.
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A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) calcula que as concessionárias percam em torno de 5,5 bilhões de reais por ano, em função de ligações clandestinas na rede, os chamados “gatos” .
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Crescimento
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O site recém-lançado informa ainda que o chuveiro elétrico brasileiro é um item poderoso na pauta de exportações - nos últimos cinco anos, 69 países compraram o produto fabricado no Brasil.
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Em 2006, as vendas para o exterior somaram mais de US$ 11,7 milhões, conforme dados de agosto de 2007, da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio.
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Essa bem-aventurança do setor talvez não dure muito tempo. Só na Inglaterra, operam hoje doze fábricas; na Alemanha, outras quatro. Vai se estabelecendo, assim, uma concorrência coerente com a lógica da globalização.
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O exemplo lamentável vem do outro lado do mundo. Segundo Carlos Alexandre, na China já se vende chuveiro elétrico brasileiro falsificado, produto “pirata” que explora ilegalmente a referência de qualidade conquistada pelo setor no mercado internacional.
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Mônica Pinto / AmbienteBrasil

Dez mandamentos da economia de água

1 - Quando estiver lavando pratos com a mão, não deixe a água escorrer enquanto enxaguando. Encha uma vasilha com água de lavar e outra com água de enxaguar.
2 - Coloque a funcionar sua máquina de lavar louças ou roupas quando estiverem cheias. Você pode economizar 3.600 litros de água por mês.
3 - Use uma vassoura no lugar de uma mangueira para limpar suas calçadas e economize água, tempo e dinheiro.
4 - Se o seu chuveiro enche um vasilhame de 5 litros em menos de 15 segundos, troque-o por um mais eficiente.
5 - Reduza o seu tempo de banho em 1 ou 2 minutos e você economizará até 540 litros de água por mês.
6 - Ao usar a lavadora de roupa, verifique o nível da água para a carga da máquina.
7 - Feche a torneira enquanto escova os dentes e economize até mil litros de água por mês.
8 - Feche a água enquanto você ensaboa seus cabelos e economize até 500 litros de água por mês.
9 - Feche a torneira enquanto faz a barba e economize até mil litros de água em um mês.
10 - Lave seu carro sobre o gramado e você molhará a grama ao mesmo tempo.
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Das águas da Terra, apenas 2,5% são doces e, destas, mais de dois terços não estão disponíveis para consumo humano.

O Brasil detém cerca de 12% da água doce disponível no mundo, porém mais da metade (54%) desse total localiza-se na Amazônia e na bacia do rio Tocantins, onde está a menor população por quilômetro quadrado do país.
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Essa situação faz com que metrópoles dos estados do Sul, Sudeste e Nordeste brasileiros sejam obrigadas a buscar água em mananciais cada vez mais distantes, devido à poluição das águas por dejetos humanos e industriais e ao assoreamento de rios, lagos e represas, a um custo que aumenta exponencialmente e com danos ao meio ambiente.
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Cada nova represa e reservatório de água provoca desmatamento e, assim, contribui para diminuir o ciclo das chuvas e a quantidade de água doce disponível nessas regiões.
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Para o consultor Paulo Costa, o problema vem de cima. "Se os prédios públicos, as escolas e hospitais adotassem medidas racionalizadoras, seria, além de um belo exemplo para a sociedade, uma economia gigantesca no gasto da água”, diz.
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Além disso, com o dinheiro economizado, esses órgãos poderiam investir em campanhas de conscientização através de ações educativas junto à comunidade, esclarecendo sobre as maneiras de evitar o desperdício, as formas de economizar e as fontes alternativas para a captação de água, bem como a diferenciação dos usos, visto que, para algumas atividades não há necessidade de utilização de água tratada.
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É aí que entra outro componente marcante do desperdício. O engenheiro Paulo Schaefer, diretor comercial da empresa AcquaSave, acredita que, aos poucos, o brasileiro está entendendo que a água que cai nos telhados deve ser mais bem aproveitada antes de sumir pelos ralos.
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“Há cinco anos, falar em aproveitamento de água de chuva no Brasil era coisa só para ecologistas; hoje é uma realidade, e as empresas e pessoas físicas já constroem pensando neste uso.
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O desperdício habitual precisa dar lugar ao uso inteligente da água”, afirma Schaefer. Alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná estão adotando ou já implantaram a lei de retenção da água de chuva como medida para amenizar os impactos causados pela impermeabilização do solo urbano, que impede que a chuva se infiltre no solo ou evapore.
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O sistema Acquasave de aproveitamento de água de chuva já foi implantado em diversos complexos como o aeroporto Santos Dumont e o estádio João Havelange, no Rio de Janeiro, no Hotel Sofitel Guarujá (SP), e em diversos hotéis da rede Íbis.
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Disponível para uso residencial, em condomínios, galpões e fábricas, o sistema viabiliza que as águas de chuva captadas possam ser utilizadas na higienização de bacias sanitárias, limpeza de pisos, lavagem de carros e outras atividades que não exigem água potável.
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Segundo estatísticas, essas ações representam cerca de 50% do consumo das águas nas cidades.
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“O aproveitamento e o manejo correto da água de chuva e a instalação de telhados verdes são passos importantes para compensar os efeitos da impermeabilização crescente nas cidades”, afirma Jack Sickermann, especialista em aproveitamento de água de chuva.
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Dessa forma, a água de chuva não corre pelas ruas, não carrega lixo nem poluentes, evitando doenças e amenizando os impactos sobre as cidades.

Mônica Pinto / AmbienteBrasil * Com informações de diversas Assessorias.

No Dia Mundial da Água, programações em vários locais trabalham pela racionalidade no consumo

Neste 22 de março comemora-se o Dia Internacional da Água. Além disso, 2008 foi escolhido pela ONU como o ano internacional do saneamento.
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Para marcar a data, pululam pelo Brasil manifestações e eventos promovidos por órgãos públicos e entidades do terceiro setor.
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À parte dessas iniciativas de validade incontestável, o brasileiro, em geral, comporta-se de forma alheia a um problema mundialmente reconhecido: a escassez desse recurso essencial à vida.
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Por aqui, o desperdício ainda impera, apesar de, justiça seja feita, legislações em todas as esferas de governança terem avançado no sentido de racionalizar o consumo.
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Pesquisa recente da H2C - Consultoria e Planejamento de Uso Racional da Água – detectou que o brasileiro gasta, em média, cinco vezes mais água do que o volume indicado como suficiente pela Organização Mundial da Saúde.
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A OMS recomenda o consumo diário de 40 litros diários por pessoa, enquanto no Brasil são consumidos 200 litros dia/pessoa, em média.
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De acordo com a consultoria, faltam políticas globais de incentivo ao uso racional da água e as iniciativas existentes estão sempre voltadas para o aumento da produção de água, e não para a diminuição do consumo.
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"Até quando vamos deixar as campanhas de uso racional da água nas mãos das concessionárias?”, questiona Paulo Costa, consultor e especialista em projetos de Uso Racional da Água da H2C.
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“Isso é contraditório, porque o negócio delas é vender água, assim, quanto maior o consumo e, por decorrência, a venda de água, mais as concessionárias lucram".
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O Brasil tem vários bons exemplos em que se espelhar. "Programas racionalizadores do uso da água foram empregados com sucesso por cidades como Nova York e Austin, nos EUA, e Cidade do México", relata Paulo.
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A Prefeitura de Nova York, especificamente, implementou um programa de incentivo à substituição de equipamentos por outros mais econômicos. O programa, efetivado de 1994 a 1996, investiu cerca de 240 milhões de dólares estimulando a troca de bacias e válvulas sanitárias, permitindo a economia de 288 milhões de litros por dia.
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Os consumidores passaram a economizar até 35% na sua conta de água mensal.
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Além disso, os técnicos da prefeitura nova-iorquina constataram também que conservar/economizar 100 milhões de litros de água, por exemplo, sai até um quarto do custo exigido para captar, tratar e distribuir igual volume de água.
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Ou seja, ficou claro que é muito mais barato racionalizar do que aumentar a produção.
Mônica Pinto / AmbienteBrasil * Com informações de diversas Assessorias.

Se teste der certo, só em 2012 rio Pinheiros será despoluído

Clarear a cor da água, reduzir o cheiro e diminuir a poluição do rio Pinheiros é tarefa de longo prazo.
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Uma das possibilidades é usar o sistema de flotação, que está atualmente sendo testado.A técnica, porém, é controversa - há dúvidas sobre sua capacidade de despoluição.
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Por meio da flotação, produtos químicos reúnem a sujeira na forma de flocos, que são forçados para cima com a ajuda de microbolhas de ar.
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Segundo reportagem da Folha da última terça-feira (4), o teste deve durar mais seis meses e, se for bem sucedido, o sonho de ver as águas do Pinheiros mais claras ficará para 2012 ou 2013.
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A precaução é necessária porque, depois da flotação, as águas do rio vão para a represa Billings, que abastece parte de SP.O projeto de flotação do Pinheiros tem custo estimado de R$ 350 milhões. Uma flotação desse porte nunca foi tentada, no mundo, num sistema em fluxo, ou seja, direto num curso d'água.
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O sistema é usado desde 1998 no pré-tratamento do rio Tâmisa, em Londres, antes da filtração. E em SP, já é empregado nos parques da Aclimação e Ibirapuera.
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Movimentos sociais e organizações de defesa do ambiente, porém, sempre viram o projeto de flotação no rio Pinheiros com reservas.
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Outro projeto para melhorar a situação do rio é o Pomar, do governo estadual, em parceria com a iniciativa privada. Por meio desse projeto, iniciado em 1999, foi feito o plantio de árvores e vegetação nas margens do rio.
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(Folha Online)

Cientista diz que aumento de biocombustíveis trará fome e falta d'água

O recurso crescente dos biocombustíveis representa uma ameaça para a produção mundial de alimentos e pode colocar em perigo a vida de milhões de pessoas de todo o mundo.
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Essa advertência foi dada em Londres pelo professor John Beddington, principal assessor científico do governo britânico, em seu primeiro discurso público importante desde sua nomeação para o cargo.
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"É muito difícil imaginar como o mundo vai poder produzir colheitas suficientes para gerar energia renovável e satisfazer ao mesmo tempo a enorme necessidade de alimentos", declarou.
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Segundo Beddington, até 2030 a população mundial terá crescido tanto que será necessário aumentar em 50% a produção de alimentos e para 2080 será inclusive necessário dobrá-la.
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Entretanto, a corrida atrás dos biocombustíveis significa que cada vez haverá mais terra arável entregue à produção deles, e não de alimentos.
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Comida escassa
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Segundo o professor Beddington, o risco de escassez de alimentos nos próximos vinte anos é tão agudo que políticos, cientistas e agricultores têm de se posicionar para procurar soluções.
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Os cientistas predizem que as secas serão mais freqüentes ao longo do século, e a demanda de água será cada vez maior não apenas pelo fato de que haverá muitos outros milhões de pessoas para bebê-la, mas também pelo fato de que haverá muita mais necessidade dela para as colheitas.
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A produção de uma tonelada de trigo requer, por exemplo, cinqüenta toneladas de água.
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Segundo Beddington, assim como os Governos decidiram tomar medidas contra a mudança climática, é necessário fazer algo para evitar futuras crises de fome.
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"A demanda (de alimentos) cresceu muito no mundo, particularmente na China e na Índia.
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Até 2030 a demanda de energia terá crescido 50% e a de alimentos o fará na mesma proporção", declarou o cientista.
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Beddington chamou de "loucura" a destruição das florestas tropicais para cultivar biocombustíveis.
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(Globo Online)

Conama resolve classificar águas subterrâneas conforme qualidade e uso

As águas subterrâneas, assim como já acontece com as águas de superfície, passarão a ser classificadas de acordo com suas características hidrogeoquímicas naturais e seus níveis de poluição, que vão indicar a que tipo de uso cada aqüífero é adequado.
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A classificação foi determinada por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) na sua 89a Reunião Extraordinária, encerrada na quarta-feira (12) na sede do Ibama, em Brasília.
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A classificação, segundo o arrazoado da resolução, visa, entre outros fins, previnir e controlar a poluição e promover a proteção da qualidade das águas subterrâneas que, uma vez contaminadas, demandam processos lentos e onerosos para recuperação.
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De acordo com suas características hidrogeoquímicas naturais e os efeitos das ações antrópicas sobre sua qualidade, as águas subterrâneas serão enquadradas em classes de 1 a 5, além da "classe especial", reservada aos aqüíferos destinados à preservação de ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral ou que alimentem corpos d'água superficiais também classificados como "especiais".
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Para garantir a qualidade da água dentro de sua classificação, os órgãos ambientais devem promover implementação de Áreas de Proteção de Aqüíferos e Perímetros de Proteção de Poços de Abastecimento.
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A resolução também prevê a criação de Áreas de Restrição e Controle do Uso da Água Subterrânea, a serem implementadas em caráter excepcional e temporário quando a captação em determinados corpos de água representar risco para a saúde humana, para ecossistemas ou para os próprios aqüíferos.
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Normas de efluentes são flexibilizadas para viabilizar ETEs - O Conama alterou na quarta-feira uma de suas próprias resoluções - a de número 357 de 2005 - e decidiu desconsiderar quantidade de nitrogênio amoniacal na classificação dos efluentes de Estações de Tratamentos de Esgoto (ETEs) lançados na natureza.
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A decisão objetivou viabilizar a implantação da da rede de ETEs previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), muitas das quais localizadas em pequenos municípios do interior do País que não teriam condições, num primeiro momento, de garantir o padrão de 20 mg/l da substância fixados anteriormente.
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Diante da constatação, os conselheiros preferiram abrir mão da qualidade ideal dos efluentes para permitir que eles tenham um tratamento satisfatório. Mas ressaltaram, no voto, que essa decisão é temporária e deve vigorar apenas enquanto os municípios se preparam para implantar os padrões ideais.
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A mudança da tabela se aplica apenas aos efluentes das ETEs. Para os efluentes industriais continua mantida a medição do nitrogênio amoniacal, cuja presença não deve superar os 20mg/litro.
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(MMA)

Mapa mostra Brasil cercado por água 80 milhões de anos atrás

Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, desenvolveram um mapa que reproduz como eram as bacias oceânicas do mundo há 80 milhões de anos.
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No desenho, o Brasil aparece praticamente "cercado" por água.
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Em um estudo publicado na edição desta sexta-feira (7) da revista científica Science, os pesquisadores afirmam que o nível do mar era 170 metros mais alto do que o atual.
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Para reproduzir as bacias oceânicas do período Cretáceo, os cientistas utilizaram dados geofísicos sobre as mudanças ocorridas com a produção da crosta oceânica, a acumulação de sedimentos e as fronteiras da placa tectônica.
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O mapa apresenta uma combinação das mudanças do volume das bacias oceânicas ao longo de milhões de anos e do volume de água que seria produzido caso as camadas atuais de gelo do planeta fossem derretidas.Clima quente - De acordo com os pesquisadores, o volume de água das bacias oceânicas do Cretáceo era maior do que o registrado atualmente devido ao clima quente na época, que derreteu todas as camadas de gelo da Terra.
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O cientista Dietmar Müller, que liderou a pesquisa, diz que o estudo pode ajudar os pesquisadores a "entender melhor como a Terra poderá mudar no futuro".O estudo prevê ainda que o nível do mar será reduzido em 120 metros nos próximos 80 milhões de anos.
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Segundo os cientistas, o aumento do nível do mar, atribuído ao aquecimento global e ao derretimento das camadas de gelo observado atualmente, é apenas uma "breve interrupção na tendência geológica".
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(Globo Online)

Proposta de Emenda à Constituição quer dar mais recursos a Municípios que atestem compromisso sócio-ambiental

Ao ser eleito presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal, no dia 4 passado, o deputado André de Paula (DEM-MG) observou que, apesar de o meio ambiente ser um tema global, seus desafios tendem a ser resolvidos em âmbito local, nos Municípios.
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Tal convicção já tinha sido expressa por ele na prática. O deputado é autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 198/2007, hoje em tramitação na Casa, que determina a divisão de 5% dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) entre as cidades que atestem boas condições sanitárias e ambientais; que implantem políticas de estímulo à utilização de tecnologias favoráveis ao meio ambiente e legislações que indiquem o compromisso sócio-ambiental daquela administração.
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Traduzidos em exemplos, esses indicadores avaliariam dados como o percentual da população com esgoto tratado, a destinação correta do lixo urbano, esforços pela recomposição das matas ciliares, as legislações de incentivo a medidas sócio-ambientais, a eficiência energética, a conservação e a reutilização de águas. Em síntese, a proposta situa as cidades como ponto de partida para um novo e necessário conceito de convivência com o meio ambiente.
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“Os impactos ambientais decorrentes da ocupação urbana desordenada, maximizada pelos graves problemas sociais que afligem o nosso tempo, ameaçam, dia após dia, a qualidade de vida dos cidadãos”, diz o deputado André de Paula. “As cidades têm papel relevante na dinâmica de preservação do meio ambiente local, promovendo, sobretudo, o desenvolvimento sustentável”, defende.
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O FPM irá distribuir este ano cerca de R$ 35 bilhões e, assim, 5% – R$ 1,75 bilhão – seriam repartidos entre os Municípios que comprovassem prioridade à elevação de seus indicadores sanitários e ambientais.
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O fato do DEM ser oposição ao Governo não preocupa o parlamentar. “Não acredito que os objetivos centrais da proposta incitem uma indesejável polarização entre Governo e Oposição. Posições divergentes quanto à forma de materializar a idéia ocorrerão naturalmente”, disse ele a AmbienteBrasil. “O tema meio ambiente está na pauta das nações - a discussão é transnacional - e todas elas estão obrigadas a dissecar a matéria e encontrar soluções práticas e alternativas para uma convivência harmoniosa entre o homem e o meio ambiente”.
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Segundo o parlamentar, não há como admitir mais o “panorama desolador” de sucessivos e graves passivos ambientais ocasionados por cada novo ciclo econômico no mundo. “Teremos que construir um caminho de entendimento e de alternativas para as quais a participação de todos os atores políticos e sociais é fundamental; reconstruir paradigmas e lutarmos juntos em favor do futuro. Nesse sentido, não enxergo reações contrárias nem resistência do Governo. O que teremos pela frente, na verdade, é um longo trabalho de convencimento e, sobretudo, de envolvimento”, analisa.
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O parlamentou afirmou ainda a AmbienteBrasil que a proposta poderá gerar uma salutar competição entre os Municípios pela adoção de práticas ambientalmente corretas.
“O conjunto de soluções passa necessariamente pelas cidades, justamente onde as pessoas vivem e onde podem contribuir, efetivamente, com práticas de preservação e convivência com o meio ambiente”, reforça.
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Sua expectativa é que, ao conceber um cenário onde o Município seja estimulado a instituir políticas sócio-ambientais desejáveis, se inaugure um debate a partir de seus habitantes, mobilizando especialmente setores da sociedade civil organizada. “Nessa área, aliás, temos a militância incansável de inúmeras instituições sérias e comprometidas”, elogia.
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A PEC 198/2007 vai ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara Federal. Caso seja aprovada, passa então à avaliação de uma comissão especial a ser criada especificamente com tal finalidade. Depois, segue a Plenário, onde precisa ser votada em dois turnos.
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Fernanda Machado / AmbienteBrasil * Correspondente em Brasília (DF).

Seca põe 94 cidades de MG em situação de emergência

Dede o dia 1º de janeiro, 94 municípios de Minas Gerais decretaram situação de emergência devido à seca, sendo que 62 foram homologados pelo governo estadual, segundo informações da Defesa Civil.
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Na sexta-feira, o Comitê Gestor da Crise da Seca se reuniu em Montes Claros, no norte de Minas, para estudar a situação do semi-árido mineiro e anunciar medidas para tentar reduzir os prejuízos na região.
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Entre outros projetos, foram anunciados investimentos de R$ 82,6 milhões e medidas fiscais para aliviar produtores rurais e a população.
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O secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, anunciou que haverá redução em 40% do preço da arroba do boi para efeito de cálculo do imposto, o que vai resultar em redução na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do produto. Calcula-se que a medida irá beneficiar pecuaristas de 188 municípios da região.
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A distribuidora de energia Cemig anunciou redução de tarifas para consumidores que dependem de poços de uso coletivo, uma das principais reivindicações dos produtores rurais da região.
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Outra novidade foi a liberação de R$ 1 milhão para a criação do Centro de Estudos para a Convivência Permanente com a Seca que vai funcionar como apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
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Este centro deverá se tornar um pólo acadêmico e de inovação tecnológica para projetos que viabilizem o convívio com o clima seco.
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(Fonte: Yahoo!)

Lição de empresário: é possível lucrar sem destruir a floresta

A fiscalização das autoridades federais e do Pará nas madeireiras de Tailândia (235 quilômetros ao sul de Belém) desde o início do mês e a ocupação da cidade no início da semana passada por uma força de 300 homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança causaram a maior crise econômica e social da história da cidade, que em maio completa 30 anos.
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Três mil pessoas foram demitidas e outro tanto deverá ser dispensado também. Mas há saídas. Todas dentro da legalidade. Quem aponta as alternativas são as pessoas que já estiveram ou ainda estão envolvidas com a atividade madeireira.
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Começa a se forjar uma nova mentalidade empresarial entre pessoas que chegaram à cidade quando ela ainda tinha umas poucas casas, lá se fixaram e fizeram fortuna, principalmente com a atividade madeireira.
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Uma dessas novas mentalidades é a de Massao Ozaki, de 52 anos, formado em Administração de Empresas por uma faculdade do Paraná, que chegou a Tailândia com a roupa do corpo em 1988.
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Massao “tocou madeireira” até 1992. “Ganhei muito dinheiro”, conta. “Também perdi muito, porque me meti na política e acabei me quebrando.” Desde então, Massao saiu atrás de alternativas.
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Na cidade, iniciou a construção de um hotel. Na setor rural, deu a partida a um projeto de plantio de pimenta-do-reino. Mais recentemente, começou a plantar a palmeira do dendê.
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A lavoura já está com dois anos e meio e começa a frutificar. A primeira safra será colhida neste ano. Mais importante, ele fechou contrato com as distribuidoras da região e vendeu as safras dos próximos 25 anos. “O dendê é o futuro”, diz.
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Massao plantou dendê em 100 hectares. A produtividade média da palmeira é de 25 toneladas por hectare e o preço, no momento, é de R$ 170 por tonelada, o que vai dar R$ 425 mil por ano.
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Levando-se em conta que o custo de produção é de 50%, ele terá lucro líquido de R$ 212,5 mil.
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“Aqui em Tailândia não há nada mais lucrativo do que uma madeireira. A não ser uma mina de ouro ou de diamantes”, diz sem nenhum receio de errar o empresário Edson Schmidt, sócio do pai, Nestor, na Madeireira Cimatal, uma das pioneiras da cidade.
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“Mas é preciso buscar a diversificação, porque a madeira começa a escassear.” Foi por isso que, há dois anos, Nestor, um gaúcho de 67 anos, chamou os filhos e disse que não serraria mais.
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“Estava muito difícil encontrar a madeira certificada.” Ele já começou a procurar alternativas.
Pai e filho têm três fazendas que totalizam 6 mil hectares. Até agora estavam sendo preservadas para a extração de madeira.
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Mas, neste ano, eles vão pedir autorização para desmatar 20%, a área de corte regulamentada pelo Código Florestal. Vão criar gado, plantar mandioca - que tem mercado garantido - e trabalhar com o setor de sucos. Massao e Nestor, ambos filhos de migrantes, um de japoneses, outro de alemães.
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Ambos são exemplos de que é possível viver da floresta sem destruí-la.
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(Fonte: João Domingos / O Estado de S. Paulo)

Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil detecta que ainda existem problemas graves quanto à destinação adequada

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) lançou ontem, em Brasília, no Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal, o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil relativo a 2007.
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A edição traz dados sobre a situação dos resíduos sólidos urbanos, abrangendo os de construção, demolição e coleta seletiva. Também trata de resíduos de saúde e industriais, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e reciclagem (confira alguns dados no final da matéria).
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O projeto é realizado pela Abrelpe e seus associados e contou com o patrocínio da Caixa.Segundo a entidade, o Panorama/2007 revela importantes números sobre a geração, coleta e disposição final dos resíduos sólidos no Brasil, não como uma atualização dos dados oficiais, mas sim provindos de pesquisas nacionais de sua responsabilidade exclusiva.
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O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS/SP); o presidente da Subcomissão Temporária sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Senado Federal, senador Cícero Lucena (PSDB/PB) e o secretário de Recursos Hídricos e Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Luciano Zica, foram alguns dos presentes à solenidade.
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O deputado Arnaldo Jardim falou da importância de empresas que lidam com a limpeza pública, como a Abrelpe, para a sociedade. Segundo o parlamentar, além da preocupação com os problemas e soluções referentes aos resíduos sólidos no Brasil, a entidade também está a serviço de uma mudança cultural, com a participação efetiva da sociedade quanto à coleta de lixo. "Nos sentimos como devedores à sociedade brasileira de uma legislação consistente sobre a destinação correta dos resíduos sólidos. Precisamos mudar nossa postura", comentou.
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O presidente da Abrelpe, Alberto Bianchini, um dos pioneiros na busca de soluções para os resíduos sólidos no Brasil, disse no evento que o cenário do lixo brasileiro é complexo e preocupante. "Nesta edição conseguimos colocar todas as medidas necessárias para solucionarmos esse problema, mas o nosso maior desafio é a falta de dinheiro", revelou.Com exclusividade a Ambiente Brasil, Bianchini disse estar satisfeito com os números apresentados pela entidade na nova edição. "Concluímos que apenas consolidar dados existentes não era suficiente, e que o panorama de 2007 traz números próprios com uma grande margem de segurança – cerca de 95% de possibilidade de acerto –, o que resultou em números reais e que não haviam sido revelados ainda". Quanto às medidas do Governo Federal para alavancar o setor de tratamento de resíduos sólidos, Bianchini falou da necessidade de se criar uma legislação própria o mais rápido possível. "No estado de São Paulo já existe essa legislação, mas espero que o Congresso Nacional a faça valer em todo o país", defendeu.
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O senador Cícero Lucena mencionou as experiências mal sucedidas do Brasil nesse setor e também deu ênfase à necessidade de uma medida política emergencial. "Tenho certeza de que o trabalho da Câmara e do Senado em parceria com a Abrelpe encontrará mecanismos para solucionarmos o problema do lixo, e, consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida dos brasileiros", destacou.
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Confira alguns dados e análises extraídos da publicação:
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Geração e Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e Coleta de Resíduos de Construção e Demolição
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As projeções realizadas com metodologia científica pela ABRELPE conduziram a resultados que se revelaram surpreendentemente diferentes daqueles anteriormente utilizados para caracterizar a situação brasileira na geração e coleta de RSU.
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Os novos números revelaram que no Brasil coleta-se um total de 140.911 toneladas por dia, um valor significativamente menor do que as cerca de 175.000 toneladas por dia anteriormente adotadas como referencial, dado este oriundo da PNSB (Pesquisa Nacional de Saneamento Básico) 2000, quando atualizado para 2007.
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Se é positivo que o total coletado seja menor e, portanto, também menores passem a ser as necessidades de tratamento e disposição final destes resíduos, verificamos que o total gerado é muito superior e que anualmente cerca de 10 milhões de toneladas de RSU deixam de ser coletados tendo um destino absolutamente incerto e certamente inadequado.
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Coleta Seletiva
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Dos 5.564 municípios brasileiros, 65% contam com alguma iniciativa de coleta seletiva. Este fato decorre do valor econômico agregado aos materiais, da realidade socioeconômica de nossas cidades e em função do interesse das comunidades nas ações de preservação ambiental.
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Destinação Final de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
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A destinação final dos RSU continua um problema de grandes dimensões, uma vez que apenas 39% dos municípios brasileiros dão destino e tratamento adequados aos RSU. O problema torna-se ainda mais complexo quando observadas as altas concentrações de municípios situados nas macro-regiões norte, nordeste e centro-oeste, que destinam os resíduos coletados de forma inadequada. Nas demais regiões, embora existam quantidades expressivas de municípios com condições inadequadas de destinação final, a maioria deles já possui aterros controlados, significando uma melhor conscientização do problema e uma facilidade, pelo menos em termos culturais, para solucioná-lo.
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Geração e Tratamento de Resíduos Sólidos de Saúde (RSS)
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O ano de 2007 não registrou alteração sensível no quadro de geração e tratamento de RSS no Brasil em relação aos anos imediatamente precedentes. O item mais crítico continua sendo o tratamento destes resíduos - apenas pouco mais de 30% do total gerado é tratado.
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Visão Geral da Reciclagem no Brasil
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O setor brasileiro de reciclagem de materiais provenientes de embalagens e outras origens ocupa um espaço importante. Porém, uma análise da evolução dos índices dos principais materiais reciclados aponta para uma tendência de estabilização. Obviamente que em relação à reciclagem de latas de alumínio e de aço esta tendência é bem natural, pois os elevados índices já atingidos determinam por si só este comportamento. Todavia, em relação à reciclagem das embalagens de PET e de vidro e à reciclagem de papel, materiais estes que registram índices médios de reciclagem, a estabilização dos mesmos parece refletir os problemas logísticos enfrentados por estes materiais no ciclo de distribuição e retorno à produção.
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Fernanda Machado / AmbienteBrasil * Correspondente em Brasília (DF).

Uma megalópole como São Paulo enfrenta o desafio de administrar 15 mil toneladas de lixo por dia.

Problemas como este, comuns às grandes cidades, são bem equacionados no Reino Unido, que produz 400 milhões de toneladas de resíduos por ano e desenvolveu uma indústria inovadora e sofisticada para seu gerenciamento.Com o objetivo de oferecer soluções testadas e aprovadas no país, o UK Trade & Investment, organização comercial do governo britânico, realizará o seminário Soluções Britânicas na Área de Gerenciamento de Resíduos Sólidos amanhã, das 9h às 18h, no Centro Brasileiro Britânico (rua Ferreira de Araújo, 741), em São Paulo (SP). Um grupo de especialistas irá expor suas tecnologias e verificar a aplicabilidade delas na realidade brasileira. Em seguida, uma Rodada de Negócios permitirá que as empresas dos dois países discutam em detalhes as propostas comerciais destas tecnologias. As inscrições devem ser feitas na Acqua Consultoria, pelo telefone (11) 3871 3626.

Correntes de águas subterrâneas originaram cristas em Marte

Grandes correntes de águas subterrâneas tiveram um papel importante na formação de longas e estreitas cristas na região Valles Marineris de Marte, publica esta semana a revista científica "Nature".
Os pesquisadores do Instituto Lunar e Planetário de Houston (Estados Unidos) estudaram as imagens de Marte e deduziram que estas cristas, situadas em grandes falhas, teriam sido originadas pela sedimentação de minerais depositados pelas antigas correntes subterrâneas.
A região de Valles Marineris, que tem uma distância de 4 mil quilômetros e uma largura de 600 quilômetros, é o sistema de cânions mais conhecido no sistema solar, com profundidades que chegam a dez quilômetros.
Acredita-se que quando ocorreu a sedimentação nas falhas, entre 3,5 bilhões e 1,8 bilhão de anos, as águas tiveram que fluir perto da superfície, de modo que a deposição de minerais produzida pelas correntes deve ter tido um papel importante para a formação da região.
A erosão das paredes de Valles Marineris deveu-se, muito provavelmente, à sedimentação de minerais em correntes de água que fluíam ao longo de amplas distâncias.
As cristas, que se estendem por várias dezenas de quilômetros, estão intimamente associadas às zonas de falhas e aparecem paralelas ou entrecruzadas.
Por isso, os pesquisadores consideram que a água tinha que estar perto da superfície quando as cristas se sedimentaram. (Fonte: Yahoo!)

Plantio de árvores em Itu/SP pode entrar no "Guinness Book"

Milhares de pessoas fizeram um mutirão na quarta-feira 27/02/08 para plantar, em 45 minutos, 30.550 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em duas áreas predeterminadas em Itu (103 km de SP), em um total de 11 hectares (cerca de 11 campos de futebol).Com a ação, a prefeitura anunciou ter quebrado o recorde mundial de plantio de mudas de árvores no período - o objetivo era plantar 25 mil mudas em uma hora.O pedido de oficialização do recorde será encaminhado à sede do "Guinness Book" ("Livro dos Recordes"), na Inglaterra.Itu quer superar Huntly, na Escócia, que plantou 18.124 árvores em 40 minutos. Cerca de 10 mil voluntários participaram, segundo estimativa da prefeitura - eram esperados 5.000. (Folha Online)

Mamona, Biocombustível e algumas considerações sobre uma Política para a Agricultura Familiar no Semi-Árido


Fernando Negret (*)
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O cultivo da mamona tem uma longa trajetória histórica no Brasil e na década dos 70 teve a sua maior importância quando a área cultivada chegou a 600 mil hectares. Na década de 1980 o Brasil ocupava a segunda posição mundial com uma participação de 26% da área cultivada e em 1999 estava reduzida a 8%, ocupando o terceiro lugar após a Índia e a China. Na atualidade esses dois países são responsáveis por aproximadamente 90% da produção mundial (1). A perda de competitividade do Brasil no mercado mundial é explicado por vários autores pela impossibilidade do produtor utilizar melhor tecnologia e insumos para a produção, incluindo a mecanização, sementes melhoradas, preparo da terra, plantio, colheita, armazenamento e comercialização.
Da mamona se obtém como principal produto o óleo e como subproduto a torta, a qual é utilizada como adubo. O óleo tem numerosos usos, dentre os quais se destaca sua utilização na fabricação de tintas, vernizes, cosméticos e sabões, bem como na produção de plásticos e fibras sintéticas. É reconhecido como lubrificante de alta qualidade dada a sua insuperável viscosidade, motivo pelo qual é usado em motores de alta rotação e de avançada tecnologia. Também é utilizado na fabricação de corantes, anilinas, desinfetantes, germicidas, óleos lubrificantes de baixa temperatura, colas e aderentes; serve de base para fungicidas, inseticidas, tintas de impressão, nylon e matéria plástica. São muitos os usos da mamona, incluindo as folhas da planta misturadas à forragem para alimentar o gado e como cobertura do solo e adubo natural para cultivos. (2)
Na atualidade a mamona tem conseguido novamente notoriedade no Brasil por conta da possibilidade de o óleo ser utilizado na produção de biocombustíveis. Essa alternativa bem sendo propalada pelo governo e têm criado enormes expectativas, particularmente nos agricultores familiares do nordeste e da Bahia, em cujo estado se produz hoje o 85% do total nacional. Entretanto, diversas opiniões discutem as possibilidades da mamona se tornar uma alternativa de renda viável sem afetar como monocultura o meio ambiente do semi-árido. Muitos pesquisadores defendem o uso de consórcios e a rotação de cultivos para um melhor manejo da terra.
Na revista de Política Agrícola, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (3) se afirma que “O potencial brasileiro para a produção de biocombustíveis, que inclui o cultivo de oleaginosas e de cana de açúcar, é imensurável. No nordeste, além da cana de açúcar, é possível cultivar mamona, amendoim, gergelim, babaçu, entre outras oleaginosas. Somente para mamona existe uma área de mais de 3 milhões de hectares aptas ao seu cultivo”. Os mesmos autores afirmam “que considerando a necessidade de se aumentar, significativamente, o plantio de oleaginosas, será possível o assentamento de milhares de famílias, com uma perspectiva de negócios atraente”. (3 op.cit. p.32) No trabalho, “Biocombustíveis, uma Oportunidade para o Agronegócio Brasileiro” (4), no seu item “Estado Atual e Potencial das Principais Oleaginosas”, prevê-se uma expansão acentuada no plantio de estas culturas e afirma-se que o “mercado de óleos combustíveis será superior ao do etanol, em especial pela sua maior densidade energética“ (5). Nesse trabalho se assinala a necessidade de fazer mais investimentos em pesquisa para superar as deficiências tecnológicas e formular sistemas de produção sustentáveis. Igualmente se sugere a análise e estruturação dos segmentos das cadeias produtivas, adequando-as ao novo cenário, com o ingresso da demanda energética.
Segundo Sidnei Silva Suerdik (2006), no seu trabalho “Políticas Públicas de Fomento ao Biodiesel na Bahia e no Brasil: Impactos Sócio-Econômicos e Ambientais com a Regulamentação Recente” (6), a prioridade do Plano Nacional de Produção e Uso de Biodiesel – PNPB tem sido fomentar a ampliação da produção e o consumo em escala comercial do biodiesel como aditivo ao diesel petrolífero no Brasil. O programa tem enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional por meio da diversificação de fontes de matérias-primas vegetais e de regiões produtoras. A Lei 11.097, de treze de janeiro de 2005, instituiu juridicamente o início de implementação do PNPB, introduzindo o biodiesel na Matriz Energética Brasileira ao estabelecer a obrigatoriedade da adição de 2% desse biocombustível ao óleo diesel de origem fóssil no país a partir de 2008 (mistura também conhecida como B2). Tal regulamentação prevê ainda a ampliação da mistura obrigatória para 5% a partir de 2013. O autor assinala também que O PNPB busca assim, estimular a produção de biodiesel a partir de diferentes oleaginosas, incluindo, além da mamona e outras, a palma ou dendê, o girassol, o algodão e a soja.
Recentemente foi concluída uma pesquisa encomendada pelo Instituto de Permacultura da Bahia – IPB realizada nos municípios de Umburanas, Ourolândia, Cafarnaum e Morro do Chapéu, do semi-árido do Estado, principal região produtora de mamona do país. A pesquisa foi realizada junto aos monitores e Agentes Comunitários Rurais – ACRs do projeto Policultura no Semi-Árido desenvolvido por esse instituto e que recebeu o premio de Melhor Tecnologia Social 2007 da Fundação Banco do Brasil. Além de agricultores, os monitores são também assistentes técnicos de quase mil famílias que praticam a policultura e na sua maioria são produtores de mamona. Essa atividade lhes há permitido aos monitores e ACRs conhecer muito bem a problemática da agricultura familiar e as dificuldades para tornar esse cultivo uma verdadeira alternativa para melhoria das condições de vida de numerosas famílias nordestinas. Dentre as diversas perguntas formuladas aos monitores e ACRs sobre as suas práticas agro-ecológicas e as dos agricultores aos quais dão assistência, lhes foi consultado o papel que a mamona desempenha nos campos de policultura e na economia familiar e sobre as falências e necessidades que impedem que a mamona funcione melhor no seu processo produtivo global, incluindo a comercialização. As respostas são muito ilustrativas da situação real da mamona no âmbito da agricultura familiar.
Cabe ressaltar em primeira instância que as respostas demonstram claramente a importância da mamona na renda desses agricultores, já que a maioria dos entrevistados a considera como o único produto orientado exclusivamente para a comercialização e apoio financeiro da família. Entretanto, são diversos os problemas mencionados como obstáculos pelos entrevistados para que a mamona cumpra o papel sócio-ambiental que poderia cumprir no semi-árido sendo matéria prima para a produção de tantos derivados, incluindo o biocombustível. Nesse sentido, a opinião mais representativa dos entrevistados considera como principal problema a instabilidade dos preços e por esse motivo ocorre um desestímulo periódico para plantar mamona. Esse fato é comprovado hoje pela escassez atual do produto no mercado nacional.
Uma pesquisa complementar sobre o comportamento dos preços da mamona foi realizado junto a um importante comprador ou atravessador na região e, segundo ele, no período de existência do Real desde 1994, a variação dos preços de compra por ele oferecidos por um quilo de mamona foi desde um mínimo de R$ 0,16 (centavos de real) até um máximo de R$ 1.50 (um real e cinqüenta centavos). Essa variação de 937% ou de quase 10 vezes o valor de um quilo, mostra com evidência as dificuldades e o desestímulo que podem experimentar os agricultores familiares. No momento da pesquisa, em dezembro de 2007, o quilo de mamona estava sendo pago na região a R$ 1.00, nos meses anteriores estava a R$ 1.30. A perspectiva é que os agricultores continuem plantando e a tendência do preço continue a baixa.
Nesta recorrente situação de preços instáveis, que traz como conseqüência dificuldades periódicas para os agricultores e uma oferta incerta da matéria prima, parece razoável refletir sobre uma política de estabilização mediante a garantia de um preço socialmente justo. Talvez se pudesse pensar num novo programa de “Bolsa Trabalho” ou de “Bolsa Produção” para incentivar a agricultura familiar, nos moldes do programa da “Bolsa Família” e, por meio do qual, os agricultores mais pobres pudessem receber um subsídio para garantir um preço estável de compra e a produção permanente da mamona. Um programa desse tipo não teria o caráter de um subsídio assistencialista, na medida em que se estaria estimulando o trabalho e a produção.
É amplamente conhecida a antiga e árdua luta que o Brasil e os países em desenvolvimento tem livrado contra os enormes subsídios que os países capitalistas desenvolvidos fornecem a seus ricos agricultores, já de por si favorecidos pelos avançados recursos tecnológicos a sua disposição. Além disso, sabe-se que esses processos produtivos são grandes consumidores de combustíveis fósseis e em essa medida pouco contribuem ao clima global do planeta. Então, caberia perguntar-se se não é socialmente justo e ambientalmente correto subsidiar as famílias dos agricultores mais pobres do Brasil para a produção de uma matéria prima que pode contribuir a combater o aquecimento global mesmo sendo ainda baixo o balanço energético do processo da produção do biocombustível.
O denominado balanço energético “estabelece a relação entre o total de energia contida no biocombustível e o total de energia fóssil investida em todo o processo de produção desse biocombustível, incluindo-se o processo agrícola e industrial. Somente culturas de alta produção de biomassa e com baixa adubação nitrogenada, como a cana de açúcar e dendê, tem apresentado balanços energéticos altamente positivos (media de 8,7). No caso do biodiesel de mamona, o balanço energético é baixo (<2), o que poderia ser melhorado mediante a seleção de variedades para alto rendimento e substituição e ou redução da adubação nitrogenada com o uso de leguminosas-adubos verdes em rotação ou consórcio ” (7) .
As sugestões anteriores para alcançar um balanço energético mais favorável na cultura da mamona, já estão sendo aplicadas nas unidades de produção dos monitores e agricultores participantes do projeto da policultura na Bahia. Além da inexistência de processos mecanizados para preparar a terra, a adubação e a cobertura vegetal do solo se faz com leguminosas plantadas por eles mesmos, incluindo a palha da própria mamona e o material orgânico dos restos das outras culturas.
Segundo a opinião de alguns dos entrevistados na pesquisa e as visitas de campo realizadas, a mamona não se cultiva muito em consórcio porque é uma planta “egoísta” que se desenvolve melhor cultivada “solteira” ou sozinha. O fato de se realizar o cultivo da mamona de maneira individual e não em consórcio eleva os custos de manejo do cultivo e do produto final, além do impacto sobre o desgaste do solo. Esses aspectos de caráter técnico também podem ser considerados para justificar uma política de apoio aos agricultores familiares para a produção da mamona.
Adicionalmente deve ser considerado que nas condições atuais de produção dessa cultura, no âmbito da agricultura familiar no nordeste, o valor da força de trabalho representa 80% do custo de produção (8). Esse fato significa na realidade uma sobre-explotação da força de trabalho familiar, pois boa parte da energia investida no processo produtivo é a força de trabalho dos membros da família, incluídos mulheres e crianças como de fato acontece na cultura da mamona e nas outras culturas. Esse é um motivo a mais para se formular e implantar uma política pública que incorpore a “Bolsa Trabalho” e se subsidie os custos de produção da mamona dos agricultores mais pobres.
Entretanto essa política pública para apoiar a produção da mamona não pode considerar unicamente os aspectos relativos à estabilidade dos preços. Deve levar em consideração outros aspectos levantados como críticos pelos próprios agricultores e também por pesquisadores da cultura da mamona. Alguns defendem com razão a necessidade de evitar a monocultura desse cultivo, promover novas alternativas de produção e a expansão da policultura para garantir a produção de alimentos, promover um melhor manejo dos solos e contribuir para uma tendência a sustentabilidade no semi-árido.
Com relação ao conteúdo de uma política de apóio a mamona, além da majoritária opinião sobre o problema de instabilidade dos preços, uma parte considerável dos consultados opina que é indispensável fornecer aos produtores mais conhecimentos e assistência técnica, bem como cursos de treinamento e capacitação sobre os diversos aspectos do processo de produção. É indispensável considerar que os agricultores devem ser treinados, capacitados e assistidos para que o balanço energético da produção do biocombustível da mamona melhore e seja ainda mais favorável. Esse é um aspecto formativo e educativo fundamental que deve se tornar um propósito em todos os processos de produção de biocombustíveis para contribuir realmente ao clima global do planeta.
Ainda no âmbito da pesquisa dos monitores e agricultores, outros entrevistados mencionam a necessidade de organizar a produção coletiva ou associada, dada a perda de recursos para o agricultor com a presença do comerciante intermediário ou atravessador no processo de comercialização. Outras opiniões referem-se à necessidade de melhorar as sementes da mamona e a conveniência de construir postos de compra ou depósitos para tirar o atravessador no caminho da comercialização.
Desta forma, a política pública de apoio à produção da mamona deverá incorporar a mobilização e organização dos produtores em associações, de maneira que essas entidades coletivas funcionem como centros de referência e pontos de apoio para os próprios processos de treinamento e formação técnica, bem como lugares de intercambio de conhecimentos e de experiências nas práticas agro-ecológicas e na vida social.
Outras sugestões advindas dos entrevistados mencionam à necessidade de contar com financiamento para o plantio, o qual seria a própria “Bolsa Trabalho” ou “Bolsa Produção” e que de fato deve constituir o eixo da política. Sugere-se com razão a necessidade de agregar valor localmente a mamona mediante a sua industrialização. Essa idéia refere-se á construção nas regiões de mini-usinas para esmagamento e obtenção do óleo, o qual seria uma fonte nova de emprego com maior especialização e perspectiva de trabalho para os jovens, que em geral continuam emigrando da região.
Convém ressaltar que o fato de existirem tão diversas sugestões demonstra que uma política pública de apoio à produção da mamona, implica vários aspectos como os já comentados e que incluem, entre outros, um mecanismo financeiro para a estabilização dos preços; a capacitação e assistência dos produtores para melhorar o processo produtivo e o balanço energético; a organização coletiva ou associada para a produção e comercialização buscando evitar os atravessadores; a melhoria das sementes da mamona e a sua efetiva distribuição entre os agricultores; a construção de postos de compra e depósitos que podem estar localizados nas sedes das entidades associativas e a construção de usinas regionais para o esmagamento da mamona e a agregação de valor para a geração de emprego. Todas essas idéias foram sugeridas pelos próprios produtores de mamona, as quais demonstram tanto as diversas necessidades e a complexidade de uma política pública para apoiar o seu cultivo, bem como o conhecimento que os produtores têm da sua própria realidade e problemática sócio-ambiental e da esperança de uma vida melhor a partir do trabalho e da produção.
Finalmente cabe mencionar, que além de todos esses aspectos indispensáveis para que a mamona se constitua numa verdadeira alternativa de renda para melhorar as condições de vida dos agricultores familiares, é necessário contar com a disponibilidade de água, na medida em que o rendimento do cultivo depende da intensidade das chuvas, as quais são cada ano mais escassas. Infelizmente e como o afirmou um agricultor “as chuvas não dependem dos homens, nem de uma política pública”. Esse impedimento de ordem maior somente será resolvido assumindo e trabalhando para o futuro numa idéia já lançada há algumas décadas por um visionário considerado loquaz: “irrigar as terras potenciais do nordeste com água da bacia amazônica”. Na realidade essa idéia tem sido retomada recentemente pelo Gabinete de Assuntos Estratégicos do Governo Lula e embora tenha sido criticada mesmo como uma ação para o futuro, é verdade que as demandas das próximas décadas de alimentos e de biocombustíveis no planeta justificarão um dia os estudos para essa obra de manejo e condução de águas. O propósito desses estudos deverá ser a viabilidade sócio-ambiental das obras, de forma que a condução das águas seja ambientalmente racional e socialmente beneficie as populações pobres do semi-árido.
Referências Bibliográficas
1 - O Agronegócio da Mamona no Brasil. Ferreira dos Santos, Roberio, Et.al. Ministério da Agricultura. 2 - Op.Cit.3 - Peres Rodrigues, José Roberto. Et.al. Biocombustíveis. Uma Oportunidade para o Agronegócio Brasileiro. Revista de Política Agrícola.. Ano XIV No. 1. 2005. pg. 31. Ministério de Agricultura. Brasília4 - Peres Rodrigues, José Roberto. Et.al. Biocombustíveis. Uma Oportunidade para o Agronegócio Brasileiro. Revista de Política Agrícola.. Ano XIV No. 1. 2005. pg. 31. Ministério de Agricultura. Brasília5 - Peres Rogrigues, José Roberto. Op.Cit. P. 366 - Silva Suerdik, Sidnei. “Políticas Públicas de Fomento ao Biodiesel na Bahia e no Brasil: Impactos Sócio-Econômicos e Ambientais com a Regulamentação Recente”. Bahia Análise & Dados. Salvador, v. 16, n. 1, p. 65-77, jun. 2006 7 - Urquiaga, Segundo, et.al. Produção de Biocombustíveis. A Questão do Balanço Energético. Revista de Política Agrícola. Ano XIV No. 1/2005. Ministério de Agricultura. Brasília.8 - Kouri, Joffre; Dos Santos Ferreira, Robério. Mamona. Aspectos Econômicos. Coleção 500 Perguntas, 500 Respostas. Embrapa. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. * Consultor e pesquisador, coordenador do Mestrado em Desenvolvimento Regional das Faculdades Alves Faria. ALFA. Leia do mesmo autor: Compensação dos Serviços Ambientais aos Agricultores Familiares e Inclusão SocialA “única via” possível na Terra

Cursos de graduação na área ambiental crescem 822%

O que era interesse de poucos virou preocupação de muitos e a área ambiental deixou de ser especialidade para se tornar curso de graduação. Desde o ano 2000, o crescimento no número de cursos com esse perfil no País foi de 822%. A quantidade de alunos pulou de cerca de mil para mais de 10 mil nesse período. E os formandos em busca de emprego em áreas como Gestão Ambiental, Controle Ambiental e Saneamento Ambiental, que sequer existiam há oito anos, já passam dos 2.200.Segundo o levantamento do Ministério da Educação (MEC), feito a pedido da reportagem, as vagas em vestibulares em 11 cursos da área cresceram mais de 1.000% desde 2000. Os números mais recentes são de 2006 e mostram 8.377 vagas em universidades públicas e particulares no País. Em 2000, eram 732.Muitos dos cursos ambientais surgiram dentro da nova modalidade de graduação, os cursos tecnológicos, com formação mais rápida (em menos de quatro anos), menos acadêmica e voltada para o mercado de trabalho. Além da criação de novos cursos, os que já existiam foram reestruturados e até mudaram de nome para atender as demandas ambientais recentes. (Yahoo Brasil)

Organismos biológicos provocam chuva e neve, diz estudo

Organismos biológicos têm um importante papel na formação da chuva e da neve, segundo um estudo publicado na quinta-feira (28) na revista "Science".A descoberta destes seres vivos e sua importância no ciclo da água poderiam ajudar os pesquisadores a realizarem prognósticos mais precisos sobre o tempo e ter uma melhor compreensão da relação entre a biosfera e o clima, garantiram os autores do estudo.Estes organismos poderiam ser utilizados até para levar chuvas a zonas áridas, afirmou o principal autor, Brent Christner, da Universidade de Louisiana.Não é novidade para os cientistas que para a formação dos cristais de gelo nas nuvens, que depois se transformam em chuva ou em neve, são necessárias partículas chamadas nucleadores de gelo.No entanto, até agora não se sabia que a maioria das partículas ativas que participam deste processo é de seres vivos.Christner e sua equipe não determinaram ainda o volume de precipitação que pode se formar graças a estes organismos.Mas encontraram uma presença mais forte destas partículas na neve recolhida na França do que na do norte do Canadá e da Antártida. Estas podem ser liberadas pela radiação do sol ou pela poeira levantada da terra, que são levadas pelo vento.O fato de as partículas terem sido encontradas em amostras de neve da Antártida demonstra que elas podem se deslocar por grandes distâncias, afirmou Christner. (Folha Online)

Cientistas identificam gene que faz plantas 'resistirem' à seca

Cientistas americanos e finlandeses afirmam ter identificado um gene nas plantas que, se modificado, pode torná-las resistentes à seca.Os pesquisadores da Universidade de Helsinque disseram que o gene controla a quantidade de dióxido de carbono absorvida pelos vegetais e a evaporação de água na atmosfera.No estudo, publicado na revista Nature, os especialistas afirmam que as plantas desempenham um papel crucial da regulação da atmosfera ao absorver o carbono do ar.Ao seqüestrar o gás através de poros minúsculos encontrados nas folhas, chamados estomas, as plantas depois liberam vapor de água.Em climas extremamente secos, uma planta pode perder até 95% de sua água desta forma.Primeiro passo - Os especialistas dizem que há décadas a ciência vem tentando descobrir o material genético que controla a ação dos estomas.Agora, eles afirmam ter identificado o gene que controla a abertura e o fechamento dos poros.Os pesquisadores avaliam que, com isso, será possível modificar as plantas para que continuem absorvendo o carbono, mas reduzam a eliminação de água, possibilitando sua sobrevivência em condições de seca.O professor Jakko Kangasjarvi, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, disse que o trabalho é apenas "o primeiro passo"."Isso abre muitas possibilidades", afirmou. "Ainda estamos muito longe de concretizar as intervenções genéticas, mas antes dessa pesquisa não havia qualquer indício de um gene que poderia ser modificado. Agora temos o alvo."Por enquanto, os experimentos foram realizados em alguns tipos de agrião, mas os cientistas dizem acreditar que a estrutura genética é a mesma em várias plantas que produzem comida, como o arroz.Acredita-se que possíveis técnicas de modificações genéticas para controlar a evaporação de água nas plantas poderão ser comercializadas só daqui a 20 anos. (Estadão Online)

Seis perguntas para o pescador de Arembepe (BA) que defende o meio ambiente com arte

Uma árvore morta transforma-se em arte e, mais que isso, num alerta, pelas mãos do pescador Servílio Viana (ao lado), morador de Arembepe (BA). Aos poucos conquistando notoriedade em razão da beleza de suas peças, esculpidas a partir de madeira abandonada, árvores desmatadas e “coqueiros depredados pela ação irracional do homem”, esse sujeito simples dissemina preciosas lições de vida.“A sociedade foi moldada a acumular riquezas e este é o maior inimigo da natureza - o Capitalismo. Por isso, ainda sobrevivo da pesca”, coloca o pescador/artista. Isso não significa, porém, que ele viva alienado de possibilidades tecnológicas como a internet. Servílio, conhecido como Swell, mantém um bem atualizado blog - arteservilioviana.blogspot.com -, por meio do qual divulga suas obras e, muitas vezes, desabafos. Na entrevista a AmbienteBrasil que se segue, ele comenta essa trajetória. AmbienteBrasil – Como começou esse seu trabalho de fazer arte com materiais obtidos da natureza? Servílio Viana - Começei a esculpir num dia de dificuldade. Ao passear pela praia, estava preocupado em alimentar minha família, rezava muito e pedi a Deus uma luz. Logo, achei uma madeira que o mar jogava na areia, parecia um rosto de homem; chegando em casa dei-lhe alguns retoques e fui para a Pousada Fazenda, de um amigo, onde um casal francês estava hospedado. Eles adoraram a escultura e decidiram comprá-la, por um bom preço. Assim, começei as criações de esculturas em madeiras abandonadas, árvores desmatadas, coqueiros queimados. AmbienteBrasil – Qual a mensagem que você quer transmitir por intermédio de suas obras? Servílio - A Arte de dar vida ao que está morto. O homem, como os outros animais, deve cuidar de seu habitat ou morrerá com ele. AmbienteBrasil – Hoje, você consegue viver de sua arte? Servílio - Viver da arte inspira a cultura e a sociedade, ao longo de sua formação, foi moldada a acumular riquezas. Este é o maior inimigo da natureza - o Capitalismo. Por isso, ainda sobrevivo da pesca. AmbienteBrasil – O poder público – Estado da Bahia e/ou prefeituras – incentiva seu trabalho de alguma maneira? Servílio - Até então, participei de um evento da Secretaria de Cultura de Camaçari - À Caminho da Ternura - e estou aguardando resposta para a exposição que está prevista para março na Cidade do Saber - Camaçari. Paralelamente, a Millennium Inorganic Chemmicals S.A., indústria privada, me apóia na doação de materiais e na criação do meu book. AmbienteBrasil – De que formas a comunidade de Arembepe te ajuda? Servílio - Algumas pessoas ajudam no trabalho, doando materiais. Alguns comerciantes, como o Restaurante Mar Aberto e o Mercado Fonseca, também participam na doação de materiais. A pessoa que mais tem me apoiado é minha cunhada, Myriãn Tavares (na foto ao lado, pintando o “grande tótem da Gameleira” na Praça de Arembepe). Todos participam na conscientização ambiental e preservação da escultura que fiz na Grande Gameleira (Pé de Irôco). Localizada na Praça das Amendoeiras em Arembepe, é considerada sagrada para os devotos do Candomblé. Acredita-se que os negros preferiam o suicídio ao viverem escravizados; assim, davam uma volta ao redor da grande Gameleira oferecendo suas almas para que fossem libertadas pelos orixás. Essa Gameleira foi tema de uma matéria da revista Vilas Magazine, onde eu fiz um apelo que repito: a outra Gameleira irá morrer, a reurbanização (da praça) a sufocou; peço às autoridades que a libertem do concreto que mata suas raízes. Amo minhas artes, mas não quero ter que repeti-las em outras árvores. AmbienteBrasil – Qual a sua avaliação sobre a relação dos seres humanos hoje com o meio ambiente?Servílio - A nossa construção destrói a natureza. É sinal de que algo está errado. Se não corrigirmos a tempo, a natureza fará a seu modo. Na foto abaixo, o Grande Tótem na Majestosa Gameleira, pé de Irôco que morreu depois da "reurbanização" da Praça das Amendoeiras, em Arembepe.
Mônica Pinto / AmbienteBrasil