O bispo de Barra, na Bahia, d. Luiz Flávio Cappio, enviou nesta terça-feira (18) ao Palácio do Planalto uma "contra-proposta" para interromper a greve de fome que completou 22 dias.
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A primeira de oito exigências listadas é a suspensão das obras de transposição do Rio São Francisco, com a retirada das tropas do Exército.
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Para hoje à noite, está previsto que Gilberto Carvalho, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, discuta a questão na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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Porém, a ordem de Lula é não colocar o fim do projeto na mesa de negociação.
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Cerca de 300 ribeirinhos e lideranças de movimentos sociais fizeram uma passeata na Praça dos Três Poderes - da rampa do Planalto à rampa do Supremo Tribunal Federal (STF) - para divulgar a "contra-proposta".
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"O problema é que temos dois Luiz cabeçudos, um Cappio, outro Inácio", disse Marina Santos, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
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Marina Santos afirmou que não está criticando a postura do bispo, apenas ressaltando a "intransigência" do governo e o desprendimento de d. Cappio.
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Os sem-terra já se manifestaram contra o projeto de transposição do São Francisco.
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Marina Santos afirmou que o bispo dialogou com movimentos sociais antes de tomar a decisão. No entanto, a líder sem-terra não esconde a preocupação com o desfecho do caso. "Esse governo tem um projeto claríssimo de privilegiar o agro e o hidronegócio e ponto", disse.
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"O governo tinha de ser mais inteligente e menos intransigente."
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D. Cappio também exige a implementação de obras do Atlas do Nordeste, feito pela Agência Nacional de Águas, apoio da União a projetos de armazenamento de água para consumo humano, implantação de programa de revitalização da bacia do São Francisco, revitalização das bacias do Jaguaribe, Piranhas-açu e Parnaíba, apoio técnico para o Pacto das Águas do São Francisco e um Plano de Desenvolvimento Sustentável para o semi-árido.
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(Estadão Online)
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