domingo, 30 de março de 2008

Das águas da Terra, apenas 2,5% são doces e, destas, mais de dois terços não estão disponíveis para consumo humano.

O Brasil detém cerca de 12% da água doce disponível no mundo, porém mais da metade (54%) desse total localiza-se na Amazônia e na bacia do rio Tocantins, onde está a menor população por quilômetro quadrado do país.
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Essa situação faz com que metrópoles dos estados do Sul, Sudeste e Nordeste brasileiros sejam obrigadas a buscar água em mananciais cada vez mais distantes, devido à poluição das águas por dejetos humanos e industriais e ao assoreamento de rios, lagos e represas, a um custo que aumenta exponencialmente e com danos ao meio ambiente.
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Cada nova represa e reservatório de água provoca desmatamento e, assim, contribui para diminuir o ciclo das chuvas e a quantidade de água doce disponível nessas regiões.
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Para o consultor Paulo Costa, o problema vem de cima. "Se os prédios públicos, as escolas e hospitais adotassem medidas racionalizadoras, seria, além de um belo exemplo para a sociedade, uma economia gigantesca no gasto da água”, diz.
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Além disso, com o dinheiro economizado, esses órgãos poderiam investir em campanhas de conscientização através de ações educativas junto à comunidade, esclarecendo sobre as maneiras de evitar o desperdício, as formas de economizar e as fontes alternativas para a captação de água, bem como a diferenciação dos usos, visto que, para algumas atividades não há necessidade de utilização de água tratada.
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É aí que entra outro componente marcante do desperdício. O engenheiro Paulo Schaefer, diretor comercial da empresa AcquaSave, acredita que, aos poucos, o brasileiro está entendendo que a água que cai nos telhados deve ser mais bem aproveitada antes de sumir pelos ralos.
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“Há cinco anos, falar em aproveitamento de água de chuva no Brasil era coisa só para ecologistas; hoje é uma realidade, e as empresas e pessoas físicas já constroem pensando neste uso.
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O desperdício habitual precisa dar lugar ao uso inteligente da água”, afirma Schaefer. Alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná estão adotando ou já implantaram a lei de retenção da água de chuva como medida para amenizar os impactos causados pela impermeabilização do solo urbano, que impede que a chuva se infiltre no solo ou evapore.
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O sistema Acquasave de aproveitamento de água de chuva já foi implantado em diversos complexos como o aeroporto Santos Dumont e o estádio João Havelange, no Rio de Janeiro, no Hotel Sofitel Guarujá (SP), e em diversos hotéis da rede Íbis.
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Disponível para uso residencial, em condomínios, galpões e fábricas, o sistema viabiliza que as águas de chuva captadas possam ser utilizadas na higienização de bacias sanitárias, limpeza de pisos, lavagem de carros e outras atividades que não exigem água potável.
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Segundo estatísticas, essas ações representam cerca de 50% do consumo das águas nas cidades.
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“O aproveitamento e o manejo correto da água de chuva e a instalação de telhados verdes são passos importantes para compensar os efeitos da impermeabilização crescente nas cidades”, afirma Jack Sickermann, especialista em aproveitamento de água de chuva.
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Dessa forma, a água de chuva não corre pelas ruas, não carrega lixo nem poluentes, evitando doenças e amenizando os impactos sobre as cidades.

Mônica Pinto / AmbienteBrasil * Com informações de diversas Assessorias.

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