quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Em debate sobre futuro da água no semi-árido, especialistas divergem sobre transposição do São Francisco

Alternativas para ampliar a oferta de água no semi-árido nordestino, tanto destinada ao consumo humano e animal quanto à geração de energia elétrica, foram debatidas nesta quarta-feira (05) durante seminário que reuniu, em Recife (PE), engenheiros, empresários, pesquisadores, estudantes universitários e representantes de empresas públicas e privadas.
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Segundo o economista Josué Mussalém, água e energia são temas estratégicos que interferem no desenvolvimento de todos os países do mundo. Ele disse que a idéia do evento, promovido pela Fundação Gilberto Freyre em parceria com o governo do estado, foi fazer projeções sobre a oferta de água em uma região marcada pela escassez de chuvas.
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O engenheiro João Suassuna, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, apresentou durante o encontro uma visão contrária ao projeto, do governo federal, de integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.
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Ele justificou que o Nordeste possui água acumulada em mais de 70 mil represas, acrescentando que falta viabilizar uma política de distribuição desse insumo para a população que habita o semi-árido.
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“O estado do Ceará, por exemplo, tem a represa do Castanhão com mais de 6 bilhões de metros cúbicos de água, mas a população que vive no entorno passa sede.
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Entendemos que o problema do abastecimento hídrico deve ser resolvido por meio do uso de adutoras e não com a construção de canais que não irão solucionar a falta de água para as populações abastecidas com frotas de carros pipa.
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As águas da transposição vão favorecer o agronegócio, a criação de camarão, irrigação de frutas e indústrias”, declarou.
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Já o economista da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Huseyin Miranda, disse que o projeto de transposição do Rio São Francisco vai reduzir a insegurança hídrica para uma população de 12 milhões habitantes do semi-árido junto com outras soluções.
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“O complemento será feito com cisternas, açudes, barragens e operação adequada dos atuais reservatórios", disse Miranda que ainda assegurou que o rio não sofrerá prejuízo com a transposição das águas.
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“O São Francisco foi beneficiado com a revitalização que receberá, até 2010, recursos de R$ 1,3 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para projetos de saneamento de esgotos, contenção das margens, reflorestamento, entre outros”.
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Outros três eventos com o mesmo tema deverão ser realizados, no próximo ano: um em Fortaleza, outro em Natal e o último em Salvador.
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(Agência Brasil)

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