domingo, 30 de março de 2008

Indústria de chuveiros elétricos diz que produto poupa muito mais água do que aquecimento a gás ou solar

Nos últimos anos, o chuveiro elétrico – uma invenção brasileira - tornou-se um equipamento doméstico constantemente em xeque. É apontado como um vilão do consumo de energia, o que aumentaria as necessidades do país nesse campo, resultando na demanda por novas hidrelétricas, com seus conhecidos impactos ambientais e sociais.
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No dia 12 passado, a indústria do setor mostrou-se disposta a reagir. Em São Paulo, na sede da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), foi lançada a cartilha "Uso Eficiente do Chuveiro Elétrico". Uma ação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), elaborada em conjunto com o GCA (Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee), a publicação traz dicas de como adquirir, instalar, usar e manter corretamente um chuveiro elétrico e incentiva a economia de energia e água, graças à correta utilização do eletrodoméstico (clique aqui para baixar a cartilha em PDF).
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Ao largo dessas informações mais técnicas, o Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee lançou na mesma data um site, cujo conteúdo claramente volta-se a reverter essa má imagem que foi se construindo em relação ao produto – na comunidade ambientalista, bem entendido, posto que o mercado não sofreu até hoje qualquer abalo.
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No portal - www.banhoeconomico.com.br -, o contra-ataque baseia-se justamente em um trunfo de forte apelo ambiental. Nele, o chuveiro elétrico é apresentado como “a forma de aquecimento de água que mais economiza água (tratada), bem cada vez mais escasso no planeta".
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"Nos aquecedores por acumulação (solar, elétrico ou gás) ou de passagem (gás), a água só fica quente depois que toda a água fria que estava nos canos ter sido desperdiçada e jogada no esgoto.
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Além disso, a água quando fica quente alcança altas temperaturas e é preciso abrir o registro de água fria para temperar a água e atingir uma temperatura agradável, ou seja, ainda mais água e energia são desperdiçadas no processo.
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Nos aquecedores instantâneos (chuveiros elétricos), ao abrir o registro a água já sai quente no ponto de uso, numa temperatura escolhida pela pessoa", explica o texto.
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Além disso, registra o site, o chuveiro elétrico tem uma vazão de 3 litros por minuto.
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Aquecedores de passagem a gás só se mantém em funcionamento com pelo menos 7 litros por minuto e os de acumulação ou solar têm uma vazão de 10 a 12 litros por minuto de água.
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"Uma família de quatro pessoas que utiliza chuveiro elétrico para banho tem uma economia mensal de mais de 3 mil litros de água em comparação a um aquecedor de passagem a gás e de 5 mil litros em relação a um de acumulação ou solar", garantem os fabricantes, informando ainda que a Comissão de Mudanças Climáticas da Comunidade Européia defende no seu site que o chuveiro elétrico é a melhor solução para se economizar água na hora do banho (confira texto em Português ou em Inglês).
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“O chuveiro elétrico foi escolhido como o bode expiatório na crise energética de 2001”, disse a AmbienteBrasil Carlos Alexandre Cella, diretor do Grupo de Chuveiros Elétricos da Abinee. “Era preciso arrumar um culpado por tudo de errado que o Governo fez”.
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Para ele, o consumidor brasileiro, ao ter seu poder aquisitivo aumentado nas últimas décadas, incorporou aos confortos domésticos uma série de aparelhos, nascidos também de tecnologias até então inexistentes.
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É o caso dos computadores, fornos de microondas, freezers e outros. Além disso, é comum ver nas residências hoje várias TVs. O Governo Federal não teria se preparado devidamente para esse aumento de demanda, observada também e principalmente na Indústria Brasileira, que experimentou significativo avanço.
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Para piorar o quadro, o desperdício de energia no Brasil é inaceitável – e os prédios públicos costumam dar maus exemplos -, assim como o roubo.
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A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) calcula que as concessionárias percam em torno de 5,5 bilhões de reais por ano, em função de ligações clandestinas na rede, os chamados “gatos” .
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Crescimento
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O site recém-lançado informa ainda que o chuveiro elétrico brasileiro é um item poderoso na pauta de exportações - nos últimos cinco anos, 69 países compraram o produto fabricado no Brasil.
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Em 2006, as vendas para o exterior somaram mais de US$ 11,7 milhões, conforme dados de agosto de 2007, da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio.
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Essa bem-aventurança do setor talvez não dure muito tempo. Só na Inglaterra, operam hoje doze fábricas; na Alemanha, outras quatro. Vai se estabelecendo, assim, uma concorrência coerente com a lógica da globalização.
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O exemplo lamentável vem do outro lado do mundo. Segundo Carlos Alexandre, na China já se vende chuveiro elétrico brasileiro falsificado, produto “pirata” que explora ilegalmente a referência de qualidade conquistada pelo setor no mercado internacional.
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Mônica Pinto / AmbienteBrasil

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